Nota de repúdio

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Por ANGELO CAVALCANTE*

Não dá para não comentar…

Assustado, acabo de assistir a um vídeo feito por alunos do curso de Economia da UnU Itumbiara; pois reparem, o que era para ser uma ligeira e prosaica peça de propaganda da sua 24a. Semana de Economia se converteu em um dispositivo notadamente ideológico e que, em primeiro, desserve ao efetivo ensino da Economia, em consequência impulsiona perspectivas, visões falsas e que não encontram nenhum fundamento, nenhum amparo no mundo real e concreto e mais, expõe e fragiliza a própria situação dos docentes.

Há uma parte dessa publicidade que diz “o agronegócio traz riqueza”. Pessoal… Com todo cuidado, zelo e respeito aos nossos discentes mas onde está a riqueza do agronegócio?

É justamente o contrário, esse – ESSE – modelo de agronegócio é por organicidade e dinâmicas próprias e específicas, integralmente concentrador de rendas; é custoso, oneroso e intensamente demandante das parcas finanças nacionais; o que os estudantes, equivocadamente anunciam, não faz o menor sentido.

Mais…

Esse badalado e incensado agronegócio é historicamente gerador de miséria ambiental, muita miséria ecológica; atenta contra a diversidade brasileira, esmaga povos e populações originais, reafirma o latifúndio como ente decisivo na própria organização territorial do país e firma e afirma o chão dessa nação como o topos principal de derrames infindáveis de agrotóxicos; não por menos, dois terços de todos os agro-venenos do planeta são despejados aqui, nessa pindorama.

É lamentável e vergonhoso que uma Universidade pública, cheia de jovens, filhos e advindos do campo; filhos, ora bolas, da agricultura familiar ou de atividades diretas e correlatas estejam, sobretudo, pela omissão crítica e intelectual de seus professores, se perfilando ao “cupinzeiro high-tech” do agronegócio brasileiro que devora e carcome campos, prados, campinas, veredas, estuarios e que, nesse momento, trata, por óbvio, de “pastificar” a Amazônia brasileira.

Aliás, por mera rememoração, o caos insolúvel do urbano brasileiro perpassa pelo padrão repressivo de ácido e fogo do nosso “exitoso” agronegócio.

Está dito!


*Angelo Cavalcante é economista, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Itumbiara.

E-mail : angelo.cavalcante@ueg.br

Foto de capa: IA

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