Por RUDOLFO LAGO*, do Correio da Manhã
Para além da sensação de que surfam um bom momento político, governistas com os quais o Correio da Manhã conversou nesta primeira semana após as férias compartilham de algumas sensações que reforçam suas expectativas. O ano vai chegando ao fim e a oposição vai revelando total incapacidade de construir uma alternativa que pareça capaz de derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sua tentativa de reeleição. Cada vez mais, o maior adversário de Lula vai sendo ele mesmo, sua idade e sua saúde. Mas, no momento, Lula aos 80 anos parece esbanjar vitalidade. E muito da falta de um adversário visível decorre dos próprios erros que a oposição comete, ao lhe garantir discurso e terreno para ampliar sua vantagem.
Unidade
O maior problema é a falta de unidade. Por mais que se ventile, por exemplo, que o ex-presidente Jair Bolsonaro deu aval a uma candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, impondo, porém, algumas condições, até que ponto isso de fato avança?
Declaração
Porque isso que se ventila não foi declarado pelo ex-presidente. E, ao mesmo tempo, seu filho Eduardo Bolsonaro, declara lá dos Estados Unidos que é contra a solução Tarcísio e se coloca ele mesmo candidato, ainda que saia do PL para fazer essa tentativa.
Doria: da vacina ao ostracismo

Doria imaginou que vacina o guindaria à Presidência | Foto: Reprodução Facebook/João Doria
O campo governista lembra, então, a trajetória do ex-governador de São Paulo João Doria. E, como o Correio Político já mencionou aqui, o “fator Doria” de fato passa pela cabeça de Tarcísio. Doria foi um impressionante fenômeno político do campo conservador. Até simplesmente deixar de ser. Ex-presidente da Embratur entre outros cargos, o empresário tornou-se prefeito de São Paulo em 2017. Em 2018, já era governador de São Paulo. No momento crítico da pandemia de covid-19, investiu na produção da vacina brasileira pelo Instituto Butantã. Imaginou que a projeção obtida com a vacina o guindaria à Presidência. Não guindou.
Eventos
Nem mais os eventos empresariais que João Doria fazia e que começaram a projetá-lo politicamente, ele faz. Doria desapareceu com a mesma rapidez com que surgiu. Dentro do governo, há quem aposte que esse fator é o que pesará. Tarcísio não quer o mesmo risco.
Israel
No meio dos embates políticos entre esquerda e direita, uma efeméride internacional deverá movimentar a semana. Na terça-feira (7), serão lembrados os dois anos do ataque do Hamas em Israel, início de uma guerra que produziu uma divisão política do planeta.
Sessão
Haverá uma sessão solene no Senado, pedida pelo senador Sergio Moro (União-PR). Deverá ser a primeira aparição pública da nova Encarregada de Negócios de Israel, Rasha Athami. Será que haverá espaço para denunciar os excessos de Israel na Palestina?
Judeus
Na recente Assembleia da ONU, ficou claro o alinhamento diplomático do Brasil à causa palestina. Por outro lado, são judeus o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA). Haverá espaço para contraponto?
*Rudolfo Lago é jornalista do Correio da Manhã / Brasília, foi editor do site Congreso e é diretor da Consultoria Imagem e Credibilidade.
Publicado originalmente no Correio da Manhã.
Foto de capa: O que foi feito de João Doria? | Valter Campanato/Agência Brasil





Uma resposta
Existe judaismo como a religião do povo judeu. Existe o israelita, que é cidadão do Estado de Israel. A maioria dos israelitas não descendem dos judeus do Holocausto. E tem sionista, seguidores de um movimento de extrema-direita como o nazismo, facista, bolsonarista e trumpista, puro suco de extrema-direita