O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou em suas redes sociais que não há “ditadura da toga” no Brasil e que não existem ministros agindo como tiranos. A declaração veio como resposta indireta aos ataques feitos pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, durante ato realizado na Avenida Paulista, no Dia da Independência, em que ele criticou a atuação do ministro Alexandre de Moraes, afirmando que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”.
Ao discursar em manifestação junto a outros políticos da direita, o governador ainda falou que o julgamento de Bolsonaro e aliados está “viciado”, questionando também o acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
Em seu post no X (antigo Twitter), Gilmar reiterou que “a verdadeira liberdade não nasce de ataques às instituições, mas do seu fortalecimento.” Segundo ele, o STF tem cumprido seu papel ao proteger o Estado de Direito e impedir retrocessos, garantindo as liberdades fundamentais.
Alerta contra autoritarismos recentes
Em sua manifestação, o ministro ressaltou os perigos contemporâneos à democracia brasileira, mencionando fatos recentes como os milhares de mortos na pandemia, o negacionismo vacinal, ataques ao sistema eleitoral, ameaças à separação de Poderes e manifestações em quartéis com pedidos de intervenção militar. Gilmar também citou a ação penal relacionada ao julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe, que inclui tentativas de assassinato contra autoridades da República.
Para concluir, destacou que “crimes contra o Estado Democrático de Direito são insuscetíveis de perdão” e que cabe às instituições puni-los rigorosamente, para que jamais se repitam. Ele enfatizou ainda que o país não aguenta mais “sucessivas tentativas de golpe” ao longo de sua história.
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Foto destacada: Marcelo Camargo/Agência Brasil
