Curtas
Domínio da linguagem pela inteligência artificial é o caminho para manipular a civilização, alerta o historiador Yuval Harari
Domínio da linguagem pela inteligência artificial é o caminho para manipular a civilização, alerta o historiador Yuval Harari
“A linguagem é o sistema operacional da cultura humana” afirma o historiador e autor do livro “Sapiens”, Yuval Harari em artigo publicado nesta terça-feira, 28, no jornal Estado de S. Paulo, o Estadão. No texto, Harari explica o quanto deveríamos estar mais atentos aos impactos que os produtos de inteligência artificial (IA), a exemplo do ChatGPT, tem na vida em sociedade.
O destaque fica na linguagem. Ao ser programada com a capacidade de linguagem, as pessoas não saberiam mais o que foi feito por alguém genuinamente e o que foi feito com o IA. “Narrativas, melodias, imagens, leis, políticas e ferramentas” são alguns exemplos do uso da linguagem por seres humanos e, agora, pelas máquinas também.
Nesse sentido, a manipulação de imagens, declarações, vídeos e textos contribuem para a disseminação de desinformação. Exemplo recente é a foto falsa do papa Francisco usando um casaco grande e estiloso. A imagem foi manipulação com uso de IA.
Mas para Harari não fica só nas imagens. “A inteligência artificial poderia devorar rapidamente toda a cultura humana, tudo o que produzimos ao longo de milhares de anos, digerir e começar a jorrar uma torrente de novos artefatos culturais”, escreve o historiador.
Mesmo com o cenário negativo, o texto traz algumas questões que podem receber contribuição da inteligência artificial. A cura do câncer, novos remédios e soluções para as crises climática e energética são exemplos do bom uso. Mas é preciso que esse controle da IA seja feito antes que ela controle a sociedade.
Harari entende que é preciso haver regulamentação dos sistemas de inteligência artificial assim como existem as regulamentações de empresas farmacêuticas e laboratórios de biotecnologia. As empresas por traz visam o lucro e o poder, mas isso não pode destruir a sociedade, como comenta o autor.
Foto: Focal Foto
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