Por ADROALDO QUINTELA*
O melhor que fiz foi descansar um dia em Lugo. O corpo precisava disso para retomar a jornada com mais suavidade e bem estar. Se o relevo ajudou com aclives e declives com cota máxima de 600 metros, havia nítida preparação física para desafios maiores. Agora subia as ladeiras sem necessidade de respirar. Choveu nos últimos quilômetros do trajeto mas chegamos bem ao Albergue. Ferreira é um povoado pequeno. Nada havia a fazer nas redondezas, principalmente porque chovia copiosamente lá fora. Às 17h00 foi servido o menu do dia fornecido pelo Albergue Ponte Ferreira. Tomamos vinho, conversamos, rimos e fomos dormir cedo para acumular forças e fazer bem a etapa do dia seguinte. A recepcionista do albergue era piauense de Parnaíba. Chamava-se Bianca. Ficou contente com minha presença porque poucos brasileiros enfrentam os desafios montanhosos do Caminho Primitivo.
Nesta etapa da jornada fortalecemos os vínculos de amizade e cooperação. Decidimos chegar a Santiago juntos, embora cada um de nós 5 realiza a peregrinação com intenção e propósitos próprios. Tenho facilidade de fazer amigos. Principalmente porque converso no idioma deles e coopero com o que for necessário para aumentar o brilho da nossa jornada.




Adroaldo e Bianca a piauense que trabalha no Albergue Ponte Ferreira.
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.*Adroaldo Quintela é Economista.Diretor-Executivo do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (IDESNE) Fundador da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED).
Foto de capa e demais fotos: Adroaldo Quintela




