O Ministério da Justiça oficializou, nesta quinta-feira (4), a demissão dos delegados de carreira Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor-geral da Abin. A medida ocorre após o Supremo Tribunal Federal comunicar ao governo federal as condenações de ambos por participação na tentativa de golpe de Estado.
As demissões foram assinadas pelo ministro Ricardo Lewandowski, a quem a Polícia Federal é subordinada. Com a perda do cargo público, os dois deixam de receber os salários e demais benefícios da carreira.
Condenações no STF
O STF responsabilizou Torres e Ramagem por integrarem o núcleo operacional da trama que buscou romper a ordem democrática, culminando na tentativa de golpe e na depredação dos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Alexandre Ramagem, condenado a 16 anos de prisão por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e golpe de Estado, está foragido nos Estados Unidos. A Câmara dos Deputados já havia congelado seu salário parlamentar. Ele é o único dos condenados do núcleo central que permanece fora do país. Parte da ação penal envolvendo atos posteriores à sua posse como deputado está suspensa, por decisão judicial.
Anderson Torres recebeu pena de 24 anos de prisão pelos crimes de abolição violenta do Estado de Direito, organização criminosa, tentativa de golpe, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Além de ministro da Justiça no governo Bolsonaro, Torres comandava a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal durante os atos de 8 de janeiro.
Atualmente, Torres cumpre pena em uma cela especial de 54 m² na chamada Papudinha, área destinada a policiais dentro do Complexo Penitenciário da Papuda. O espaço é maior, inclusive, que a cela especial reservada ao ex-presidente Jair Bolsonaro na sede da Polícia Federal em Brasília.
Imagem destacada: Montagem de Alexandre Ramagem e Anderson Torres, com fotos de Valter Campanato e Joédson Alves, respectivamente, da Agência Brasil




