O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se manifestou sobre o contato com o Brasil nesta segunda-feira (6). Ele afirmou que teve uma “ligação muito boa” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, centrada em temas econômicos e comerciais. A conversa, confirmada por ambos os governos, marca um reaproximar diplomático entre Washington e Brasília após meses de atritos causados por medidas comerciais e sanções unilaterais.
Em publicação no Truth Social, rede usada por Trump para comunicados oficiais, o republicano disse ter discutido “muitas coisas” com Lula, destacando que o foco principal foi a economia e o comércio entre os dois países.
“Tive uma ligação telefônica muito boa com o presidente Lula. O foco principal foi a economia e o comércio. Teremos mais conversas e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Gostei muito da ligação. Nossos países vão se dar muito bem juntos!”, escreveu o presidente americano.
Segundo o Palácio do Planalto, a conversa telefônica ocorreu na manhã desta segunda-feira e tratou de questões centrais da pauta bilateral. Lula pediu a Trump a retirada do tarifaço imposto ao Brasil e a suspensão de medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras. Entre elas, estão a cassação de vistos de auxiliares do presidente e as sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Ainda de acordo com o comunicado, Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às tratativas com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Os dois líderes também acertaram uma reunião presencial em breve, possivelmente durante a Cúpula da Asean, no fim de outubro, na Malásia. Lula reiterou o convite para que Trump participe da COP30, em Belém (PA), e se colocou à disposição para viajar aos Estados Unidos.
Além do tom positivo do diálogo, chamou atenção da imprensa a postura de Trump em não mencionar o ex-presidente Jair Bolsonaro, com quem manteve estreita aliança política em gestões anteriores. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o republicano tem optado por ignorar o brasileiro em suas declarações públicas e elogiou a “boa química” com Lula, indicando uma mudança de tom e de estratégia nas relações hemisféricas.
A retomada da interlocução direta e os acenos mútuos sugerem que as relações entre Brasil e Estados Unidos possam entrar em uma nova fase. O gesto também reforça o papel do Brasil como interlocutor relevante nas discussões globais sobre comércio e sustentabilidade, especialmente no contexto das próximas cúpulas internacionais.
Imagem destacada: Montagem de fotos de Ricardo Stuckert e da ONU disponível no portal gov.br
Uma resposta
O Trump está pressionado por vários setores nos EEUU que são prejudicados pelo tarifaço. Talvez esteja pensando em dar algum recuo no café, na madeira em alguns outros items. Não creio que ceda em nada a respeito da siderurgia. Veremos.