Por LÉA MARIA AARÃO REIS*
Denunciando o massacre que continua. Israel não respeitou o cessar-fogo de 10 de outubro nem por um único dia. Os bombardeios e as demolições continuam, particularmente na parte oriental do enclave que Israel ocupou e que não parece disposto a ceder. Dois palestinos morreram, essa semana, em um bombardeio na cidade de Bani Suheila, a leste de Khan Younis.*E crianças e adolescentes palestinos continuam desaparecendo em Gaza. Seis deles, enquanto procuravam comida ou tentavam voltar para casa. As famílias vasculham hospitais, necrotérios e organizações humanitárias em busca de vestígios deles. Mais crueldade: o exército israelense destruiu um parque infantil, em Sheikh, em al-Qubeiba, noroeste de Jerusalém Oriental. *Os pogroms se sucedem na Cisjordânia, com a expulsão das palestinos de suas terras e dos seus vinhedos; colonos ilegais os substituem na colheita. (EuroPalestine). *O Festival de Cinema Italiano, em parceria com o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, promove uma experiência importante, de cinema a céu aberto nos próximos dias 24 e 25. Serão duas sessões especiais de cinema ao ar livre, com projeções às 19h, no jardim do Instituto. Abertura dos portões às 18h30. *No dia 24, inclusive, um grande filme será mostrado. Ladri di Biciclette, Ladrões de Bicicleta, obra-prima do de Vittorio De Sica realizada em 1948. No Instituto Italiano de Cultura/São Paulo. *O longa Milton Bituca Nascimento, de Flavia Moraes, concorrente ao Grammy Latino 2025 na categoria de melhor vídeo musical. O documentário concorre com Papota — Ca7riel & Paco Amoroso; Iradoh — 3 Atos De Irmandade: A Música, O Crime E A Justiça; Hodari; Mon Laferte, Te Amo; e Lamento, de Gaby Moreno. *Milton Bituca Nascimento coloca uma pergunta: como explicar o fascínio que o nosso músico causa no Brasil e no mundo com a sua obra? O que suas composições e performances geram um laço tão forte com fãs de todas as idades e lugares, ao mesmo tempo em que motiva pesquisas e aulas em universidades renomadas? (Globoplay). *O cientista político e professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, Luis Carlos Miguel, referindo-se a Roberto Campos Neto, que, ele lembra, “repete a ladainha: ‘Taxar os ricos é punir o sucesso'”. Argumenta o professor Miguel: “Pois o sucesso da democracia depende de derrotá-los. A luta contra a tributação progressiva é uma prioridade dos proprietários. (…) Afinal, imposto é luta de classes. É importante vencer esta luta. Mas, de maneira mais geral, é fundamental derrotar os ricos. Sem isso, qualquer democracia é impossível”. *Um dos grandes cartazes apresentado durante a COP30, em Belém, nessa semana especialmente cinematográfica, é A Queda do Céu, exibido no Instituto Ciência de Arte, edifício histórico na Praça da República da capital do Pará, e mais: com a presença de Davi Kopenawa e do diretor Eryk Rocha para debate com o público. Vencedor de 25 prêmios nacionais e internacionais, A Queda do Céu estreou no Festival de Cannes. e o líder Davi Kopenawa é personagem central do doc, acompanhado pela comunidade de Watorikɨ durante o importante ritual Reahu. Detalhe: o longa é baseado no livro homônimo escrito pelo xamã em conjunto com o antropólogo francês Bruce Albert. Nos cinemas, em 20 desse mês.*”Enquanto líderes do mundo se reúnem em Belém para decidir o futuro do planeta, uma HQ da Nemo que esclarece de forma fácil e lúdica o que está realmente em jogo”, propõe a Editora Autêntica. O mundo sem fim, de Jean-Marc Jancovici e Christophe Blain, é anunciado como leitura para quem quer entender por que a transição energética é o grande desafio das próximas décadas e a razão de ser da COP 30. É leitura acessível e com um bom senso de humor, diz quem já o leu. *Palco político cada vez mais vulgar. Um presidente da República que só faz esgares; não sorri. E um governador que enterra as mãos nos bolsos para expressar descaso à visita do Ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, barrigão à mostra. A plateia está cansando.
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*Léa Maria Aarão Reis é jornalista.
Ilustração de capa: Marcos Diniz




