Por LAUREZ CERQUEIRA*
O mundo talvez nunca tenha vivido tamanha insegurança como agora.
Vítima de um ataque de hackers, a mega empresa X, do bilionário Elon Musk, é exemplo recente da insegurança global. Um apagão cibernético, ocorrido em julho de 2024, causou um caos no sistema aeroportuário mundial. Outros apagões cibernéticos poderão acontecer.
Apesar de ser a maior potência econômica, tecnológica e militar do planeta, os Estados Unidos enfrentam uma contradição política tão grave que está levando o país ao desmanche institucional, que ameaça perigosamente a ameaça à democracia.
As eleições não elegem mais presidentes da República, estadistas, como no passado, mas gerentes de negócios dos novos oligarcas, bilionários. O desprezo por cidadãs e cidadãos é cada vez mais evidente. Donald Trump e Elon Musk são a expressão do desespero dos Estados Unidos diante da China.
Uma convergência de fatos ocorridos nos últimos meses deixou evidente que o mundo talvez nunca tenha vivido tamanha insegurança como agora. Elon Musk foi nomeado por Donald Trump como seu principal assessor, não para ajudar os Estados Unidos a superarem seus problemas, mas para articular o poder oligárquico dos bilionários, ajudar a gerenciar seus negócios, seus interesses privados, e salvar o projeto neoliberal gestado no Consenso de Washington.O senhor Elon Musk tem o mundo em suas mãos. O nível de acesso dele a informações do Estado não tem limites. A grande gambiarra do sistema financeiro internacional e da área militar, por exemplo, são dependentes das big techs e dos satélites do senhor Musk. Dinheiro, hoje, são dígitos, que circulam pelas redes sustentadas por satélites.
Para se ter uma ideia do perigo, recentemente, ele disse numa entrevista que se mandasse desligar o sistema de segurança militar da Ucrânia, mantido pela Starlink, uma de suas poderosas empresas de satélites, as forças armadas ucranianas entrariam em colapso. Um recado para o mundo.
Já imaginou quantos países têm seus sistemas de defesa dependentes dos satélites das empresas de Elon Musk? A Starlink, empresa da SpaceX, de Elon Musk, tem mais de 60% dos satélites em órbita na Terra. São 6.370 satélites operando em 102 países, inclusive no Brasil. A empresa está a pleno vapor para cumprir a meta de lançar mais de 42 mil novos satélites.
A investida de Donald Trump e Elon Musk contra os serviços públicos dos Estados Unidos, com discurso nacionalista, da eficiência, do corte de gastos, escamoteia a estratégia de desconstrução do Estado pelo novo governo. Para eles, quanto menos Estado melhor, e assim colocar os interesses privados na dominação da sociedade em detrimento do poder público.
O avanço de pesquisas sobre inteligência artificial, patrocinadas por Elon Musk e por Mark Zuckerberg, é outro fato que tem colocado o mundo em alerta, por não se saber as consequências dos resultados dessas pesquisas para a humanidade.
Mark Zuckerberg, dono da Meta, uma das maiores big techs do mundo, que se tornou aliado ideológico de Trump e de Musk, recentemente apresentou ao mundo os resultados do seu projeto de pesquisa, que consiste na captação magnética de impulsos nervosos do cérebro, a fim de reproduzir pensamentos e sentimentos humanos, para uso em inteligência artificial, ainda com finalidade indefinida. O resultado dessa pesquisa certamente deve encontrar obstáculos legais e resistência de conservadores referenciados na ética religiosa. Como aconteceu com as pesquisas sobre mutações genéticas, barradas pelo Congresso dos Estados Unidos. Os oligarcas, por sua vez, vão se empenhar na remoção desses obstáculos em nome da liberdade de mercado.Os ataques aos servidores públicos, com demissões, e os cortes de gastos como forma de reduzir o poder do Estado ao mínimo mexeu, por exemplo, com setores estratégicos da área de segurança dos Estados Unidos. As agências e setores de segurança se tornaram vulneráveis a ações privadas. Informações sigilosas e de Estado estão expostas a aventureiros, nas big techs. Isso provocou forte reação de servidores, que prometem lutar contra a privatização do poder público pelos oligarcas e defender o Estado democrático de direito.
Mas o que mais se tornou evidente nesses primeiros meses de governo Trump/Musk foi a insegurança global, que começa a preocupar, principalmente, o sistema financeiro e o setor militar, tendo em vista a performance do presidente dos Estados Unidos e de seu principal assessor à frente do governo. Caso queiram provocar uma catástrofe global, já demonstraram que são capazes.
O mundo precisa reagir com um movimento internacional organizado, envolvendo artistas, intelectuais, ativistas em defesa da democracia, como foi feito nos anos 1960/1970, pela paz, contra as guerras, pelos direitos civis. A democracia e o desenvolvimento sustentável com justiça social vencerão, como venceram o fascismo nos momentos históricos mais difíceis.
*Autor, entre outros trabalhos, de Florestan Fernandes – vida e obra; Florestan Fernandes – um mestre radical; e O Outro Lado do Real.
Foto de capa: Reprodução
Uma resposta
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