Lula destaca independência da Justiça e reafirma liderança global em entrevista à CNN Internacional

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Lula e Trump - Imagem gerada por IA ChatGPT

Da REDAÇÃO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou sua postura de liderança internacional em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, concedida no dia 17 de julho de 2025. Lula abordou temas como as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, a independência da Justiça brasileira, sua estratégia de articulação diplomática multilateral e os conflitos em curso no mundo.

“Se Trump fosse brasileiro, estaria respondendo na Justiça”

Em um dos momentos mais comentados da entrevista, Lula afirmou que, se Donald Trump fosse brasileiro e tivesse agido da mesma forma que no episódio da invasão ao Capitólio, ele também estaria respondendo judicialmente:

“Se Trump fosse brasileiro e tivesse feito o que aconteceu no Capitólio, ele também estaria sendo julgado no Brasil… Possivelmente ele teria violado a Constituição. De acordo com a Justiça, ele também seria preso se tivesse feito isso aqui no Brasil.”

O presidente reforçou que o Judiciário brasileiro é autônomo e não se submete a pressões políticas internas ou externas. “O Supremo Tribunal Federal não se importa com o que Trump diz”, destacou.

Crítica à imposição de tarifas e defesa da soberania

Lula criticou a decisão do então presidente Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A medida foi anunciada de forma unilateral, sem consulta ou aviso prévio.

“Para mim foi uma surpresa — não só o valor dessa tarifa, mas também a forma como ela foi anunciada. Achei que era fake news quando vi no site do presidente Trump.”

“Nós aceitamos negociação, não imposição… O importante é que o relacionamento entre os dois países não pode continuar assim.”

Lula foi claro ao rejeitar a tentativa de condicionar acordos comerciais à paralisação de processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Trump precisa respeitar a soberania deste país, assim como eu respeito a dos EUA.”

Diálogo sim, submissão não

Lula afirmou que não pretende ligar para Trump neste momento, pois não se submeterá a um gesto que considera humilhante:

“O dia que minha intuição disser que Trump está pronto para conversar, eu não hesitarei em ligar. Mas não vou me humilhar.”

Essa posição demonstra firmeza diplomática e reafirma sua estratégia de agir com base na dignidade nacional.

Multilateralismo como estratégia

Lula reforçou a intenção do Brasil de acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a medida americana e destacou a possibilidade de articular uma resposta coordenada com países do BRICS, especialmente China e Índia.

Além disso, mencionou a utilização da Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso Nacional, como instrumento legal para eventuais contramedidas comerciais.

“Vamos usar todas as palavras do dicionário tentando negociar. Se não der, iremos à OMC… ou juntar um grupo de países… ou utilizar a Lei da Reciprocidade…”

Críticas à ONU e os conflitos internacionais

Durante a entrevista, Lula também comentou os conflitos em curso na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Para ele, ambos expõem a ineficácia da atual estrutura da ONU em promover a paz mundial.

“A ONU, do jeito que está hoje, não tem mais força para evitar guerras. Ela precisa ser reformada, precisa representar o mundo real.”

Sobre Gaza, Lula criticou a omissão internacional diante da crise humanitária:

“Não é possível que o mundo veja mulheres e crianças morrendo e não haja uma intervenção eficaz.”

No caso da Ucrânia, defendeu que a guerra deve ser encerrada por meio da diplomacia:

“Não se constrói paz com mais armas. Precisa de mesa de negociação, precisa de coragem para conversar.”

As falas reforçam o posicionamento histórico de Lula em defesa do multilateralismo, da reforma dos organismos internacionais e da busca por soluções diplomáticas para conflitos.

Liderança consolidada no cenário internacional

A entrevista fortalece a imagem de Lula como um dos principais líderes globais da atualidade. Além de seu histórico de participação em cúpulas internacionais e sua defesa do Sul Global, o presidente brasileiro tem sido reconhecido por sua habilidade de articulação política e diplomática.

Recentemente, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Paris 8 e um prêmio da Academia Francesa, reforçando sua projeção internacional.

Veja a entrevista completa:


Foto da capa: Imagem gerada por IA ChatGPT


Tags
Lula, Christiane Amanpour, CNN Internacional, Trump, Justiça brasileira, diplomacia, soberania, BRICS, OMC, ONU, Gaza, Ucrânia

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