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Chanceler russo diz na ONU que mundo vive ‘linha mais perigosa’ desde Guerra Fria
Chanceler russo diz na ONU que mundo vive ‘linha mais perigosa’ desde Guerra Fria
Rússia exerce presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU em abril e reitera defesa da guerra na Ucrânia
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, acusou o Ocidente de abandonar a diplomacia e propôs reformar o Conselho de Segurança da ONU, acrescentando mais países da Ásia, África e América Latina. O chanceler russo presidiu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU nesta segunda-feira (24), na qual disse que o mundo, como nos anos da Guerra Fria, se aproximou de “uma linha perigosa, e talvez ainda mais perigosa”.
“Nós, novamente, como nos anos da Guerra Fria, nos aproximamos de uma linha perigosa, e talvez ainda mais perigosa. A situação é agravada pela perda da fé no multilateralismo, quando a agressão financeira e econômica do Ocidente destrói os benefícios da globalização, quando os EUA e seus aliados abandonam a diplomacia e exigem um confronto no campo de batalha. Tudo isso dentro dos muros da ONU, criada para evitar os horrores da guerra”, declarou.
Lavrov reiterou a posição do Kremlin de culpar os Estados Unidos pela guerra que a Rússia iniciou na Ucrânia. Segundo ele, a “super-representação ultrajante do Ocidente” no Conselho de Segurança da ONU mina o princípio do multilateralismo.
“Os países ocidentais não apenas preservaram a Otan, mas, ao contrário de suas promessas, avançaram para a absorção arrogante de espaços, incluindo aqueles territórios onde existiam e sempre continuarão a existir interesses vitais da Federação Russa”, completou.
Rússia é alvo de duras críticas no Conselho de Segurança
O Secretário-geral da ONU, António Guterres, por sua vez, abriu a reunião e também falou da intervenção russa na Ucrânia. Ele destacou que a guerra continua a trazer grande sofrimento e destruição à Ucrânia e ao seu povo, agravando a perturbação econômica no mundo causada pela pandemia de covid-19.
Segundo Guterres, o sistema internacional de relações multilaterais atravessa agora seu momento de maior pressão durante toda a história da ONU.
“A tensão entre as principais potências está agora em um nível alto sem precedentes. E o mesmo com os riscos de novos conflitos por aventureirismo ou erros de cálculo”, acrescentou Guterres, que estava sentado ao lado de Lavrov.
Já a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, fez acusações mais enfáticas contra Moscou no contexto da guerra, citando regiões ucranianas que foram palco de grandes números de mortes e violações de direitos humanos.
“Enquanto estamos sentados aqui, as forças russas continuam a matar e ferir civis. Enquanto estamos sentados aqui, as forças russas estão destruindo a infraestrutura crítica da Ucrânia. Enquanto estamos sentados aqui, nos preparamos para o próximo Bucha, o próximo Mariupol, o próximo Kherson, o próximo crime de guerra, a próxima atrocidade inescrupulosa”, disse a diplomata.
Notícia do Brasil de Fato
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