Matéria do G1 descreveu os bastidores de como ocorreu o ultimato dado por Donald Trump ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu para encerrar a guerra em Gaza. Segundo o Fantástico, o presidente dos Estados Unidos ameaçou romper alianças estratégicas no Golfo Pérsico caso Israel não aceitasse o cessar-fogo proposto pelos EUA.
A conversa decisiva ocorreu em uma reunião reservada no Salão Oval, logo após o discurso de Netanyahu na Assembleia Geral da ONU — marcado pelo auditório quase vazio e pelo isolamento crescente do governo israelense. Foi nesse encontro que Trump, em tom firme, teria dito: “Você vai terminar essa guerra agora.”
Pressão crescente e risco de rompimento diplomático
Fontes ligadas à negociação contaram que o ultimato foi o ponto culminante de semanas de tensão entre Washington e Tel Aviv. Enquanto Israel intensificava ataques à Faixa de Gaza, países como Catar, Egito e Turquia se articulavam, com mediação americana, para construir um plano de cessar-fogo de 21 pontos. O documento previa a libertação de reféns, troca de prisioneiros e a retirada gradual das tropas israelenses.
Trump via o acordo não apenas como um gesto de pacificação, mas também como uma oportunidade política: encerrar um conflito impopular, reforçar sua imagem de estadista e, segundo aliados, até buscar o Prêmio Nobel da Paz.
O estopim: bombardeio em Doha
O processo quase desmoronou após um ataque israelense em Doha, capital do Catar, que matou civis e agentes de segurança locais. O episódio ocorreu sem aviso prévio à Casa Branca e enfureceu Trump, que mantinha relação próxima com o emir catariano — país considerado parceiro fundamental dos EUA no Golfo.
O ataque foi visto pelo presidente como uma traição pessoal e um risco diplomático. O emir chegou a suspender as negociações com o Hamas, o que comprometeu a mediação americana.
Da arquibancada ao acordo
Curiosamente, parte das conversas que definiram a proposta de paz começou de forma inusitada: durante a final do US Open, em Nova York. Enquanto assistia ao jogo entre Carlos Alcaraz e Jannik Sinner, Trump trocava mensagens com seu enviado especial, Steve Witkoff, ajustando os termos do documento a ser levado ao Hamas.
De acordo com o mediador Gershon Baskin, na noite seguinte o primeiro-ministro do Catar apresentou formalmente a proposta americana aos representantes palestinos.
O desfecho no Salão Oval
Com as negociações fragilizadas e a pressão internacional aumentando, Trump decidiu intervir pessoalmente. Reuniu líderes de Catar, Egito e Turquia em Nova York para consolidar o texto final e, em seguida, chamou Netanyahu a Washington.
Cercado de assessores, o presidente foi direto: “Você vai terminar essa guerra agora.” Diante da ameaça de rompimento de alianças no Oriente Médio e sem apoio internacional, Netanyahu recuou.
Semanas depois, o acordo de paz foi assinado por Donald Trump e pelos países da cúpula de paz, que inclui Egito, Catar e Turquia. Antes mesmo do anúncio oficial, Trump comemorou o feito em sua rede Truth Social, declarando o “fim da guerra em Gaza” — um desfecho que, segundo observadores, consolidou sua influência política global e expôs a nova configuração das relações de poder no Oriente Médio.
Imagem: Recorte da transmissão da ONU




