Na quarta-feira, 26, o país amanheceu com uma notícia que remexe com esperanças e responsabilidades: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a vacina Butantan-DV — a primeira no mundo de dose única contra a Dengue.
Por que isso é um divisor de águas
- A Butantan-DV mostrou-se eficaz em testes clínicos — com eficácia global de ~79,6% contra dengue sintomática e proteção de até 89% contra formas graves ou hospitalização.
- A vacina é tetravalente: protege contra os quatro principais sorotipos do vírus da dengue — uma aposta robusta diante da variabilidade dos arbovírus.
- A dose única quebra uma barreira logística e de cobertura vacinal: sem a necessidade de um reforço, será mais fácil vacinar populações amplas e garantir adesão, especialmente em regiões com infraestrutura precária.
O cenário epidêmico torna a novidade ainda mais urgente: o Brasil convive com ciclos consecutivos de casos de dengue, o que reaviva a necessidade de uma vacina eficiente e fácil de aplicar.
Além disso, o imunizante representa um triunfo da pesquisa e da produção nacionais. Desenvolvido pelo Instituto Butantan, a Butantan-DV reforça a ambição do país de depender cada vez menos de laboratórios estrangeiros em saúde e vacinas.
O que muda — e o que ainda resta definir
- A vacina está aprovada tecnicamente. Agora, há etapas administrativas finais: assinatura de compromisso e registro formal.
- A faixa etária inicial autorizada é de 12 a 59 anos. A expectativa é que o imunizante seja incorporado ao programa público de imunização, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), em breve.
- Produção já começou, com previsão de entrega de milhões de doses nos próximos anos — um esforço coordenado entre governo, Butantan e parceiros públicos-privados.
Por outro lado, a vacina não é uma “varinha mágica”: enquanto a cobertura vacinal não atingir massas críticas, a prevenção tradicional — controle do mosquito, eliminação de criadouros, campanhas de saúde pública — continua essencial.
Imagem destacada: Butantan/Divulgação




