Por SILVANA CONTI*
Tainara foi vítima de uma violência extrema que lhe roubou a vida, o tempo e o futuro.
Seu assassinato não é um fato isolado, mas expressão de uma estrutura patriarcal que historicamente autoriza o controle, a dominação e a morte das mulheres.
A violência que atingiu Tainara não começa no momento final: ela é produzida e sustentada pelo patriarcado, pelo silêncio cúmplice, pela impunidade e pela naturalização do machismo.
Ao dizermos seu nome, recusamos que sua morte seja apenas mais um número e afirmamos que o feminicídio é uma violência social, política e coletiva.
O feminicídio não é tragédia individual.
É violência estrutural.
No Brasil, mais de 1.400 mulheres são assassinadas por ano por razões de violência de gênero.
Isso significa que mais de 10 mulheres são mortas todos os dias.
A maioria desses crimes acontece dentro de casa.
A maioria é cometida por homens conhecidos: companheiros, ex-companheiros, familiares.
A casa que deveria ser espaço de proteção, tornou-se cenário de morte.
Cada feminicídio é um fracasso coletivo.
Da justiça que não protege.
Do Estado que não previne.
De uma cultura que naturaliza o controle, a posse e a violência contra os corpos das mulheres — sobretudo das mulheres negras, pobres, lésbicas e trans.
O fim do feminicídio exige compromisso direto dos homens.
Não basta dizer “eu não sou assim”.
É preciso romper o silêncio, intervir, responsabilizar agressores, questionar o machismo cotidiano e transformar masculinidades violentas.
Amor não controla.
Amor não ameaça.
Amor não mata.
Por Tainara, exigimos políticas públicas eficazes, prevenção, educação para a igualdade de gênero e responsabilização dos agressores.
Não aceitaremos mais nomes virando estatística.
Não aceitaremos mais mulheres mortas.
Seguiremos nas ruas, nas redes e em todos os lugares para NOS MANTERMOS VIVAS!
Por Tainara.
Por todas.
Não recuaremos.
*Silvana Conti é professora aposentada da RME, Diretora de Formação do SIMPA, Membra do CC – Partido Comunista do Brasil, Direção Nacional da UBM na coordenação LBT, Mestra em Políticas Sociais e Doutoranda da Educação/UERGS.
Foto de capa: Reprodução redes sociais




