Por ANGELO CAVALCANTE*
O dia do servidor público é celebrado desde 1938; este dia como instante de pensamento e reflexão acerca deste contraditório ser, ganhou corpo, forma e movimento a partir do então Conselho Federal do Serviço Público Civil e que, à época, buscou homenagear, render loas para todos e todas e que geraram, produziram leis, procedimentos e ações visando o público, o serviço ao público, o bem-estar do povo.
Para o tempo presente, em algumas unidades da federação, este dia é tido e assumido como feriado; em outras, apetece o dúbio “ponto facultativo”.
De todo modo, o servidor público é o que o próprio nome e distinção diz: existe e se realiza no serviço, no auxílio, proteção e acompanhamento às pessoas e independentemente da cor da pele, da origem, da opção política, sexual ou religiosa, de sua classe social ou da preferência futebolística.
O servidor serve ou nada é!
Em sua conduta diária, realiza, dá forma para os mais modernos princípios e preceitos humanos e civilizacionais criados e atingidos pela humanidade.
Em outras linhas, os mais adequados e acertados intentos do Estado viram realidade objetiva e história concreta com o trabalho definitivo de servidores públicos.
Não há Estado sem a participação decisiva, central e fundamental do servidor público e ponto final.
Eles são professores, juízes, policiais, bombeiros, advogados, administradores, contadores, economistas, médicos, enfermeiros, programadores, sociólogos, antropólogos, geólogos, artistas, dentistas, enfermeiros, fisioterapeutas, tratadores, assistentes sociais e mais uma plêiade de outros profissionais e absolutamente decisivos para a própria elevação da qualidade de vida, a qualidade humana de nosso povo.
Esses são os servidores públicos e que, a duras penas e submetidos a todos os tipos de provações, realizam seus sempre complexos fazeres e conseguem ao fim, compor uma ampla rede, uma larga teia de ações e serviços que protege, resguarda e salva vidas.
Para rápida e ligeira compreensão… Em caso de guerra ou catástrofe natural, os servidores públicos são os que não saem, são os que não podem sair; são os que ficam, que, por lei, permanecem para o auxílio e cuidado com os que sofrem, com os que estão aflitos.
Eis um pouco do que são os milhares desses servidores no cumprimento de seus trabalhos.
Bom…
É claro que existem problemas, surgem excessos, malfeitos e perversões e que constrange toda a concepção suprema e magistral de servir; ainda assim, essas máculas são irrisórias ante a grandeza superior dos trabalhos de milhões desses dignos homens e dessas dignas mulheres.
Trocando em miúdos, a proteção e promoção do serviço público é o próprio cerne, sentido e consistência da democracia.
Assim, não há erro se afirmo que a alma, o espírito da democracia é o serviço às pessoas, sobretudo e principalmente àquelas e que mais necessitam.
É nesse particular que todos nós, servidores federais, estaduais e municipais, devemos estar atentos, observantes e afiados no combate, por exemplo, ao infame e vil projeto contido na Proposta de Emenda Constitucional 38/2025, um produto, uma aberração desumana “made in centrão”; um “ovo da serpente” deixado, largado nas desovas odientas do bolsonarismo e que arrasa, destrói, terceiriza e quarteiriza o serviço público brasileiro onde o bem pouco de estabilidade e autonomia desaparece, direitos adquiridos somem e somos, por fim, todos nós, submetidos às ong’s, os’s ou oscip’s da vida nisso e que será o maior atentado contra o trabalho e já realizado no Brasil.
É um crime presente e já em curso pelo pior Congresso Nacional da história brasileira e que visa exterminar com o futuro e castrar, por conseguinte, o Estado de sua função mais notável e básica: servir o povo com dignidade, seriedade e compromisso .
Nesses termos, essa – mais essa – víbora neoliberal está presente, cresce e ameaça abertamente o próprio futuro dos brasileiros.
É luta!
O grande e insuperável Lênin nos questionara: Que fazer?
Ora, senhor…
Às ruas!
Um VIVA aos servidores públicos do Brasil!
*Angelo Cavalcante é economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Itumbiara.
E-mail : angelo.cavalcante@ueg.br
Foto de capa: Reprodução




