Por ANGELO CAVALCANTE*
Esse mesmo sujeito que assaca, que ofende professores e instituições de ensino superior, tascou a zombar, a ridicularizar e destratar professores da Universidade Estadual de Goiás, a partir de sua Unidade de Formosa.
O docente, um professor experimentado, muito bem qualificado e seguro de sua base formativa, ensinava, refletia do sentido científico de um fazer histórico profundo, denso e, sobretudo, humano.
Pois olhem… Na parla clara e articulada do mestre, o sujeito, ao mesmo tempo, lançava risos e gracejos de deboche, de menosprezo e de afronta contra seus próprios professores
E numa Unidade, tal qual as demais, organizada, gerida por professores, onde, desde a limpeza, zeladoria; passando pelo cuidado e pela assepsia de banheiros e logradouros, perpassando pela direção e verificação diária de professores; a montagem e feitura de horários, a distribuição de tempos e o cuidado com o integral cumprimento de planos e ementas de ensino e que cabe e exige, por óbvio, a ação profissional de professores sérios e dedicados e… Toda essa troça perpetrada por um marginal advindo dos assanhamentos e imposturas políticas de uma extrema direita integralmente disposta a incendiar o país.
O vídeo infame se replicou em velocidade viral…
Esse gesto de ofender, de macular a honra de um professor… Apenas isso já deve acionar e encetar um Processo Administrativo e Disciplinar (PAD) contra o referido sujeito.
Nem vou contar do fragmento absurdo em que descontextualiza propositadamente a fala e o pronunciamento da Profa. Dra. Divina Leonel Lunas, posição exposta em audiência pública na Assembleia Legislativa de Goiás; aliás, esse ardil de militar, de realizar periplos sobre fragmentos audiovisuais é estratégia velha, batida e manjada da extrema direita e que visa manipular, deturpar e promover dissonâncias e incompreensões nisso e que denominamos de opinião pública.
Ora… Um texto é uma totalidade e que só deve ser compreendido, clarificado, traduzido sob a integralidade densa de sentidos e nuanças dessa mesma e respectiva totalidade.
Já imaginaram uma obra machadiana e que será exigida para o próximo vestibular e o estudante de “tal” lê apenas suas primeiras páginas?
Isso, de certo, não terminará bem!
A estratégia dessa matreirice é que o sujeito aposta todas as suas fichas na ignorância, no arroubo, na irracionalidade típica do brutalismo brasileiro no que se refere a investimentos fundamentais como a educação.
No vídeo, já atingindo quase um milhão de visualizações, a professora Divina Lunas, denunciava, por exemplo, a falta de um efetivo Plano de Cargos e Salários, as perdas salariais e que toda a categoria estava a sofrer; tratava ainda das dificuldades de gestão unidade por unidade e que, por fim, a falta de horizonte salarial desmobiliza, desanima e capa a docência de algum futuro.
É nessa altura que Lunas, economista, doutora, pós-doutora pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), presente em bancas de mestrado e doutorado em Goiás e no Brasil afora denunciava esse cenário de penúria.
Como é próprio das comunicações de Divina, a professora dialoga, trança seu instante pessoal com sua própria vida; filha de nordestinos, advinda do latifúndio de Santa Helena de Goiás, família de gente pobre e trabalhadora e que possui uma vida dedicada às atividades da educação.
Esse é o quadro!
O sujeito, perverso e mal intencionado, ficou escandalizado porque Divina anunciou R$ 11.000,00 de rendimentos brutos depois de ter perdido direitos, rendas e benefícios após ter sido compulsoriamente desligada, demitida da UEG em função de um câncer tratável.
O curioso é que o sujeito nunca denunciou um major da PM e seu soldo de R$ 35.000,00/R$ 40.000,00; um tenente-coronel e seu ordenado de R$ 50.000,00.
Medroso, vil e salafrário, nunca denunciou promotores, alguns deles, com remunerações e sinecuras que chegam a R$ 70.000,00, R$ 80.000,00 ou R$ 100.000,00.
Que dizer de desembargadores e que mordiscam R$ 100.000,00, R$ 150.000,00 ou R$ 200.000,00 ao mês?
Wilker Leão é um covarde, um moleque mimado, medroso e desclassificado e que deve, de imediato, ser enquadrado em todos os códigos e estatutos disciplinares da UEG para o bem dessa própria UEG.
Atacar professor é fácil… Aliás, virou moda, tesão e fetiche nesse país ordinário e miserável; quero ver peitar os “eleitos” do serviço público em favor de isonomia, igualdade e respeito ao trabalho e aos trabalhadores.
Todo apoio à Divina Lunas!
Abaixo o fascismo!
*Angelo Cavalcante é economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Itumbiara.
E-mail : angelo.cavalcante@ueg.br
Foto de capa: Reprodução




