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Internacional

Sob acusações, ataques na Faixa de Gaza são retomados
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A trégua entre Israel e o Hamas terminou na manhã desta sexta-feira (21). O Exército israelense acusou o grupo palestino de ter violado o cessar-fogo e anunciou a retomada dos ataques na Faixa de Gaza, minutos após o fim da trégua temporária iniciada no dia 24 de novembro, às 7h (horário local). Segundo as autoridades palestinas, desde o anúncio do fim da trégua nesta manhã, 54 pessoas  já foram mortas na Faixa de Gaza. "O Hamas violou a pausa operacional e, além disso, disparou contra território israelense. As Forças de Defesa de Israel retomaram os combates contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza", declarou o exército de Israel em comunicado. Já a imprensa internacional noticia que uma autoridade do Hamas afirmou que as conversações para prolongar a pausa foram “frustradas pelos israelenses” que “recusaram” a sua oferta de libertar reféns idosos do sexo masculino e os corpos de três reféns israelenses. O secretário-geral da ONU, António Guterres, "lamenta profundamente" o recomeço das operações militares em Gaza após sete dias de trégua  e diz ter esperança de que a pausa seja renovada, em mensagem publicada nesta sexta (1) em seu perfil na rede social X (antigo Twitter). Em um comunicado divulgado no aplicativo de mensagens Telegram, Ali Damush, vice-presidente do conselho executivo do Hezbollah, afirma que Israel retomou os ataques a Gaza por decisão dos Estados Unidos. “Esta guerra desde o início tem sido a guerra da América contra o povo palestino, e todas as posições estadunidenses e o curso dos acontecimentos foram indicativos de que a América não é apenas um parceiro, mas é o tomador de decisões sobre o assunto”, diz o texto.“A resistência em Gaza e em toda a região não permitirá que os israelenses alcancem os seus objetivos nesta guerra e não permitirá que os americanos e os israelenses tenham a vantagem na região”. Informações do The Washington Post e Al Jazeera.

Meio Ambiente

Lula: planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos
RED

Presidente está em Dubai, onde participa da COP28 Em seu primeiro discurso na abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (1º) que o planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos, de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas, de discursos eloquentes e vazios e do auxílio financeiro aos países pobres que não chega. “O planeta já não espera para cobrar da próxima geração”. Durante a solenidade, lula citou que a humanidade sofre com secas, enchentes e ondas de calor cada vez mais extremas e frequentes e lembrou a seca no Norte do Brasil e as enchentes no Sul. “A Amazônia amarga uma das mais trágicas secas de sua história. No Sul, tempestades e ciclones deixam um rastro inédito de destruição e morte”, destacou. “A ciência e a realidade nos mostram que desta vez a conta chegou antes”. “Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta? Somente no ano passado, o mundo gastou mais de US$ 2 trilhões em armas. Quantia que poderia ser investida no combate à fome e no enfrentamento da mudança climática. Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres famintas?” Segundo o presidente, a conta das mudanças climáticas não é a mesma para todos e chegou primeiro para as populações mais pobres. Ele lembrou que o 1% mais rico do planeta emite o mesmo volume de carbono que 66% de toda a população mundial. “O mundo naturalizou disparidades inaceitáveis de renda, gênero e raça.” “Trabalhadores do campo, que têm suas lavouras de subsistência devastadas pela seca, e já não podem alimentar suas famílias. Moradores das periferias das grandes cidades, que perdem o pouco que têm quando a enchente arrasta tudo: casas, móveis, animais de estimação e seus próprios filhos. A injustiça que penaliza as gerações mais jovens é apenas uma das faces das desigualdades que nos afligem”. Para Lula, não é possível enfrentar as mudanças do clima sem combater as desigualdades. “Quem passa fome tem sua existência aprisionada na dor do presente. E torna-se incapaz de pensar no amanhã. Reduzir vulnerabilidades socioeconômicas significa construir resiliência frente a eventos extremos. Significa também ter condições de redirecionar esforços para a luta contra o aquecimento global.” “O não cumprimento dos compromissos assumidos corrói a credibilidade do regime. É preciso resgatar a crença no multilateralismo. É inexplicável que a ONU [Organização das Nações Unidas], apesar de seus esforços, se mostre incapaz de manter a paz, simplesmente porque alguns dos seus membros lucram com a guerra. É lamentável que acordos como o Protocolo de Kyoto ou os Acordos de Paris não sejam implementados”. “Governantes não podem se eximir de suas responsabilidades. Nenhum país resolverá seus problemas sozinho. Estamos todos obrigados a atuar juntos além de nossas fronteiras. O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo”, concluiu, ao citar os ajustes das metas climáticas brasileiras, a redução do desmatamento na Amazônia e o que chamou de industrialização verde, agricultura de baixo carbono e bioeconomia. Matéria da Agência Brasil Foto: Ricardo Stuckert/PR


Artigo

Encontro da militância de esquerda discute papel estratégico do litoral norte do RS

Artigo

Encontro da militância de esquerda discute papel estratégico do litoral norte do RS
RED

De PAULO TIMM* Um inédito encontro de militantes da esquerda de Torres com dirigentes estaduais de seus partidos,  promovido pelos Diretórios Municipais do PDT e do PT da cidade, realizou-se dia 29, dando início à sua  mobilização para as eleições  de 2024. Três Presidentes estaduais estiveram presentes: Romildo Bolzan do PDT, Marcio Souza do PV e Jussara Dutra do PT. PCdoB, PSOL e PSB enviaram  representantes. O objetivo do Encontro, realizado no Plenário Ruy Ruben Ruschel da Câmara de Vereadores de Torres, foi o de consolidar a posição dos Partidos de Esquerda na cidade com uma plataforma democrática e  desenvolvimentista para as eleições do ano que vem, estimulando  a  reorganização dos seus diretórios municipais. Pouco falaram, entretanto, das questões municipais e mesmo de eleições. A estratégia dos organizadores do Encontro, que deverá se traduzir numa Carta com as várias contribuições,  foi o de chamar a atenção da importância do Litoral Norte – e de Torres, em especial -  na crise econômica e demográfica que afeta o Estado nos últimos anos. Tendo sido o Nordeste do Rio Grande do Sul uma região de nível mais baixo de desenvolvimento no estado, com pouca densidade demográfica, ele agora desponta como uma área de grande dinamismo e capaz de se oferecer como espécie de redenção para o próprio RS. Enquanto todas as regiões perdem população, o Litoral Norte cresce vertiginosamente. Talvez mais de 500 mil pessoas tenham se transferido para cá desde a deflagração da pandemia e expansão do home office. Não basta, afirmou na abertura do encontro Carlos Paiva, economista da FACAT de Taquara que se tem dedicado aos estudos de Economia Regional, um Prefeito local propor um programa estritamente municipal. Ele deve estar preparado para defender a região e o município no cenário estadual marcado por este novo protagonismo do Litoral Norte. “Agir no local, mas situando-o no todo que o refere e envolve”, disse. Carlos Paiva teve seu último livro, “A Dívida Pública e a Mídia do RS – Uma História de Incompreensões”, editado recentemente  pela Mottironi Editora, de Torres, com o patrocínio do Conselho de Desenvolvimento da cidade, evidenciando, aqui também, um protagonismo inédito do município, com ativo papel  no debate econômico que hoje envolve todo o Estado. Outro estudo, aliás, divulgado pelo Conselho Municipal de Passo de Torres (SC), revela também a importância de se articularem esforços para o desenvolvimento do Programa do Vale Sagrado do Mampituba, no que seria o maior polo de turismo doméstico num futuro próximo, articulando a Serra Gaúcha, onde nasce o Rio Mampituba, com os Grandes Canions, para chegar à rica  hinterlândia que interliga a Mata Atlântica ao litoral. O Encontro também propiciou  uma viva confraternização de militantes já organizados em torno do PT e do PDT e outros em processo de organização como PV, PSB, PCdoB e PSOL com seus dirigentes Partidários estaduais, os quais levaram consigo o recado do Litoral Norte: “Rogai por nós!” Participou do Encontro apenas o Vereador Moisés Trisch, do PT, sendo de se estranhar a ausência de outros edis, com mandatos cavados no PSB e PDT, dando a entender um possível afastamento dos mesmos destas legendas nas próximas eleições. O sucesso do Encontro, enfim, gravado por vários veículos de comunicação e disponível no YouTube,  fortalece a articulação de esquerda na cidade,  confirmada pelo índice de 35% de votação em Lula para Presidente no segundo turno no ano passado e avança no sentido da construção de uma forte presença popular na vida pública da cidade que já teve, no passado, uma Prefeita deste campo ideológico. *Economista. Imagem em Pixabay. Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para [email protected] . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

Internacional

LEIA NA ÍNTEGRA: Discurso de Lula na abertura da COP 28

Internacional

LEIA NA ÍNTEGRA: Discurso de Lula na abertura da COP 28
RED

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou na manhã desta sexta-feira (1º) seu primeiro discurso na abertura da conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes. Em um discurso forte, que rapidamente ganhou destaque internacional, Lula afirmou que gastos com armas deveriam ser usados contra a fome e a mudança climática. Além disso, frisou como o impacto climático afeta o Brasil e alertou sobre a necessidade de ter uma economia menos dependente de combustíveis. Confira o texto na íntegra: Uma mulher africana, a queniana Wangari Maathai, vencedora do prêmio Nobel da Paz, sintetizou bem o dilema da humanidade em sua relação com a natureza.  Disse ela: “A geração que destrói o meio ambiente não é a geração que paga o preço”.  O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas alertou que temos somente até o final desta década para evitar que a temperatura global ultrapasse um grau e meio acima dos níveis pré-industriais. 2023 já é o ano mais quente dos últimos 125 mil anos. A humanidade sofre com secas, enchentes e ondas de calor cada vez mais extremas e frequentes. No Norte do Brasil, a Amazônia amarga uma das mais trágicas secas de sua história. No Sul, tempestades e ciclones deixam um rastro inédito de destruição e morte.  A ciência e a realidade nos mostram que desta vez a conta chegou antes.  O planeta já não espera para cobrar da próxima geração.  O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos.  De metas de redução de emissão de carbono negligenciadas.  Do auxílio financeiro aos países pobres que não chega.  De discursos eloquentes e vazios. Precisamos de atitudes concretas. Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta?  Somente no ano passado, o mundo gastou mais de US$ 2 trilhões e 224 milhões de dólares em armas. Quantia que poderia ser investida no combate à fome e no enfrentamento da mudança climática.  Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres famintas?  A conta da mudança climática não é a mesma para todos. E chegou primeiro para as populações mais pobres. O 1% mais rico do planeta emite o mesmo volume de carbono que 66% da população mundial.  Trabalhadores do campo, que têm suas lavouras de subsistência devastadas pela seca, e já não podem alimentar suas famílias. Moradores das periferias das grandes cidades, que perdem o pouco que têm quando a enchente arrasta tudo: casas, móveis, animais de estimação e seus próprios filhos.  A injustiça que penaliza as gerações mais jovens é apenas uma das faces das desigualdades que nos afligem. O mundo naturalizou disparidades inaceitáveis de renda, gênero e raça.   Não é possível enfrentar a mudança do clima sem combater as desigualdades. Quem passa fome tem sua existência aprisionada na dor do presente. E torna-se incapaz de pensar no amanhã.  Reduzir vulnerabilidades socioeconômicas significa construir resiliência frente a eventos extremos.  Significa também ter condições de redirecionar esforços para a luta contra o aquecimento global. Em 2009, quando participei da COP15, em Copenhague, a arquitetura da Convenção do Clima estava à beira do colapso.  As negociações fracassaram e foi preciso um grande esforço para recuperar a confiança e chegar ao Acordo de Paris, em 2015. Ao retornar à presidência do Brasil, constato que estamos, hoje, em situação semelhante.  O não cumprimento dos compromissos assumidos corrói a credibilidade do regime.  É preciso resgatar a crença no multilateralismo. É inexplicável que a ONU, apesar de seus esforços, se mostre incapaz de manter a paz, simplesmente porque alguns dos seus membros lucram com a guerra.  É lamentável que acordos como o Protocolo de Kyoto (1997) ou os Acordos de Paris (2015) não sejam implementados.  Governantes não podem se eximir de suas responsabilidades. Nenhum país resolverá seus problemas sozinho. Estamos todos obrigados a atuar juntos além de nossas fronteiras.  O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo. Ajustamos nossas metas climáticas, que são hoje mais ambiciosas do que as de muitos países desenvolvidos. Reduzimos drasticamente o desmatamento na Amazônia e vamos zerá-lo até 2030. Formulamos um plano de transformação ecológica, para promover a industrialização verde, a agricultura de baixo carbono e a bioeconomia.   Forjamos uma visão comum com os países amazônicos e criamos pontes com outros países detentores de florestas tropicais. O mundo já está convencido do potencial das energias renováveis.   É hora de enfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta e trabalhar por uma economia menos dependente de combustíveis fósseis. Temos de fazê-lo de forma urgente e justa.    Vamos trabalhar de forma construtiva, com todos os países, para pavimentar o caminho entre esta COP 28 e a COP30, que sediaremos no coração da Amazônia.   Não existem dois planetas Terra. Somos uma única espécie, chamada Humanidade.  Todos almejamos tornar o mundo capaz de acolher com dignidade a totalidade de seus habitantes – e não apenas uma minoria privilegiada. Como nos convida o Papa Francisco na Encíclica “Todos Irmãos”, precisamos conviver na fraternidade.  Muito obrigado. Informações do Palácio do Planalto Foto: Ricardo Stuckert/PR

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Educação Fiscal – ferramenta para entender a sociedade

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Educação Fiscal – ferramenta para entender a sociedade
RED

De JOÃO CARLOS LOEBENS* Neste ano de 2023 o Programa Estadual de Educação Fiscal do Estado do RS completou 20 anos. Entre as atividades comemorativas esteve a realização do 1º Congresso Latino-Americano de Educação Fiscal no Teatro da PUC, com mais de 400 participantes. Notícia pode ser conferida nesse endereço: https://receita.fazenda.rs.gov.br/conteudo/19205/palestras%2c-paineis-e-apresentacao-de-livro-marcam-inicio-do-1%C2%BA-congresso-latino-americano-de-educacao-fiscal . Costumo dizer que a educação fiscal é um instrumento, uma ferramenta, que nos ajuda a entender a sociedade, a entender o mundo em que vivemos, e inclusive nos ajuda a nos entendermos a nós mesmos!  Quando falamos em educação fiscal, normalmente o mapa mental da pessoa fica meio em branco, temos dificuldade para definir a que se refere. Às vezes o pensamento remete para a figura da pessoa que fiscaliza e multa. No entanto, quando falamos de educação fiscal, o termo fiscal se refere a orçamento, ao orçamento fiscal, que é integrado, por um lado, pelas despesas (ou gastos públicos) e, pelo outro lado, pelas receitas (públicas, basicamente os impostos). Para muitas atividades na vida se utiliza o orçamento: orçamento da festa de aniversário, da construção ou da viagem. O equilíbrio entre os dois lados do orçamento é a regra do jogo, e para tanto é necessário buscar o controle sobre as receitas e as despesas do orçamento, tanto faz se é orçamento público ou orçamento privado.  Nesse sentido, para alcançar o necessário e almejado controle, é preciso conhecer os itens do orçamento, quantidades, valores e demais informações. E, para conhecer, é necessário ter acesso.  E para ter acesso, é necessária a transparência. Somente controlo aquilo que conheço, e somente conheço aquilo que tenho acesso! Por isso que a educação fiscal é tão importante: para conhecer e controlar o orçamento público de qualquer das entidades que compõe a administração pública. O ser humano é um ser essencialmente social, sendo praticamente impossível a vida sem interação com algum grupo. Na organização dos grupos sociais, em qualquer lugar do mundo e desde o início da humanidade, existem as necessidades comuns. Um exemplo disso são p.ex. as estradas, que têm um custo de abertura e manutenção. Poderíamos dizer que todos almejamos um convívio social harmônico. Isso passa, por exemplo, pela administração do orçamento público de construção e manutenção das estradas, para uso para lazer ou para trabalho. Os empresários precisam muito das estradas, tanto para que os trabalhadores cheguem para trabalhar, como para transportar a produção até o consumidor.  Quando se debate nas rodas de conversa sobre o serviço público, sobre viabilizar o a importante segurança para vida em sociedade, poderíamos afirmar que, embora seja relativamente comum ver aplausos a discursos contrários ao Estado e aos tributos, não existe no mundo, uma sociedade sequer, que consiga viver sem uma organização política, estruturada através de um Estado, nos seus diferentes formatos, e da cobrança de tributos para custear as despesas comuns à convivência.  Nesse sentido, a educação fiscal nos ajuda no entendimento de como funciona e se organiza a sociedade, desempenhando um papel fundamental para que uma sociedade alcance o convívio social, e que esse convívio social seja o mais harmônico possível. A Educação Fiscal é um caminho para a construção de um futuro melhor para a sociedade em que vivemos. *Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio Grande do Sul, doutorando em economia pela Universidade de Alcalá e membro do Instituto Justiça Fiscal. Imagem em Pixabay. Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para [email protected] . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

Politica

Disputa política no Brasil vive uma era sofisticada que deixou o jogo pesado

Politica

Disputa política no Brasil vive uma era sofisticada que deixou o jogo pesado
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De CARLOS WAGNER* Velocidade dos fatos requer líderes com autonomia no Congresso Os pensadores da disputa política brasileira sofisticaram as suas estratégias e o jogo ficou pesado. A sofisticação aconteceu porque o ambiente político mudou muito em relação à época em que a disputa era polarizada entre o PT e o PSDB. Era uma disputa civilizada, na qual a democracia não corria riscos. Agora, o embate ocorre entre petistas e bolsonaristas de extrema direita, espalhados em vários partidos, que defendem abertamente um golpe de estado. Dei-me conta disso quando ouvi o senador Jaques Wagner, 72 anos (PT-BA), líder do governo no Senado, declarar seu voto a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/2023, que limita o voto monocrático (individual) dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de outros tribunais superiores. Wagner foi seguido por outros senadores da base do governo, como Otto Alencar, 76 anos (PSD-BA), e Ângelo Coronel, 65 anos (PSDB-BA). A votação foi em dois turnos com o mesmo placar, 52 a favor e 18 contra. O senador Wagner foi criticado porque o governo era contra a PEC. No dia seguinte à aprovação da emenda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com os ministros do STF para aliviar a tensão. A imprensa publicou que Lula tinha sido surpreendido pela decisão do seu líder no Senado. Mesmo que tivesse ouvido Lula dizer que não sabia, acho isso irrelevante. Ao contrário do que ocorreu nos seus dois outros mandatos na Presidência da República (2003 a 2010), em que delegava poderes aos líderes do seu círculo pessoal, desta vez Lula sabe o que acontece ao seu redor. Pode não saber tudo. Mas sabe o essencial. Mais ainda: o senador Wagner e o presidente se entendem pelo olhar, um dito muito popular nos tempos das máquinas de escrever nas redações, usado pelos repórteres para definir a existência de uma sintonia perfeita entre duas pessoas. Essa sintonia é fundamental nos dias atuais porque os líderes do governo e da oposição precisam tomar decisões rápidas e baseadas nos acontecimentos do momento. Por quê? A oposição não é mais feita pela direita democrática. Mas pela extrema direita, que se aglutinou e se organizou graças à liderança do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL). E tem força para complicar a vida dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, 47 anos (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, 54 (Progressistas-AL). O prestígio político do ex-presidente elegeu oito senadores, 99 deputados federais e vários governadores. Faço parte do contingente de repórteres que acreditava que a derrota de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022 enfraqueceria a liderança do ex-presidente entre aqueles que elegeu. Estava enganado. Nem mesmo a sentença do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por oito anos abalou a sua liderança. Bolsonaro continua dando as cartas para os seus seguidores. Um dos motivos dessa lealdade é porque a maioria dos eleitos era pessoas sem expressão política que acreditam que serão reeleitas se continuarem fiéis ao bolsonarismo raiz, que prega o golpe de estado e outras pautas exóticas. Essa PEC do STF nasceu e cresceu entre os bolsonaristas raiz e foi enfiada garganta abaixo do senador Pacheco. A lista das brocas da extrema direita com o STF é grande, vou citar duas: a primeira foi a determinação dos ministros de que o então presidente Bolsonaro seguisse as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) durante a pandemia da Covid-19 – sobre o assunto há matérias, um documento de 1,3 mil páginas da CPI da Covid do Senado e outras inúmeras informações disponíveis na internet. A segunda bronca é com a atuação dos ministros durante a tentativa de golpe dada pelos bolsonaristas radicalizados que em 8 de janeiro quebraram tudo que encontraram pela frente no Congresso, no Palácio do Planalto e no STF, em Brasília (DF). Na ocasião, 1,2 mil pessoas foram presas e, nos dias seguintes, várias outras autoridades que conspiraram contra a democracia – há matérias na internet. Esse era o cenário na ocasião da votação da PEC do STF no Senado. A decisão do senador Wagner de votar a favor da aprovação da PEC o colocou nas manchetes dos principais noticiários nacionais durante toda a semana. Lá no meio das matérias era mencionado o berço bolsonarista onde a proposta tinha nascido. Também se tornou secundário o fato de que a PEC original foi desidratada. E que a proposta ainda tem um longo caminho a percorrer na Câmara. Trocando em miúdos. Os bolsonaristas não puderam ir para as redes sociais cantar marra que tinham colocado o STF contra a parede. Outro assunto que mostra esse novo normal na estratégia da disputa política. Na quinta-feira (23/11), aconselhado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente Lula vetou, alegado inconstitucionalidade, a desoneração da folha de pagamento das empresas de 17 setores da economia que tinha sido aprovada pelo Congresso – há matéria na internet. Houve uma gritaria imensa contra o veto por parte de empresários, sindicalistas e comentaristas econômicos. Em 2021, o então presidente Bolsonaro também vetou a desoneração da folha. O veto foi derrubado pelo Congresso Nacional. Depois, Bolsonaro sancionou uma lei que prorrogou a desoneração até 2023. Tudo indica que o Congresso vai derrubar o veto de Lula. Haddad, em uma entrevista coletiva, disse que tem um plano para substituir a desoneração da folha de pagamento. E que irá apresentá-lo quando retornar da COP-28, que acontece nos dias 29 e 30, em Dubai, nos Emirados Árabes. Até lá, acredita que já tenha acontecido a aprovação da PEC da Reforma Tributária, que tramita na Câmara dos Deputados, para onde voltou depois de ser aprovada e modificada pelo Senado. Essa proposta tramita há mais de 20 anos, e se o governo Lula a aprovar será uma vitória política. Arrematando a nossa conversa. Os repórteres da minha geração (tenho 73 anos) conviveram com golpistas que conspiravam na clandestinidade. Hoje é outra história. Eles se orgulham de serem golpistas e conseguem se eleger com grandes votações defendendo teses exóticas e fantasiosas. Não é só no Brasil que isso acontece. Há poucos dias, na Argentina, elegeram como presidente da República Javier Milei, uma pessoa que fala com o seu cachorro morto. Nos Estados Unidos, o candidato favorito para as eleições presidenciais de 2024 é o ex-presidente Donald Trump (republicano), que foi apontado como responsável pela invasão do Capitólio (o prédio do Congresso americano) por seus seguidores, em 6 de janeiro de 2021, para evitar que o Colégio Eleitoral referendasse a vitória nas urnas do atual presidente, Joe Biden (democrata). Como diziam os meus colegas repórteres dos assuntos climáticos: é o novo normal. Muitos comentaristas políticos ainda não se deram conta. *Jornalista e repórter investigativo. Publicado no blog do autor: Histórias Mal Contadas. Foto: Antonio Cruz/Agencia Brasil. Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para [email protected] . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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