Da REDAÇAO*
A revista The Economist estampou em sua capa recente a manchete: “Brazil offers America a lesson in democratic maturity” (O Brasil oferece à América uma lição de maturidade democrática). O que inicialmente pareceu provocação consiste numa análise séria sobre como as instituições brasileiras reagiram ao desafio representado pelo julgamento de Jair Bolsonaro — diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos após o governo Trump.

Memória autoritária viva
A matéria destaca que, diferentemente dos norte-americanos, “a memória da ditadura ainda está viva no Brasil” — o país reconquistou a democracia em 1988 e essa experiência recente criou uma sensibilidade institucional singular. Esse passado autoritário fez com que as instituições responsáveis reagissem com mais firmeza ao questionamento das regras democráticas.
Instrumentos constitucionais robustos
O texto elogia a Constituição brasileira, elaborada após o regime militar, por oferecer mecanismos claros de proteção democrática. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi capaz de tornar Bolsonaro inelegível até 2030, evidenciando a aplicação prática dessas ferramentas legais. Já nos EUA, observam-se “mecanismos constitucionais insuficientes para barrar líderes ameaçadores” — e o processo contra Trump foi mais lento e limitado.
Sistema partidário fragmentado
Outro aspecto destacado é o sistema político brasileiro, composto por muitos partidos que criam uma dispersão de poder. Ao contrário dos EUA, com o domínio de dois grandes partidos, no Brasil Bolsonaro não conseguiu subordinar instituições legislativas e judiciárias por meio de uma máquina partidária coesa.
O papel da Justiça e de Alexandre de Moraes
A Justiça brasileira, e principalmente o ministro Alexandre de Moraes, ganhou papel central na defesa do Estado democrático. Ele liderou investigações sobre desinformação e ataques às instituições, e mesmo sob pressão — inclusive sanções dos EUA — manteve o curso dos processos. Em resposta ao julgamento de Bolsonaro, o governo de Donald Trump impôs sanções e tarifas aos exportadores brasileiros, mas o Judiciário seguiu atuando sem ceder a pressões externas.
Impacto diplomático e resistência soberana
As medidas norte-americanas, como tarifas de 50 % sobre produtos brasileiros, geraram forte reação política no País. O presidente Lula reforçou sua atuação internacional, aproximando o Brasil dos BRICS e defendendo soberania institucional diante de ingerências externas.
Ilustração da capa: Jair Bolsonaro – Capa da revista britânica The Economist — Foto: Reprodução The Economist
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Bolsonaro, democracia, Brasil, Estados Unidos, The Economist, Constituição brasileira, Alexandre de Moraes, Judiciário, interferência internacional





Respostas de 2
O amor interesseiro de Trump por Bolzonaro é vergonhoso. Enquanto o brasileiro anseia por um sorriso uma palavra elogiosa, Trump coloca seu amor condicionado a tomar a Amazônia e todos os ricos mineirais do Brasil.
Bundo.