Por REDAÇÃO*
Presidente afirma que Brasil não é “republiqueta”, rejeita submissão ao dólar e reage a interferência política internacional
Durante a posse de Edinho Silva como novo presidente do PT, neste domingo (3.ago.2025), em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a recente ofensiva econômica dos Estados Unidos contra o Brasil. Ele classificou como inaceitável a tentativa norte-americana de impor tarifas com base em motivações políticas e reafirmou sua defesa da soberania monetária nacional.
Lula afirmou que os EUA “já deram um golpe aqui” e disse que, apesar de desejar negociar em igualdade de condições, o país precisa buscar alternativas ao dólar. “Eu também não vou esquecer que eles já deram golpe aqui. Mas o que eu quero saber é daqui para frente: o que eu faço? Eles têm que saber que nós temos o que negociar. Temos tamanho, temos postura, temos interesses econômicos e políticos”, disse o presidente.
“Não somos uma republiqueta”
O petista demonstrou confiança na condução da economia brasileira e rebateu o aumento de tarifas por parte do governo Donald Trump. “Não somos uma republiqueta. Tentar colocar um assunto político para nos taxar economicamente é inaceitável. Ele extrapolou os limites porque quer acabar com o multilateralismo”, afirmou.
Lula também reafirmou sua posição histórica contra a dependência do dólar. Segundo ele, a proposta de utilizar moedas alternativas para o comércio exterior segue na agenda brasileira. “Eu não vou abrir mão de achar que a gente precisa construir uma moeda alternativa para negociar com outros países. Em 2004, nós fizemos isso com a Argentina”, relembrou.
Críticas a Eduardo Bolsonaro e à atuação nos EUA
O presidente também ironizou a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está licenciado do cargo e atualmente reside nos Estados Unidos. Eduardo tem articulado apoio do governo norte-americano à anistia de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e comemorou as recentes sanções aplicadas ao Brasil como forma de pressionar o STF.
“Veja que tem um cara que fazia campanha abraçado na bandeira nacional e agora está nos Estados Unidos se abraçando à bandeira americana para defender taxação e pedir anistia para o pai dele”, afirmou Lula, em referência direta ao deputado.
Antes do discurso, os participantes do evento do PT ouviram uma paródia com o remix de uma fala de Lula, ironizando Eduardo Bolsonaro com a frase: “defende meu pai, defende meu pai”, que viralizou nas redes sociais.
Contexto de tensões diplomáticas
As declarações ocorrem em meio à escalada de tensões diplomáticas entre os dois países. Recentemente, o governo norte-americano impôs uma sobretaxa de 50% a produtos brasileiros, medida interpretada como retaliação política. Parte da justificativa, segundo carta divulgada por Trump, estaria ligada ao tratamento dado pela Justiça brasileira a Jair Bolsonaro e aliados.
O ministro do STF Alexandre de Moraes, alvo de sanções norte-americanas por suposta censura, também tem sido citado como motivo das pressões externas. Ao mesmo tempo, manifestações de apoio ao ex-presidente Bolsonaro e críticas ao STF foram registradas em várias cidades do país.
Lula reforçou que o Brasil tem seus próprios interesses políticos e econômicos e que não aceitará pressões externas como forma de influenciar a soberania nacional.
*Com informações do Poder360 e da Folha de S.Paulo.
Foto da capa: Lula discursa no 17ºEncontro Nacional do PT – 03/08/2025 – Print do YouTube
Veja trechos do discurso de Lula:
Tags:
Lula, dólar, BRICS, moeda alternativa, soberania monetária, economia brasileira, Estados Unidos, política externa, Encontro Nacional do PT, Poder360




