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Um ano letal para a atuação do jornalismo
Um ano letal para a atuação do jornalismo
Por EDELBERTO BEHS*
No Dia Internacional dos Direitos Humanos, em 10 de dezembro passado, a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) anunciava a morte de 104 jornalistas no ano de 2024. Terminado o ano, novo informe teve que ser divulgado, porque em 21 dias de dezembro a lista aumentou mais 18 nomes. O ano concluiu com 122 jornalistas mortos, dentre eles 14 mulheres. O organismo lamenta que 2024 tenha sido um dos anos mais mortíferos para profissionais da imprensa.
O relatório teve que ser atualizado com o registro de novas mortes, principalmente no Oriente Médio: nove na Palestina e dois na Síria. No ano, a região acusou a morte de 77 jornalistas. Desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro de 2023, o número de jornalistas palestinos mortos chega a 147 casos.
Em segundo lugar, na lista macabra, aparece a região da Ásia-Pacífico, com 22 casos, outros dez na África. As Américas tiveram nove casos: cinco no México, dois na Colômbia e dois no Haiti. Como em anos anteriores, assinala a FIJ, jornalistas da região sofrem ameaças, intimidações, sequestros e assassinatos por causa das denúncias sobre o tráfico de drogas.
Na Europa, a guerra na Ucrânia fez quatro vítimas no ano que passou. Mas a região continua o continente mais seguro para trabalhadores da imprensa.
Em comparação a anos anteriores, o número de jornalistas presos aumentou consideravelmente. Foram 375 em 2022, 427 em 2023 e 516 no ano passado. A China, incluindo Hong Kong, é a maior prisão do mundo para jornalistas, com 135 detidos em 2024, seguido por Israel, com 59 jornalistas palestinos, e de Mianmar, com 44. A América Latina teve apenas um jornalista preso em 2024.
*Edelberto Behs é Jornalista, Coordenador do Curso de Jornalismo da Unisinos durante o período de 2003 a 2020. Foi editor assistente de Geral no Diário do Sul, de Porto Alegre, assessor de imprensa da IECLB, assessor de imprensa do Consulado Geral da República Federal da Alemanha, em Porto Alegre, e editor do serviço em português da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC).
Foto de capa: iStock/iStock
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