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Internacional

Senado aprova entrada da Bolívia no Mercosul
RED

O Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (28), o protocolo de adesão para a entrada da Bolívia no Mercosul. Agora, com o aceite do Congresso, a proposta segue para ratificação do presidente da República. A discussão sobre a Bolívia integrar o Mercosul começou em 2006, no primeiro governo Lula. Ainda no ano seguinte, o bloco aceitou o pedido do país vizinho, durante cúpula realizada no Rio de Janeiro , um grupo de trabalho foi criado para definir como se daria a integração. Entre os critérios obrigatórios para adesão, a Bolívia precisa adotar a nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), adotar a Tarifa Externa Comum (TEC) e adotar o Regime de Origem do Mercosul. O acordo final ainda demorou nove anos para ser assinado, apenas em julho de 2015, durante o governo Dilma. Após a concordância com os termos, os parlamentos de cada um dos países-membros precisaram aprovar a proposta para que então a Bolívia se tornasse membro fixo do Mercosul. Apenas o Brasil ainda não tinha assinado o aceite. Os parlamentos de todos os países membros do Mercosul, Uruguai, Argentina e Paraguai, já tinham concordado com o ingresso da Bolívia ao bloco. Atualmente, os membros plenos do Mercosul são Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A Venezuela chegou a fazer do bloco, mas está suspensa desde 2017 por descumprimento de algumas obrigações previstas no acordo. A Bolívia é um estado associado ao Mercosul, ao lado de outros países como Chile, Peru e Colômbia. Imagem em Pixabay.

Geral

Brasileiros centenários: envelhecimento acelerado desafia o país
RED

Avaliação é de especialistas ouvidos pela Agência Brasil A sexagenária Brasília tem exatos 300 habitantes com 100 anos ou mais, segundo o Censo Populacional de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com 103 anos, um desses centenários é Ermando Armelindo Piveta, militar reformado da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e pioneiro na capital federal. Nascido em Laranjal Paulista (SP) em 1920 – mesmo ano de nascimento do poeta João Cabral de Melo Neto, da escritora Clarice Lispector, do craque Heleno de Freitas e do ator Anselmo Duarte –, Piveta viveu ao menos duas grandes aventuras brasileiras do século 20: a participação na Segunda Guerra Mundial contra as forças do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), e a construção da nova capital federal. [caption id="attachment_12744" align="aligncenter" width="754"] Ermando Piveta diante de Igreja em Fernando de Noronha, por Arquivo pessoal[/caption] Em setembro de 1942, um mês depois de o Brasil entrar na guerra, Ermando Piveta foi chamado para prestar serviço militar no 4º Regimento de Artilharia Montada do Exército, baseado em Itu (SP). “Naquele tempo não tinha sorteamento. Era convocado”, lembra, em vídeo gravado por sua filha Vivian Piveta e enviado à Agência Brasil. No ano seguinte, o expedicionário embarcou no navio de passageiro e carga Almirante Alexandrino, que navegou do Rio de Janeiro até Dakar (Senegal), para fazer treinamento no continente africano. Ele atuou na guarda do litoral brasileiro em Fernando de Noronha, Pontal do Cururipe (Alagoas), Natal e no Recife. Já reformado como segundo-tenente do Exército, Piveta trabalhou em 1958 na construção de Brasília fazendo transporte de areia e cascalho. “Todo mundo falava: ‘Brasília, capital da esperança’. Botei aquilo na cabeça e vim.” Em 1968, ele voltou para morar definitivamente na cidade. Em abril de 2020, o expedicionário e pioneiro candango, então com 99 anos, ganhou as primeiras páginas dos jornais após receber alta de uma internação de oito dias no Hospital das Forças Armadas (HFA) por causa da covid-19. A receita dele para a boa saúde e longevidade é simples: “Não beber e não fumar. [Consumir] alimento bom e sadio. [Ter] boa amizade com todo mundo e ganhar a alegria de todos.” [caption id="attachment_12743" align="aligncenter" width="754"] Ermando Piveta recebe alta do Hospital das Forças Armadas (HFA) após tratamento de covid-19 - Cb Estevam/Arquivo/CCOMSEx[/caption] Longevidade Centenários como Ermando Piveta representam 0,018% da população brasileira, ou 37.814 pessoas (27.244 mulheres e 10.570 homens) que cruzaram a linha de um século de vida. Os números na casa do milhar parecem modestos diante do total de 203.080.756 habitantes, mas, comparando as somas do Censo de 2010 e a contagem do Censo de 2022, o número de “superidosos” cresceu 66,7% (15.138 pessoas a mais). O dado é indicador da longevidade ascendente da população. De acordo com o demógrafo Marcio Minamiguchi, do IBGE, esses números podem parecer “curiosidades estatísticas”, uma vez que “a probabilidade de chegar nessas idades extremas é pequena”. Mas, na sua avaliação, o que é mais interessante é que “o fato de ter mais centenários está associado à possibilidade de ter um número maior de pessoas com seus 60, 70, 80 e 90 anos”. Raciocínio semelhante faz o secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Alexandre da Silva. “A gente deve comemorar é que nós temos mais pessoas chegando aos 100 anos. Isso quer dizer, indiretamente, que tem mais pessoas chegando aos 95, aos 90, aos 85, aos 80. Ou seja, a longevidade cada vez mais é uma constatação mais presente no nosso cotidiano.” Para a pesquisadora Daniella Jinkings, mestre pela London School of Economics and Political Science (LSE) com dissertação sobre o cuidado dos idosos pelas famílias, os dados revelados são positivos, mas “não estamos preparados para o envelhecimento. Nem a sociedade brasileira, nem o Estado”, pondera em entrevista à Agência Brasil. “Ainda cultuamos muito a juventude. As pessoas se recusam a envelhecer, ou tratam o idosos de forma pejorativa, colocam o idoso de escanteio como se a partir dos 60 anos fosse uma pessoa completamente inútil. Temos que vencer essa questão cultural, temos que vencer o desafio de integração, temos que reconhecer os idosos como sujeitos de direito, como pessoas que têm condições de decidir sobre a sua própria vida. As pessoas não querem envelhecer porque têm medo de se tornarem inúteis, serem pessoas dependentes.” https://www.youtube.com/watch?v=jslg9yzBdmc Ainda no papel Quanto à atuação do Estado e às políticas públicas, o país avançou no reconhecimento legal de direitos, avalia Daniella Jinkings. No entanto, ela assinala que “vários serviços que estão na Política Nacional da Pessoa Idosa, reiterados no Estatuto da Pessoa Idosa, ainda não saíram do papel". "Não temos serviços de cuidado domiciliar, temos uma rede muito pequena de centros dia para pessoas idosas ou de instituições de longa permanência. A integração entre as políticas intersetorialmente ainda é difícil”, avalia. A pesquisadora também destaca que o envelhecimento populacional no Brasil é “bastante desigual". "As pessoas com mais poder aquisitivo têm expectativa de vida maior do que as pessoas em situação de vulnerabilidade”, diz Daniella Jinkings. O livro A Pessoa Idosa na Cidade de São Paulo: Subsídios para a Defesa de Direitos e Controle Social aponta que na maior cidade do país, por exemplo, “observa-se que quanto mais precária a condição socioterritorial menor a proporção de idosos com idade acima de 75 anos.” A publicação acrescenta que “quanto mais vulnerável a população, maior sua concentração em territórios cujas condições são mais precárias”. Publicado com apoio da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o livro está disponível na internet. Na obra, a análise sobre as desigualdades territoriais apresenta as grandes diferenças de condição de vida entre os idosos que residem em distritos centrais, como Moema e Jardim Paulista, “bem mais providos de infraestrutura urbana e serviços”, e os que habitam a periferia, como Brasilândia e Capão Redondo, “de urbanização mais precária.” População menor A média da expectativa de vida projetada em 2021 era de 77 anos – de 80,5 anos para mulheres e 73,6 anos para homens. Esses resultados serão atualizados com as estatísticas do Censo 2022, que deverão confirmar a tendência de envelhecimento, notada nas últimas décadas quando além do aumento da longevidade ainda se observou a diminuição do nascimento de bebês. A taxa de fecundidade (também em 2021) era de 1,76 filho por mulher. A previsão é que no futuro o Brasil terá mais velhos do que crianças. Projeção publicada pelo Ministério da Fazenda - feita pela analista técnica de políticas sociais Avelina Alves Lima Neta – calcula que, em 2060, “para cada 100 pessoas entre 0 e 14 anos teremos 206,2 idosos acima de 65 anos, ou seja, dois idosos nessa faixa etária para cada uma criança ou adolescente (0-14).” Bem antes disso, a população brasileira começará a diminuir de tamanho por causa da redução da fecundidade. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), assinado pela técnica de planejamento e pesquisa Ana Amélia Camarano, prevê que a população brasileira crescerá até 2030, quando atingirá seu máximo em “aproximadamente 215 milhões.” A partir daí, o desenho da curva se inverte, deixa de ser de crescimento populacional, pois o número de brasileiros começa a diminuir e em 2040 chegará a cerca de 209 milhões, 6 milhões a menos do que na década anterior. O mercado de trabalho e a Previdência Social serão bastante impactados pelo envelhecimento e pela diminuição da população durante a formação desses cenários. É possível que as pessoas permaneçam trabalhando por mais tempo e que tenham que se tornar mais produtivas – gerar mais valor naquilo que fazem, com menos recurso e/ou em menos tempo. A análise do Ipea alerta que “aumentar a produtividade do trabalho é condição fundamental para diminuir os efeitos da redução populacional na competitividade da indústria e, por isso, ela deveria ser um dos objetivos centrais das políticas que visem a aumentar a competitividade e criar empregos". "O aumento da produtividade poderia, também, minimizar a redução da massa salarial, que é resultado da diminuição da força de trabalho, e melhorar a relação contribuinte/beneficiário e as condições atuariais atuais do sistema previdenciário”, acrescenta. O estudo evidencia que cuidar dos idosos vai além da assistência social: “A manutenção do trabalhador na atividade econômica por mais tempo requer políticas de inclusão digital, capacitação continuada, saúde ocupacional, adaptações no local de trabalho, como cargos e horários flexíveis, redução de preconceitos com relação ao trabalho do idoso, melhoria no transporte público, entre outras.” Matéria da Agência Brasil Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Internacional

Lula desembarca na Arábia e leva projetos de investimento
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou, na manhã desta terça-feira (28), em Riade, capital da Arábia Saudita, para reunião com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, chefe de Estado. Além dele, Lula se encontrará com empresários brasileiros e sauditas. “Vamos apresentar projetos de investimento no Brasil e aumentar as relações comerciais e de parceria entre nossos países nos setores de energia, agricultura e também na indústria. Também vamos apresentar os projetos do Novo PAC para investimentos em infraestrutura”, escreveu Lula em publicação nas redes sociais, ao desembarcar no país. A agenda com o príncipe herdeiro ocorre na tarde de hoje, com uma reunião ampliada com a participação de ministros e também um encontro privado entre os dois líderes. Amanhã (29), Lula estará em dois eventos empresariais, um de promoção de produtos da empresa brasileira Embraer e outro da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). A expectativa é de incremento dos investimentos sauditas no Brasil nos próximos anos. Segundo o Itamaraty, em outubro de 2019, houve um anúncio da intenção de se investir algo em torno de US$ 10 bilhões, parte dos quais já vêm sendo investidos. Após os eventos na capital saudita, Lula segue para Doha, no Catar, onde também aproveitará o contato com lideranças políticas e empresariais para aprofundar e diversificar a relação bilateral. Na oportunidade, o presidente também deve tratar da guerra entre Israel e o grupo político-militar palestino Hamas, que controla da Faixa de Gaza. O Catar é um interlocutor junto ao Hamas para negociações em relação ao conflito. As agendas no Catar ocorrem na quinta-feira (30). No mesmo dia, na sequência da visita ao Oriente Médio, a comitiva presidencial desembarca em Dubai, nos Emirados Árabes, para participar da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 28), onde fica até o dia dois de dezembro. Foto: Ricardo Stuckert/PR


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Logística tradicional transporta leite dos produtores às cooperativas gaúchas

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Logística tradicional transporta leite dos produtores às cooperativas gaúchas
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De LUIZ RENI MARQUES* O caminhão GMC 1952 percorria de madrugada os 18 quilômetros da estrada de chão batido entre Vila Mariante e Linha Chafariz, distritos de Venâncio Aires, no final dos anos sessenta, recolhendo os tarros de leite deixados na frente das dezenas de minifúndios para serem transportados até a cooperativa em Estrela onde seriam usados na fabricação de nata, iogurte, manteiga, queijo e leite pasteurizado. O sistema facilitava a vida dos produtores que, no final do mês, conferiam se o depósito de pagamento havia sido feito na sua conta corrente bancária, do fabricante, que contava com o fornecimento certo de matéria-prima e da população, que consumia produtos frescos por preços mais adequados. Esse modelo logístico funciona até hoje ganhando constantes aperfeiçoamentos nessa eficiente e racional cadeia de produção e movimentação de cargas. A estrada bucólica que serpenteia o Rio Taquari desde a ponte do Chafariz, formalmente Rodovia ERS-130, mantém parte do traçado ainda coberto de terra, sendo aos poucos pavimentada. Exceto nos períodos de chuva intensa, que provocam inundações nas margens do rio, a via atende satisfatoriamente a demanda da região. A comunhão de interesses entre produtores e fabricantes é uma tradição de mais de um século no Rio Grande do Sul, consolidada pelos imigrantes alemães, que começaram a chegar ao estado em 1824 e italianos, a partir de 1870, sem desprezar gente de outros países que também aportou no Sul do Brasil em busca de um futuro para suas vidas, deixando para trás, especialmente, uma Europa em crise. E com eles desembarcou o sistema cooperativista, surgido junto com a Revolução Industrial, na Inglaterra, França e outros países. A sua bandeira era combater as péssimas condições econômicas, sociais e de trabalho daquela transformação do mundo. Pensadores, como o inglês Robert Owen, discutiam uma forma de humanizar as relações entre o chão das fábricas, principalmente das tecelagens de Manchester, e os operários desde os primeiros anos do século 19. Mas foi o padre francês, Charles Founiér, o idealizador do que conhecemos hoje como cooperativismo, que prolifera por quase todo o globo e encontrou solo fértil para se desenvolver no Brasil. A primeira cooperativa no Rio Grande do Sul nasceu em 1902, criada em Nova Petrópolis por Theodor Amstad. O cooperativismo no Brasil, diferente da motivação inicial que levou ao seu surgimento na Europa, desde o começo objetivou suprir a lacuna que dificultava aos pequenos e médios produtores, sozinhos, escoar suas mercadorias e se tornarem mais competitivos no mercado. As cooperativas tiveram seu auge no Brasil nos anos 1970, enfrentaram crises, manchadas por gestores desonestos que fizeram o sistema balançar por corrupção. Contudo, aos poucos ratificaram sua força e atualmente formam um modelo de atuação indispensável à economia brasileira e presente em diversos segmentos produtivos do país, da criação de aves ao fornecimento de crédito. A vizinha Guiana, ao se emancipar do Reino Unido, em 1996, levou tão a sério o princípio que adotou o nome de República Cooperativista Guiana, a única no mundo. O país é, de fato, uma nação democrática com uma economia baseada no açúcar e no arroz e em minérios. Mas, voltando ao objeto básico dessa matéria, os produtores, além da segurança de ter o seu leite recolhido diariamente pelo comprador, e do dinheiro que, faça chuva, faça sol, entra na sua conta todo mês, recebem apoio técnico e financeiro para manter e melhorar a saúde das suas vacas, o manejo correto, a alimentação adequada e outras medidas garantidoras do sucesso do seu empreendimento. As cooperativas, e também as empresas que operam no setor de leite e laticínios estimulam seus fornecedores a controlarem melhor seus rebanhos e utilizarem equipamentos modernos, assegurando matéria-prima de mais qualidade para a confecção da sua linha de produtos. Eventualmente, o sistema enfrenta maçãs pobres que precisam ser banidas do cesto, como transportadores desonestos presos por colocarem água e outras substâncias no leite. A adoção de métodos mais avançados e rigorosos também ajuda a dificultar esses desvios e garantir o fornecimento de produtos saudáveis para a população. O Brasil tem um rebanho de cerca de 16 milhões de vacas leiteiras e Minas Gerais é o principal polo nacional do setor, responsável por 70% do rebanho e da produção. A região Sul vem em segundo lugar, com mais de 2 milhões de animais. O Rio Grande do Sul, além de ter dois terços das vacas leiteiras dos estados meridionais, apresenta a maior produção, com 2,3 bilhões de litros anuais e, junto com Santa Catarina e Paraná, a mais alta média de litros por vaca por ano, com 1.269 kg, contra 828 do índice nacional. A maior parte dos produtores de leite em todo o país são pequenos e médios fazendeiros. Apesar de ser um dos cinco maiores produtores, o Brasil não está entre os grandes exportadores de leite e isso se deve à qualidade, ainda considerada baixa, comparada à União Europeia, Nova Zelândia e outros exportadores, e aos altos custos de produção, que prejudicam a competitividade nos mercados internacionais. Ainda assim, o país vende leite para Argélia, Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e Filipinas. E, de tempo em tempo, enfrenta a concorrência do leite uruguaio, que chega ao mercado brasileiro, principalmente em épocas de crise na produção nacional. O apoio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) aos produtores de todos os portes, e investimentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), financiando programas de aperfeiçoamento do segmento, vêm ajudando a melhorar a qualidade e a competitividade dos nossos produtores. O apoio é importante também para evitar a diminuição do número de criadores no Rio Grande do Sul. A Emater/RS (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) cumpre atuação destacada nessa tentativa. Essa melhoria beneficia também o consumidor gaúcho e brasileiro. Quanto ao caminhão citado na abertura da matéria, ele remonta a um período que faz parte dos meus tempos de guri, época em que passei algumas férias no sítio de um tio, criador de vacas leiteiras, em Linha Chafariz. Eventualmente, pescávamos jundiás e pintados nas águas do Taquari antes do amanhecer e, quando de longe ouvíamos o ronco do motor do velho GMC verde escuro, deixávamos os caniços de lado e corríamos para a beira da estrada para ver o veículo parar em meio a uma nuvem de poeria da estrada e o motorista descer e recolher os enormes tarros cheios de leite. Quer saber mais sobre o assunto? O autor explora o tema na segunda edição do programa “Logística na sua Vida”, o novo podcast da RED. Confira: https://www.youtube.com/watch?v=y_tHzdOOeZo *Estudou Direito e História. Formado em Jornalismo. Foi repórter em Zero Hora, Jornal do Brasil, o Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Senhor e Isto É, e correspondente free lancer da Reuters, entre outros veículos de comunicação. Redator e editor na Rádio Gaúcha, diretor de redação da Revista Mundo, professor de Redação Jornalística na PUCRS e assessor de imprensa na Câmara dos Deputados durante a Assembleia Nacional Constituinte. Atualmente edita blog independente. Imagem em Pixabay. Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para [email protected] . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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A Argentina, a sua Constituição federal e a mudança

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A Argentina, a sua Constituição federal e a mudança
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De RAÚL GUSTAVO FERREYRA* A Argentina tem uma das mais antigas e distintas Constituições republicanas do mundo. Foi sancionada em 1853 e reformada em 1860, 1866, 1898, 1957 e 1994. O seu texto original de mais de 5.000 palavras tem, atualmente, mais de 12.000 palavras. Trata-se, portanto, de um dos documentos fundamentais mais escassos jamais redigidos na história do constitucionalismo.  É precisamente a sua brevidade e a sua duração de mais de 170 anos que constituem as características básicas ou propriedades primárias do instrumento de governo da Argentina.  Essa brevidade foi imaginada por Juan Bautista Alberdi, o arquiteto da constitucionalidade. Não creio que ele tenha imaginado essa duração para a sua obra jurídica, mas foi ele quem, no seu Projeto de 1852, abriu caminho para a mudança da Lei Fundamental. Por esta razão, o próprio dispositivo previsto para formalizar a "reforma" da Constituição, o artigo 30, foi redigido em 1853, pensado no ano anterior, e permanece intocável desde o início dos tempos jurídicos do direito constitucional nacional.  Eis o seu texto: "A Constituição pode ser reformada no todo ou em qualquer das suas partes. A necessidade de reforma deve ser declarada pelo Congresso com o voto de, pelo menos, dois terços dos seus membros; mas não pode ser executada senão por uma Convenção convocada para o efeito". O processo de reforma constitucional inclui: 1) A iniciativa propriamente dita, que pode ser tomada pelos membros do Congresso ou pelo Presidente.  2) A discussão no Congresso. A declaração do Congresso sobre a necessidade de reforma. E, principalmente, a obtenção de 66% dos votos favoráveis contados do total de membros do Congresso para viabilizar a reforma. 3) Finalmente, após o consenso do Congresso, abre-se um debate público e cidadão sobre os temas da Constituição que serão objeto de uma eventual alteração, seguido da eleição dos constituintes, da constituição da Assembleia, do seu regimento interno e da configuração adequada da reforma, que pode ampliar, reduzir ou rever o texto da Lei Fundamental. No entanto, há um consenso suficientemente consistente na doutrina dos autores que sustenta que a "República" e a "Democracia", ainda que não se constituam como limites explícitos ao processo de mudança constituinte, devem ser julgados como limites materiais implícitos para validar a sequência de validade de uma reforma.   Em outras palavras, equivale dizer: para além da República e da Democracia não há continuidade da Constituição Federal, mas sim, a sua abolição. Sem dúvida, a rigidez do processo de mudança constituinte foi a base rochosa que impediu a variação contínua do livro secular da cidadania argentina. O presidente recentemente eleito não apresentou rigorosamente uma plataforma de governo. No entanto, com base em debates públicos, programas de rádio e televisão, apelou à adoção de uma proposta de governança que inclui, por exemplo: (a) Dolarização da economia; b) A eliminação do Banco Central; c) A negação das alterações climáticas; d) O porte de arma; e) A venda de órgãos humanos; f) A privatização do espaço público; g) A destruição ou pulverização da justiça social; e, h) A desnaturalização da relação com o Brasil Em diferentes níveis discursivos, todas e cada uma destas propostas exigiriam uma reforma da Constituição de acordo com o processo acima descrito. Nenhuma destas medidas poderia ser adotada sem alterar-se a Constituição. Além disso, há que ter em conta que, desde 1994 quando da última reforma constitucional, a Argentina dispõe de regras de "raiz e hierarquia" constituinte e de regras de "hierarquia constitucional" indicadas e detalhadas no artigo 75, nº 22, e que decorrem do direito internacional dos Direitos Humanos e das condições da sua vigência. O que é que eu quero insinuar? Que, mesmo que se tentem ou se combinem as reformas previstas nas alíneas "a) a h)", a Argentina está agora "submetida" a "limites heterônomos" de fontes internacionais, que proíbem e punem com nulidade, por exemplo, a impunidade dos crimes contra a humanidade cometidos pelo terrorismo de Estado implementado pela ditadura militar entre 24/3/1976 e 1012/1983. A Argentina, com sua Constituição, o modelo de auto-representação assumido por seus cidadãos, está inserida na comunidade internacional de Estados; entidades comunitárias baseadas na dignidade do ser humano, na divisão do poder, no núcleo dos direitos intangíveis do homem e na submissão ao direito positivo. *Professor Titular de Direito Constitucional, Faculdade de Direito, Universidade de Buenos Aires (UBA)  Doutor em Direito (UBA). Texto traduzido por Ben-Hur Rava, advogado. Imagem em Pixabay. Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacao[email protected] . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

Cultura

Programação cultural – de 25 a 30 de novembro

Cultura

Programação cultural – de 25 a 30 de novembro
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Por LÉA MARIA AARÃO REIS** *A frase de Antonio Gramsci é mais do que conhecida. Mas não é demais relembrá-la: “O velho mundo está morrendo. O novo tarda a aparecer. Nesse claro-escuro surgem os monstros”. *Em 2019, estudo da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, a UNCTAD, revelou: “Geólogos e economistas de recursos confirmaram que o território palestino ocupado possui reservas significativas de petróleo e gás natural, na costa mediterrânica voltada para a Faixa de Gaza”. Explicado? *Milicianos, livro recém-lançado do jornalista Rafael Soares, é didático ao esmiuçar o problema da segurança no Brasil. O subtítulo informa: “Como agentes formados para combater o crime passaram a matar a serviço dele”. O livro reproduz trechos da conversa de Bolsonaro com a BBC sobre as milícias, em 2008: “Elas oferecem segurança e conseguem manter a ordem e a disciplina nas comunidades. O governo deveria apoiá-las. E no futuro deveria legalizá-las”, opinou o presidente de ocasião. *A obra Estação etnográfica Bahia: a construção transnacional dos Estudos Afro-brasileiros (1935-1967), do sociólogo e antropólogo Livio Sansone, da Universidade Federal da Bahia, acaba de ser lançada pela Editora da Unicamp. O autor revisita as principais teorias raciais desenvolvidas na cidade de Salvador a partir da década de 1930 e se baseia em estudos de quatro antropólogos estrangeiros: o casal Frances e Melville Herskovits, Edward Franklin Frazier e Lorenzo Turner. *Grande lançamento inaugurando a temporada de festas de fim de ano. Especulação cinematográfica, de autoria de Quentin Tarantino, um dos maiores cineastas de sua geração, chega às livrarias brasileiras no dia 4 de dezembro. O celebrado diretor de sucessos como Kill Bill e Pulp Fiction vai compartilhar com o público os seus pensamentos e suas opiniões sobre a sétima arte. Teoria do cinema, críticas de filmes, relatos dos diferentes períodos da história dos Estados Unidos, as mudanças mais marcantes na sociedade assim como sua fascinante história pessoal estão no livro que com certeza será um sucesso literário e cinematográfico. Tradução de André Czarnobai, da Editora Intrínseca, o volume já se encontra em pré-venda. *Narrativas Negras está na plataforma Filmicca com filmes dirigidos por cineastas negros e com protagonismo negro. Entre curtas e longas, filmes de ficção, documentários e animação. A coleção inclui filmes sobre o racismo e o colonialismo como a conhecida produção biográfica Frantz Fanon – Pele Negra, Máscara Branca; obras-primas do diretor senegalês Djibril Diop Mambéty como A Pequena Vendedora de Sol, Hienas, e Preciosa Ivie e Supa Modo. *O jornalista Jamil Chade nos lembra: “Em Gaza, em 2023, é também a nossa própria humanidade que é soterrada nos escombros a cada morte de uma criança. A utopia da paz enterrada em valas comuns”. *E Jean-Luc Godard já convidava a pensar e lembrar, na sua sabedoria: “O esquecimento do extermínio faz parte do extermínio”. *A Pallas Editora lança, neste final de ano, Era uma vez um quintal, de Andreia Prestes, ilustrado por Paula Delecave. As ilustrações são com fotos do álbum da família da autora, neta de Luís Carlos Prestes pelo lado materno e de João Massena Melo, por parte de pai, sobre quem a trama se desenvolve. Lançamento dia 10 de dezembro, às 11h00, na Janela Livraria do Jardim Botânico, no Rio. O leitor viaja com a autora até uma casa em Cascadura, subúrbio carioca, onde há cerca de sete décadas mora dona Ecila, 94 anos, avó de Andreia e viúva de Massena. *Sobre o desaparecimento de cidadãos e cidadãs durante a ditadura civil-militar no Brasil, Andreia Prestes comenta: “Esse tipo de violência praticada pelo Estado – o desaparecimento – é também uma estratégia de silenciamento. Digo pela minha família: ainda é muito difícil falar sobre esse desaparecimento”, lamenta. *Sobre velhice e sexo, a jornalista e escritora Tania Camargo Celidonio está lançando Mistérios e Aflições da sexualidade na velhice, sábado (25), na Hilário Livraria, no Largo da Prainha, em Copacabana. A roda de conversa programada para a festa será com Graça Lago, que lembra, parodiando o samba: “Estamos velhos, mas ainda não morremos”. Com ela, Mario Lago Filho. *O ativista do Comitê de Luta do Crato, Guilherme Beserra, lançou um novo livro infantil, Lenito e o Casaco de 2 Francos: A História Não Contada das Fábricas. A obra é dirigida ao público infantil e ambientada na Normandia, na França. Relata a história de Lenito, personagem que se vê diante de um ‘casaco de 2 francos’ e a partir daí embarca em jornada de descobertas e amizades onde as crianças são levadas a um mundo no qual as máquinas das fábricas tecem não apenas roupas, mas também histórias de pessoas fortes e corajosas. Parte dos recursos arrecadados com a venda do livro é destinada à Ação Entre Amigos Vai Pra Cuba! O livro está disponível na Amazon (clique aqui). *Democracia para quem? Volume que reúne palestras proferidas em 2019 por três intelectuais do movimento feminista – Angela Davis, Patricia Hill Collins e Silvia Federici –, no seminário internacional Democracia em Colapso promovido pelo Sesc São Paulo e pela Boitempo, editora que em dezembro próximo coloca essa obra no seu Clube do Livro do mês. Os temas: capitalismo, racismo, desigualdade social, ecologia, entre outros. *No volume, Angela Davis afirma que não pode haver democracia sem a luta histórica das mulheres negras: “Quando as mulheres negras se moveram em direção à liberdade, elas nunca representaram apenas elas mesmas”. Patrícia Hill Collins diz que não faz diferença pensar em liberdade para pessoas negras sem pensar no que isso significa para homens negros quanto para mulheres negras. E a italiana Silvia Federici observa a resistência das mulheres na defesa dos bens comuns: “Elas defendem seus bens quando defendem a floresta, a terra ou as águas de uma empresa da mineração ou de petróleo. Elas dizem que a Terra pertence a todos e a todas”. *O ministro do Supremo Dias Toffoli sugeriu a Bolsonaro deixar o país antes da posse de Lula: este é um dos detalhes que se encontram no livro O Tribunal – Como a Suprema Corte se uniu ante a ameaça autoritária, do jornalista Felipe Recondo (Prêmio Esso de Jornalismo de 2012) e do também jornalista e advogado Luiz Weber.  Lançamento recente, há uma semana, pela Editora Companhia das Letras. *Os concertos Candlelight voltam a iluminar lugares especiais no Rio de Janeiro: o Museu do Amanhã, (dia 26), o Teatro PRIO, no Jóquei Clube (01de dezembro) e a Igreja de São Francisco da Penitência (dia 8). *Atenção: amanhã, domingo, é o último dia da Flip, a Festa Literária de Paraty que emplaca a sua 21ª edição. A homenageada oficial deste ano é Pagu. Com ela, todas as mulheres resistentes e guerreiras desse país. **Jornalista carioca. Foi editora e redatora em programas da TV Globo e assessora de Comunicação da mesma emissora e da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Foi também colaboradora de Carta Maior e atualmente escreve para o Fórum 21 sobre Cinema, Livros, faz eventuais entrevistas. É autora de vários livros, entre eles Novos velhos: Viver e envelhecer bem (2011), Manual Prático de Assessoria de Imprensa (Coautora Claudia Carvalho, 2008), Maturidade – Manual De Sobrevivência Da Mulher De Meia-Idade (2001), entre outros. As informações acima são fornecidas por editoras, produtoras e exibidoras. A imagem é uma montagem do site Fórum21. Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para [email protected] . 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Caminhos da Democracia com Raul Pont: Dilton Castro e “A Democracia e o Meio Ambiente”
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