Diplomacia de batik, servilismo tropical e o baile dourado de Trump
🌏 Lula em Kuala Lumpur: batik, bolo, doutorado e tropeço diplomático
1. Lula 80 anos: batik, bolo e a dança de Janja
O presidente Lula celebrou 80 anos na Cúpula da Ásia, em Kuala Lumpur, num clima entre diplomacia e festa de casamento multicultural. Vestido com uma túnica batik que faria inveja a qualquer estilista de Ipanema, ele soprou as velinhas enquanto Janja roubava a cena dançando com o primeiro-ministro da Malásia. O vídeo rodou o mundo — metade achando “fofo”, a outra metade garantindo que era o prenúncio do fim do Ocidente.
2. Doutor honoris causa nº — perdeu-se a conta
Aproveitando a visita, Lula recebeu mais um título de doutor honoris causa, desta vez de uma universidade asiática. Nenhuma relação com o aniversário: o homem simplesmente coleciona títulos simbólicos como quem junta figurinhas da Copa. Já são dezenas — de Oxford a Paris, de Coimbra a Buenos Aires. É o presidente brasileiro mais diplomado da história, e o único que pode discutir política internacional e, se sobrar tempo, dar uma aula magna sobre o assunto.
3. O tropeço da língua e a surdez da imprensa
Durante discurso, Lula criticou o bombardeio de embarcações acusadas — sem prova — de transportar drogas, e quis lembrar que o tráfico é uma cadeia de responsabilidades que inclui também quem consome. No meio da fala, tropeçou nas palavras, e pronto: a imprensa brasileira esqueceu o tema central (as mortes e os bombardeios sem julgamento) e transformou o tropeço em manchete nacional.
Enquanto o noticiário local se preocupava com o verbo “ser”, o mundo seguia com navios afundados e cadáveres flutuando. A ONU, claro, assistindo de camarote, pipoca na mão.
4. Lula e Trump: encontro diplomático sem fantasma de Bolsonaro
No domingo, Lula deve se reunir com Donald Trump para discutir tarifas comerciais. Fontes da diplomacia dos EUA garantem que o assunto “Bolsonaro” está fora da pauta — Trump “já virou a página”. A dúvida é se a página virou sozinha ou se foi arrancada.
🌪️ Trump, Casa Branca de Ouro e a Diplomacia de Bombas
1. A Casa Branca virou salão de baile milionário
Donald Trump decidiu que a residência oficial do presidente dos EUA estava “sem glamour suficiente”. Mandou reformar — de novo — e transformar uma das alas da Casa Branca num salão de baile de US$ 60 milhões, digno de casamento Kardashian com coroa imperial. O novo projeto inclui lustres de cristal austríaco, colunas folheadas a ouro e um piso capaz de refletir até o ego presidencial.
2. Enquanto reforma o salão, Trump reforma o mapa-múndi
Entre uma reunião com decoradores e outra com generais, Trump ordenou bombardeios contra embarcações suspeitas de tráfico no Pacífico e despachou o maior porta-aviões do mundo para o Caribe, “só pra mostrar quem manda”. O alvo da vez é a Venezuela, que recebeu a “mensagem diplomática” na forma de caças sobrevoando o litoral. O mundo protesta; Trump responde no X: “foi só uma visita com fogos de artifício”.
3. A ONU e o respeito à soberania: meros figurantes
Enquanto Trump faz geopolítica com tapete vermelho e bombas teleguiadas, a ONU continua na sua função atual: observadora passiva e café frio. No palco global, Trump brilha como um Nero moderno — só que, em vez de tocar lira enquanto Roma pega fogo, ele organiza bailes enquanto o mundo arde.
❄️ María Corina, o Nobel esquecido e a diplomacia congelada
1. O Nobel que a Noruega deu — e depois fingiu que não deu
A líder da oposição venezuelana María Corina Machado foi anunciada vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, concedido pelo Conselho Norueguês do Nobel, por sua “luta pela democracia”. Tudo lindo — até o Conselho Norueguês da Paz, responsável pela cerimônia, decidir que a entrega não estava “alinhada com seus valores”.
Traduzindo do norueguês diplomático: “a gente até deu o prêmio, mas não quer ser visto no mesmo salão”. O Nobel da Paz de 2025 virou o primeiro da história a precisar de advogado pra descobrir quem realmente quer entregá-lo.
2. Da neve ao fogo: Caracas fecha a embaixada da Noruega
Em resposta à premiação (e à vergonha internacional), o governo venezuelano resolveu encerrar relações diplomáticas com a Noruega. Caracas anunciou o fechamento de sua embaixada em Oslo e de mais uma dúzia de representações, sob o argumento de “revisão estratégica”.
Na prática, foi um chilique geopolítico: a Venezuela saiu da festa antes de ser expulsa.
💣 A Família que Amava os EUA: do servilismo em Davos ao pedido de bombardeio na Guanabara
1. Bolsonaro, o patriota que bate continência à bandeira alheia
Em 2018, Jair Bolsonaro já dava spoiler: bateu continência à bandeira dos EUA com a devoção de quem reencontra o messias na alfândega. No Fórum Econômico Mundial de Davos, em 2019, defendeu a exploração “conjunta” da Amazônia com os americanos — porque nada diz “soberania” como dividir o quintal com o vizinho armado.
Foi o nascimento da diplomacia submissa versão “Yes, sir!”. O Brasil virou aluno bajulador na escola global.
2. Os aprendizes do servilismo: agora querem bombardeio com jeitinho americano
Anos depois, os filhos seguiram direitinho a lição do pai. Enquanto Eduardo pede tarifaço alfandegário e perseguição aos ministros do STF, Flávio Bolsonaro sugere que os EUA bombardeiem barcos na Baía da Guanabara pra “combater o tráfico”. É o servilismo hereditário em plena forma: a dinastia que confunde soberania com subserviência e patriotismo com pedido de ataque aéreo.
O detalhe poético é que o pedido partiu de político do Rio de Janeiro — ou seja, pedindo pra bombardear o próprio quintal.
Na República Bolsonarista, o lema “Brasil acima de tudo” virou “EUA acima de nós, e que Deus pilote o drone”.
🗳️ Sucessão 2026 e a diplomacia de batik e botas de cowboy
1. Lula e Trump: um encontro entre quem se respeita (mas não se ama)
Lula e Trump se reúnem no domingo — e promete ser um espetáculo de diplomacia com tensão sexual reprimida.
De um lado, Lula: altivo, experiente, com aquele ar de quem já viu muito marmanjo poderoso cair do cavalo. De outro, Trump: bilionário, pavão e alérgico a bajuladores com rabo abanando.
O contraste com Bolsonaro é quase constrangedor: enquanto o “mito” oferecia a Amazônia como presente e batia continência, Lula chega de batik, fala de soberania das nações, comércio em moedas locais (sem dólar) e ainda cutuca o narco-imperialismo.
É diplomacia de risco: se Trump ouvir “sem dólar” três vezes, pode achar que Lula está invocando o demônio do socialismo. Mas é melhor provocar de cabeça erguida do que lamber bota importada.
2. Tarcísio: o engenheiro do “talvez eu não vá”
Enquanto o Planalto brilha, em São Paulo o governador Tarcísio de Freitas ensaia recuo.
Dizia que não seria candidato à reeleição; agora, com Lula surfando e o bolsonarismo tropeçando, descobriu “muito o que entregar” e “pouco o que arriscar”.
Traduzindo: “2026? Acho que vou ficar em casa reformando o Rodoanel.”
3. Rio Grande do Sul: o vazamento da ética
No Sul, a sucessão virou House of Gaúchos. O Grupo RBS vazou inquérito sigiloso contra Juliana Brizola, líder nas pesquisas, misturando manchete com interesse comercial.
O beneficiado é Eduardo Leite, que tenta emplacar o vice (carisma de porta de freezer) e teme uma aliança PT/PDT que tire o seu grupo político do Piratini.
De quebra, a ala bolsonarizada do PDT finge moralismo enquanto lambe as verbas e cargos de Leite e prefeitos da direita. Ética? Só importada — e o câmbio está nas alturas.
4. Lula surfando, oposição afundando
Com aprovação em alta e liderança nas pesquisas de 2026, Lula encontrou a prancha ideal: governar enquanto a oposição se afoga no próprio ranço.
Os bolsonaristas, órfãos de mito, gritam “fraude!” com um ano e meio de antecedência.
A esquerda tenta conter o sorriso — afinal, no Brasil, quando o povo começa a rir, alguém aparece pra vender o riso parcelado em 12 vezes.
🪩 Fechamento — O Brasil é um baile, e o mundo, o salão
Trump dança sob lustres de ouro, Lula gira de batik na Ásia, e os Bolsonaros seguem no passo do servilismo, sonhando com bombardeios pedagógicos.
A política brasileira virou um grande baile de máscaras: uns disfarçados de patriotas, outros de democratas, e todos tentando esconder o suor do improviso.
No fim, o que resta é rir — porque, se o surreal é o novo normal, o humor é o último ministério que ainda funciona.
Tags:
Lula Trump Bolsonaro Davos KualaLumpur BaíaDaGuanabara TarcísioDeFreitas EduardoLeite JulianaBrizola RBS NobelDaPaz Venezuela MariaCorinaMachado ONU CúpulaDaÁsia Diplomacia Surrealismo Política Brasileira




