Vídeo “Adultização” viraliza e dispara reações no Congresso
Na noite de 6 de agosto de 2025, o youtuber Felpe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, publicou no YouTube o vídeo “Adultização”, um documentário de cerca de 50 minutos que denuncia influenciadores digitais por expor e sexualizar crianças e adolescentes nas redes sociais. O material cita, entre outros, o caso de Hytalo Santos — já investigado pelo Ministério Público da Paraíba e com contas suspensas em plataformas.
A repercussão foi avassaladora: mais de 31 milhões de visualizações em menos de uma semana, intensa mobilização social e pressão direta sobre parlamentares. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que colocará em pauta projetos para coibir a adultização infantil.
Na esteira da comoção, ao menos 13 projetos de lei já foram protocolados na Câmara dos Deputados, alguns sugerindo a criação de uma “Lei Felca” para agravar penas contra pornografia infantil e obrigar plataformas a agir de forma célere diante de conteúdos prejudiciais a menores.
Senado reage com CPI e reforço legislativo
No Senado, Jaime Bagattoli (PL-RO) e Damares Alves (Republicanos-DF) protocolaram requerimento para instalação de uma CPI destinada a investigar a exploração e a sexualização infantil no ambiente digital. Mais de 60 senadores já assinaram o pedido, bem acima do mínimo de 27 exigido. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, deve decidir em breve sobre sua instauração.
Paralelamente, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) trouxe de volta ao debate o PL 2628/22, aprovado no Senado em 2024 e considerado o texto mais avançado sobre o tema. Entre as medidas, estão:
- Controle parental e verificação de idade obrigatórios;
- Remoção rápida de conteúdos abusivos;
- Restrições a anúncios e “loot boxes” voltados a menores;
- Multas de até 10% do faturamento ou R$ 50 milhões por infração, com recursos destinados ao Fundo Nacional da Criança e do Adolescente.
Ameaças e reforço de segurança
O impacto do vídeo não foi apenas político. Felca afirmou estar recebendo ameaças após as denúncias e passou a se deslocar com seguranças e em carro blindado. Segundo ele, as intimidações reforçam a urgência de enfrentar redes de exploração infantil e responsabilizar os envolvidos.
Sociedade civil reforça alerta
Organizações não governamentais como o ChildFund Brasil intensificaram campanhas de conscientização. A ONG já havia lançado, em junho, a ação “Os Monstros na Internet São Reais”, com materiais educativos gratuitos para famílias e escolas sobre riscos e prevenção no ambiente digital.
Especialistas destacam que a “adultização” — exposição de crianças a comportamentos, roupas e conteúdos de caráter sexual — está associada a impactos psicológicos graves, incluindo ansiedade, depressão e vulnerabilidade a abusos.
Um debate que não pode esfriar
O caso evidencia como a pressão da sociedade, amplificada por influenciadores, pode acelerar agendas legislativas. A articulação entre Executivo, Legislativo e sociedade civil será determinante para que o clamor popular se traduza em leis eficazes e proteção real à infância.
Assista ao vídeo completo de Felca “Adultização” no YouTube:
Foto da capa: Felca – Print do YouTube





Respostas de 2
Felca, precisei fazer força para suportar a grandeza de sua ação! Seu layout de nerd e a profundidade de sua análise são importantes neste momento. Obrigada. Fui conselheira tutelar, de 92/95, em Porto Alegre-RS, trabalhei muito neste assunto e me sinto gratificada com sua abordagem.
FELCA apenas um cidadão DIGNO HONRADO que realmente se importa com a sociedade que se degrada se perverte No meio a tantos influenciadores sem moral que propagam e incentivam pornografia joguinhos mentiras e a politica maligna do odio Deus e contigo Felka E DEUS que exalta os simples os ilhumildes para derrotar os poderosos