Brasília ensaia desmontar grades que ganhou em 2013

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

Presidente Lula mandou tirar cercas do Planalto em maio deste ano

A partir das manifestações de junho de 2013, os palácios dos poderes em Brasília ganharam grades que, ao longo dos últimos anos foram mantidas e quase passam despercebidas.

Mas uma matéria do g1 destaca a concepção modernista da capital federal:  integração entre o poder, a natureza e as pessoas.

Neste sentido, a arquiteta e urbanista Romina Capparelli deu explicações para a matéria do portal. “O piso é livre. Apenas o que se projeta acima do solo seria propriedade privada. Então, a ideia era que você pudesse circular livremente pela cidade. Isso, inclusive, no Eixo Monumental. Nos palácios e ministérios, você tem acesso livre até eles, você circula por toda a Esplanada, sem que você tenha áreas cercadas, áreas que impeçam o acesso das pessoas”.

Mas os atos de violência e tentativa de invasão do Congresso e do Palácio do Itamaraty em 2013 levaram a instalação de grades em torno do prédio, o que que seria “temporário”. Com o tempo, a medida se estendeu à outros prédios de poderes, como o STF.

No governo de Michel Temer, o acesso à residência oficial do Palácio da Alvorada, tradicionalmente aberto ao público, passou a ter barreiras. Já no governo Jair Bolsonaro, a circulação ficou ainda mais restrita.

Para Romina, as medidas foram tentativas das autoridades de ficarem “encasteladas”. “A partir do momento que você cerca áreas, a mensagem que você passa para a população, para as pessoas que vão ali, é que elas não pertencem àquele lugar, que não têm o direito de ter acesso àquele lugar”, explica a arquiteta.

Quase 10 anos depois, em maio passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou retirar as grades em torno do Planalto. Ainda que a retirada esteja sendo tímida, o cientista político Leonardo Barreto avalia a decisão como uma retomada da normalidade do processo político no país.

“De certa maneira, isso significa a política retornando para o seu leito. Depois de esparramar, depois da grande enchente e toda a destruição que ela trouxe, o rio voltou para o seu leito. Há um processo, sim, de normalização do processo político, mesmo que seja em termos que ainda estão sendo negociados”, avalia Barreto.

O Congresso continua recorrendo às grades, e o Supremo, que foi atacado com fogos de artifício por bolsonaristas em 2020, mantém as cercas. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República já afirmou que, se preciso, elas voltarão.


Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

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