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Bolsonaro recebeu 3º conjunto de joias e investigação fecha cerco ao ex-presidente
Bolsonaro recebeu 3º conjunto de joias e investigação fecha cerco ao ex-presidente
O Estadão apurou que o ex-presidente Jair Bolsonaro levou consigo um terceiro pacote de joias dadas pela Arábia Saudita quando deixou o mandato, no fim de 2022. A terceira caixa, diferente das outras duas já noticiadas na imprensa, foi recebida em mãos pelo próprio ex-presidente, quando esteve com sua comitiva em viagem oficial a Doha, no Catar, e em Riade, na Arábia Saudita, entre os dias 28 e 30 de outubro de 2019.
Além de um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes, a caixa de madeira clara, que traz o símbolo verde do brasão de armas da Arábia Saudita, contém uma caneta da marca Chopard prateada, com pedras encrustadas, um par de abotoaduras em ouro branco, com um brilhante cravejado no centro e outros diamantes ao redor, um anel em ouro branco com um diamante no centro e outros em forma de “baguette” ao redor, e uma “masbaha”, um tipo de rosário árabe, feito de ouro branco e com pingentes cravejados em brilhantes.
Segundo levantamento do Estadão, o relógio Rolex é encontrado na internet pelo preço de R$ 364 mil e os demais itens, quando comparados a peças similares, somam, no mínimo, R$ 200 mil, num somatório de mais de R$ 500 mil.
Bolsonaro trouxe as joias para o Brasil e ordenou que fossem levadas ao sei acervo pessoal. Até mesmo o formulário de encaminhamento de presentes para o presidente foi preenchido, com a especificação de cada item do conjunto de joias. Na parte inferior desta descrição, há uma pergunta que se questiona se “houve intermediário no trâmite”. A resposta é: “não”. Uma segunda pergunta questiona se o presente foi “visualizado pelo presidente”. A resposta é: “sim”. Os itens permaneceram no acervo privado de Bolsonaro por mais de um ano e meio, até que, no ano passado, o então presidente deu novas ordens para ter o conjunto em suas mãos. Isso ocorreu no dia 6 de junho de 2022. Tudo está registrado no sistema da Presidência.
A nova denúncia se soma às demais tentativas de Bolsonaro de ficar com joias recebidas do regime árabe, também reveladas pelo Estadão.
Em meio à revelação do terceiro conjunto de joias, O Globo frisa que “a investigação da Polícia Federal sobre as joias trazidas ilegalmente da Arábia Saudita pelo antigo governo está fechando o cerco contra Jair Bolsonaro”. A matéria revela que investigadores que atuam no caso apontam que o ex-presidente deve ser indiciado por peculato, e que outros envolvidos na entrada das joias de maneira ilegal para o Brasil, como o ex-ministro Bento Albuquerque e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o coronel Mauro Cid, também têm grande chances de serem indiciados.
O crime de peculato acontece quando qualquer funcionário público usa do cargo para ter a posse de um bem público, se apropriando ou desviando esse bem, para benefício próprio ou de um terceiro.
Segundo o texto, “a PF chegou a negar à defesa de Bolsonaro acesso aos documentos do caso, sob o argumento de que ele não era investigado, mas voltou atrás e abriu os autos para seu advogado. Investigadores relataram à coluna que Jair Bolsonaro será ouvido”.
Foto: Reprodução Instagram
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