🪐 JORNAL DO MUNDO SURREAL Nº 9

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Jornal Surreal 9

“A Justiça tarda, mas o Surreal não falha.”

⚖️ BLOCO JUSTIÇA / STF

1. Núcleo 4: a turma da mentira finalmente reprovada

O STF condenou os sete integrantes do “núcleo 4” da desinformação golpista. O grupo, que achava que fake news era liberdade de expressão e golpe era “manifestação patriótica”, descobriu que toga não é capa de super-herói. A decisão mostrou que, no Mundo Surreal, quem brinca de golpe acaba de castigo — e sem Wi-Fi.


2. Valdemar Costa Neto volta à cena — com o carimbo da PF

Depois da condenação do presidente do Instituto Voto Legal, o advogado dele resolveu fazer justiça poética: se meu cliente foi condenado por escrever o relatório, que tal investigar quem encomendou? Resultado: reabertura da investigação contra Valdemar Costa Neto, o homem que contratou o caos e pagou com o cartão do PL. A trama golpista, agora, vem com bônus de hipocrisia ilimitada.


3. Luiz Fux e o arrependimento tardio

Depois de condenar centenas de bagrinhos do 8 de janeiro, Fux teve um surto de introspecção: disse estar “arrependido” e que os julgamentos foram sob “forte emoção”. Um toque de sensibilidade tardia, misturado com absolvição de Bolsonaro e condenação de Mauro Cid — o mordomo de Brasília. Gilmar Mendes chamou o voto de “lamentável”, mas reconheceu: é um bom roteiro pra série “Togas e Delírios”.


4. Fux muda de turma — mas não de novela

Sem clima com os colegas, Fux pediu transferência para a Segunda Turma do STF, onde dividirá a mesa com Kássio Marques e André Mendonça. Gilmar Mendes e Toffoli completam o elenco. Gilmar, em sua sutileza habitual, já afirmou que Fux é uma “figura lamentável” e recomendou terapia. A Suprema Corte segue firme no seu propósito de ser a melhor série de intrigas desde House of Cards.


5. Ninho do Urubu: quando a Justiça esquece o endereço dos pobres

A Justiça do Rio absolveu todos os sete réus do incêndio no Ninho do Urubu, alojamento dos jogadores das categorias de base do Flamengo. O juiz concluiu que “não houve culpa penalmente relevante” — só dez garotos mortos, mas quem conta? No Brasil, tragédia de pobre é “acidente”, e sentença vem sempre com o carimbo “ausência de nexo causal”. O país da impunidade segue queimando — agora, em câmera lenta.


6. Zambelli: entre Roma e o manicômio jurídico

O Ministério Público da Itália deu parecer favorável à extradição de Carla Zambelli. A tese de “doença mental” não colou — talvez por excesso de lucidez estratégica. A deputada bolsonarista pode acabar voltando ao Brasil no mesmo voo da ironia, direto para a ala especial dos arrependidos. Roma não pagou traidores, mas Brasília talvez pague a passagem.


🌏 BLOCO LULA NA INDONÉSIA / DIPLOMACIA GLOBAL

1. Lula 4.0 — agora com 80 anos e bateria recarregável

Lula anunciou na Indonésia que disputará um quarto mandato. Disse estar com “a energia de um homem de 30 anos” — o que, para a oposição, é fake news; e para os médicos, um milagre de tapioca. Se eleito, tomará posse com 81, provando que, no Brasil, duas coisas desafiam o tempo: a fé popular e a vitalidade política de um nordestino em missão divina.


2. O novo eixo: de Jacarta ao Planalto

Ao lado do presidente indonésio Prabowo, Lula prometeu intensificar laços e mandar empresários brasileiros conhecerem Jacarta — possivelmente à procura de energia política renovável. O Itamaraty sorriu, Prabowo aplaudiu, e o resto do mundo pensou: “O Brasil está mesmo exportando otimismo em container.”


3. O dólar que se cuide: vem aí o real rupial

Lula propôs comércio bilateral em moedas locais, sem o dólar. A ideia assustou Washington e confundiu os cambistas. A revolução cambial pode demorar, mas o gesto foi claro: o Brasil quer menos dependência dos EUA e mais autonomia — mesmo que o câmbio ainda dependa do humor de Trump no sábado.


4. Lula e Trump: a diplomacia da tensão elétrica

Enquanto Trump prega o isolacionismo e o muro, Lula fala em soberania e pontes. Os dois devem se encontrar na Malásia, com assessores em pânico e tradutores já pedindo férias. O mundo espera faíscas — ou um novo bloco comercial, o “Surreal-20”.


💥 BLOCO BOLSONARISTAS EM PÂNICO

1. Anistia ampla, geral e irrestrita — mas só pra nós, tá ok?

A família Bolsonaro insiste em anistia total. Querem liberdade para todos os golpistas, desde que um deles atenda pelo nome de Jair. O Congresso, por enquanto, finge surdez seletiva, e o Centrão estuda se a palavra “anistia” dá voto ou só enche cadeia.


2. Dosimetria da discórdia

O Senado avisou que nem o projeto da dosimetria deve passar. Pacheco está zen, Lira está mudo, e a base bolsonarista tenta entender a diferença entre lei e milagre. Spoiler: uma precisa de maioria; o outro, de fé — e eles estão sem as duas.


3. Bolsonaro preso, mas mandando no tabuleiro

Mesmo em prisão domiciliar, Jair Bolsonaro articula candidaturas da família. Quer “mais poder que o presidente da República” — frase que deve causar calafrios até em Carluxo. O plano inclui Michelle no Senado, para evitar que ela vire alvo de processos executivos. Estratégia: ela legisla, ele reza.


4. Jair Renan e o grande debate de Balneário Camboriú

O “04” trocou farpas com a prefeita Juliana Pavan e a chamou de “analfabeta funcional”. A cena resume a nova direita: o vereador que não lê projetos, mas distribui ofensas em série. Balneário Camboriú virou o microcosmo da política bolsonarista — barulhenta, desinformada e em campanha eterna.


5. Ciro Gomes: o retorno do ex-futuro do passado

Depois de uma vida política mais movimentada que tabela de transferência de jogador, Ciro Gomes voltou ao PSDB, seu ponto de partida. Começou no PDS, sucessor da Arena, flertou com a esquerda, casou-se com o próprio ego e agora voltou ao ninho tucano — provavelmente guiado por GPS ideológico desconfigurado. O ódio ao PT fez o resto: Ciro está mais perto de Bolsonaro do que de Paris, para onde fugiu em 2018, ajudando o capitão a se eleger. Promete “oposição cerrada”, mas o Brasil já aprendeu que, no caso dele, o verbo certo é cerrar fileiras com o rancor.


6. Flávio Bolsonaro e o bombardeio dos mares imaginários

Flávio Bolsonaro resolveu inovar na política de segurança pública: sugeriu que os Estados Unidos bombardeiem barcos de “narcoterroristas” na Baía de Guanabara. A inspiração veio de um ataque americano no Pacífico, e o senador tuitou “que inveja” — frase que resume a mentalidade da extrema-direita tropical: falta soberania, sobra subserviência. O governo dos EUA, claro, não apresentou provas de nada. Mas Flávio parece acreditar que a melhor política antidrogas é terceirizar a soberania nacional em troca de curtidas internacionais. Daqui a pouco ele propõe um delivery da OTAN para o Leblon.


🌪️ Epílogo Surreal

No Mundo Surreal, toga é figurino, ex-presidente é influencer de tornozeleira, e a Justiça, quando não cega, usa óculos escuros para não ver demais.
Enquanto isso, Lula rejuvenesce na Indonésia, Trump ensaia um duelo verbal, e os bolsonaristas seguem confundindo anistia com indulgência plenária.

Tudo normal na República do Improvável.


Tags:
Jornal do Mundo Surreal, Humor Político, STF, Lula, Bolsonaro, Zambelli, Valdemar Costa Neto, Luiz Fux, Trump, Indonésia, Anistia, Satira, Planeta Surreal

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