Por SÉRGIO ARAÚJO*
Os parlamentares que hoje defendem a anistia de Bolsonaro e dos golpistas do 8/1, predominantemente os que integram as bancadas do boi, da Bíblia e da bala, são os mesmos que historicamente pedem a isenção de impostos, perdão das dívidas e benefícios fiscais.
Adeptos da “Lei de Gerson”, acreditam que a política existe para proporcionar benefícios egoístas para si e para os seus. Que o mandato é o caminho mais curto para alcançar poder e enriquecimento. E que o voto popular é apenas uma outorga descompromissada e não uma procuração para prestação de serviços públicos.
O êxito da tramoia dos políticos ardilosos, disfarçados de cidadãos “bem intencionados”, gerou monstros autoritários como Jair Bolsonaro e seus filhos, Tarcísio, Caiado, Zema, Jorginho Mello, Ciro Nogueira, Ratinho Jr. e tantos outros. Produziu, também, uma porta escancarada para a corrupção. Isso explica porque parlamentares de remuneração limitada consigam adquirir mansões, fazendas e imóveis de luxo de toda ordem.
Tamanha sensação de autonomia e de impunidade serve para explicar absurdos como a tramitação de um processo de anistia em meio a um julgamento realizado pela Suprema Corte do país. São os mesmos que, limitados pela atuação da Justiça, planejam o impeachment de magistrados e ambicionam a supremacia numérica na Câmara e no Senado Federal. Uma espécie de poder Legislativo acima de tudo e de todos.
E essa é a maior ameaça das próximas eleições. Impedir a consumação desse plano macabro precisa ser o foco de quem defende a democracia e as liberdades individuais, especialmente as das classes menos favorecidas, que são a maioria do eleitorado. E, claro, manter a presidência da República nas mãos experientes, honestas e humanitárias de Luiz Inácio Lula da Silva.
Para tanto é preciso mostrar aos brasileiros, com muita clareza e objetividade, as mazelas provocadas pelos políticos oportunistas e a ameaça que eles representam para a democracia. Tanto na propaganda eleitoral, nos discursos dos comícios, nos espaços midiáticos, nas plataformas digitais, nos contatos pessoais com o eleitor e, se necessário nas ruas, em grandes mobilizações populares.
Exorcizar o fantasma do comunismo, utilizado como artifício ideológico pelos extremistas de direita, é outra agenda imprescindível. E em seu lugar alertar para a ameaça fascista que representam.
Dificilmente neste século teremos uma eleição tão relevante para os desígnios do Brasil e dos brasileiros como a que se avizinha. É preciso, desde já, aproveitar que os maus políticos estão expostos e enfraquecidos para desmistificar suas mentiras, apontar seus crimes e dar transparência às suas más intenções.
O mundo acompanha com enorme interesse – haja vista que a ameaça do fascismo se espalha por diversos países – o esforço dos brasileiros para manter vivo e forte o destino democrático de nossa nação. Sejamos, pois, exemplo de resistência e de perseverança. Anistia não. Fascismo nunca.
*Sérgio Araújo é Jornalista e Publicitário.
Foto de capa: Lula Marques/Agência Brasil




