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Estatueta Omama: Yanomami realizam ação, no Oscar, para protestar contra garimpo ilegal

Estatueta Omama: Yanomami realizam ação, no Oscar, para protestar contra garimpo ilegal

Geral por RED
13/03/2023 11:01
Estatueta Omama: Yanomami realizam ação, no Oscar, para protestar contra garimpo ilegal

Artistas receberam objeto muito semelhante à premiação clássica de Hollywood, mas com figura de guerreiro indígena

Em protesto contra o garimpo ilegal, o povo Yanomami enviou uma estatueta semelhante a do Oscar para artistas candidatos ao principal prêmio de cinema mundial, que acontece neste domingo (12) nos Estados Unidos.

A ação, protagonizada pela Associação Urihi em parceria com a agência de publicidade DM9, presenteou 20 artistas com uma reprodução de Omama, “guerreiro criador, protetor da Amazônia e do povo Yanomami”, descreve Junior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami, no vídeo promocional da ação.

A estátua foi feita pelo artista plástico, Felipe Corcione e é composta de cerâmica e a pintura e os adereços fazem referência a Omama.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Junior Hekurari confirmou que as estatuetas “já foram enviadas para os agentes de todos os indicados. Agora estamos monitorando o recebimento principalmente dos vencedores pós cerimônia.”

Junior Hekurari é liderança indígena protagoniza o vídeo da campanha lançada neste final de semana no canal O Custo do Ouro.

“As pessoas que vão ao Oscar tem o poder de mudar a cultura popular de todo o planeta. Abandonar o ouro é uma mudança que tem que começar por quem molda a cultura popular. Por isso estamos pedindo o apoio deles, para que o ouro ilegal vire um tema global, porque é sim uma tragedia global que até agora não recebeu a atenção necessária”, afirmou a liderança.

“A estatueta do prêmio é coberta por ouro 24 quilates, a forma mais pura de ouro, se é que existe forma pura de ouro”, questiona Hekuari no vídeo.

Garimpo em alta

A mineração em terras indígenas na Amazônia Legal aumentou 1.217% nos últimos 35 anos, saltando de 7,45 quilômetros quadrados em 1985 para 102,16 km2 em 2020.

Quase a totalidade (95%) dessas áreas de garimpo ilegal está concentrada em três terras indígenas: Kayapó, seguida pela Munduruku e a Yanomami.

Os dados são de um estudo feito por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade do Sul do Alabama, dos Estados Unidos. Os resultados do trabalho foram publicados na revista Remote Sensing.

“Na nossa cultura, ouro é sinônimo de sucesso, mas é importante saber a que custo. O ouro ilegal é garimpado com mercúrio. Litros e mais litros são despejados nos nossos rios, matando nossos animais, matando nossas florestas, matando nosso povo”, cita Junior Hekuari no vídeo.

A liderança indígena pede que os vencedores do Oscar tenham a consciência do que significar “carregar esse ouro nas suas mãos”. Hekuari lembra que “nos próximos dias você [vencedor do Oscar] também tem a oportunidade de se apresenta diante de milhões de pessoas e pedir para o mundo todo o fim do garimpo ilegal”.

“Omama está com você enquanto você ajuda na luta contra o garimpo ilegal, a morto do nosso povo e da nossa terra”, finaliza Hekuari no vídeo da campanha.


Matéria do Brasil de Fato

Foto: Reprodução Youtube

 

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