Por INSTITUTO AMSUR*
O momento político e geopolítico por que vinha passando o Brasil, no final do Inverno de 2025, demonstrava uma importante mudança na conjuntura, dadas as injunções sobre ela que ocorriam. Iniciava-se o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e, simultaneamente, ocorriam articulações voltadas a conformar uma candidatura no campo da direita, alternativa a ele, mas carente de seu apoio, não podendo, assim, apresentar-se como alternativa ao mesmo. Bolsonaro era um ativo do qual não podiam abrir mão, ao mesmo tempo em que era um passivo com um patamar de rejeição muito elevado. Além disso, estavam ocorrendo movimentos capitaneados pelo Presidente Trump, de ataques ao governo brasileiro, com sinais explícitos de condenação política ao Brasil, mas, simultaneamente, escondendo outros objetivos menos confessáveis, como um ataque ao BRICS, buscando enfraquecê-lo como player internacional e polo alternativo à hegemonia unilateral americana. Nesse diapasão, visado uma certa retomada da “Doutrina Monroe” de subalternização dos países do Continente Americano, incluindo o Brasil, e atacando a presença comercial chinesa neste território. Como resultante, e como contrapartida a esses elementos anteriores, ocorria uma afirmação de Lula como candidato viável à reeleição, mas com uma tendência natural a que, se eleito, viesse a ter uma governabilidade tão ou mais difícil do que a anterior, com a afirmação de bancadas na Câmara e Senado conectadas à extrema-direita e ao fisiologismo centrista, inclusive pelo peso eleitoral que haviam ganhado as emendas parlamentares e os processos eleitorais calcados nos meios digitais. Assim, o quadro político que o Brasil atravessava colocava as eleições de 2026 e os desdobramentos dela na ordem do dia.
Participação: Bruno Wanderley Reis e Vicente Trevas
Foto de capa: IA




