De ALEXANDRE CRUZ*
Nesta quinta-feira o sol estava abrasante. Realmente um dia lindo. Já sabemos que o Brasil foi eliminado da Copa do Mundo e que a decisão será entre Argentina x França. Será no domingo, meio dia. Muitos fatos sucederam no mundo e no Brasil. Um deles é a diplomação do Lula que ocorreu na segunda-feira, 12. E à noite, a extrema direita promoveu ataques nas quadras em Brasília. E ontem, Alexandre Moraes, ministro do STF, expediu 81 mandados contra pessoas que estão praticando atos antidemocráticos.
Enquanto escrevo, escolho uma canção para embalar as letras do meu artigo para a RED. Decidi pela música Blowin’ in the Wind, do Bob Dylan. Logo de começo a letra diz: Quantas estradas um homem precisará andar/até que possam chamá-lo de homem?/Sim, e quantos mares uma pombra branca precisará sobrevoar?/Até que ela possa dormir na areia?/Sim, e quantas balas de canhão precisarão voar/Até para serem banidas?
Dylan faz um questionamento dos atos egoístas, perversos, que poderia muito bem encaixar perfeitamente aos golpistas. Sim, golpistas. Há que ser claro com os nomes. Felizmente as instituições estão funcionando. Com destaque ao Supremo Tribunal Federal. Desde a promulgação da Constituição de 1988, o STF tem ganhado poderes. Com todos os seus defeitos, fragilidades e fragmentação, o Supremo tem sido o guardião da nossa Carta Magna.
Aqueles que pretendem enfraquecer o STF buscam, na verdade, um tribunal de exceção, Não há outro caminho a trilhar sem o Supremo Tribunal Federal. Mesmo com jogo de vaidades, cada juiz é um tribunal de si mesmo. No entanto, vamos afirmar, nestes dois últimos anos, os ataques do Jair Bolsonaro conseguiu uni-los.
Em questão de semanas, Lula presidirá este país. Terá oportunidade de escolher dois ministros que irão se aposentar. E o terceiro, muito provavelmente será o Luiz Roberto Barroso, que diferente do Toffoli, não planeja ficar no STF por décadas. Um dos perfis que o PT irá escolher deve ser parecido com o de Gilmar Mendes. Mendes, escolhido pelo Fernando Henrique Cardoso, possui uma brutal capacidade de articulação interna e externa.
Enfim, nos tempos atuais, temos uma gratidão pelo Supremo por defender a democracia tão atacada por este atual governo e um agradecimento especial à figura do Alexandre de Moraes. Ciente que entraremos em rota de colisão mais adiante, no entanto, o bem maior e precioso que é a democracia foi defendida pelos onze magistrados.
*Jornalista.
Foto de Alexandre de Moraes – Antônio Augusto/Secom/TSE.
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