Opinião
Reflexão sobre a realidade do nosso país
Reflexão sobre a realidade do nosso país
De DAIANA SANTOS*
Há dois anos, recebíamos a notícia do espancamento de um homem negro no estacionamento Hipermercado Carrefour Passo d’Areia, em Porto Alegre.
João Alberto Freitas, 40 anos, torcedor do São José, prestador de serviços, foi morto por asfixia em decorrência da embolização dos seguranças. Uma forma semelhante ao assassinato de George Floyd por um policial branco nos Estados Unidos.
Os seis acusados da morte vão a júri popular, em informação divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Porém, de lá para cá, o que realmente mudou?
Há poucas semanas, Seu Jorge era chamada de macaco, mulheres negras eram agredidas em uma farmácia e jovens negros recebiam uma abordagem racista na mesma rede de supermercados, no bairro Partenon.
Dados da Delegacia de Combate à Intolerância da Capital mostram que os casos de racismo aumentaram de 24 casos em 2021 para 61 casos entre janeiro e setembro de 2022. E esses são apenas os casos registrados.
Por isso gritamos que a luta antirracista não para por aqui. Antirracismo não é discurso, é prática. É construir uma sociedade justa para as pessoas negras, porque se ela é boa para elas, a sociedade será boa para todas e todos.
Neste 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, nós negros, indígenas e pessoas antirracistas temos um encontro marcado a partir das 16h, na Marcha Independente Zumbi Dandara, no Largo do Zumbi.
Agora é assim. Seguimos em luta por Beto, Jane, pela juventude negra e para mostrar que o racismo não será mais tolerado.
*Educadora social e sanitarista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é a primeira vereadora eleita assumidamente lésbica em Porto Alegre e Deputada Federal eleita em 2022 pelo PCdoB.
Imagem – Reprodução de postagem no Instagram.
As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.
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