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Militares bolsonaristas que tramavam envenenar Lula, explodir Moraes e matar Alckmin antes da posse foram presos hoje pela PF
Militares bolsonaristas que tramavam envenenar Lula, explodir Moraes e matar Alckmin antes da posse foram presos hoje pela PF
Da REDAÇÃO, com informações de O Globo, Folha de São Paulo e Correio Brasiliense
Segundo noticiado pelo O Globo, a Polícia Federal prendeu nesta terça-feira quatro militares e um policial federal em uma operação que apura um suposto plano dos “kids pretos” do Exército para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2022. As medidas de hoje foram cumpridas como parte do inquérito que apura se houve uma tentativa de golpe de Estado após o resultado da eleição.
A operação mira os “kids pretos”, formado por militares das Forças Especiais. Ao todo, foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas como a proibição de contato entre os investigados, a entrega de passaportes em 24 horas e a suspensão do exercício de funções públicas. A operação tem como alvos militares, um deles hoje assessor do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), e um policial federal.
Um dos alvos é o general da reserva Mário Fernandes, que foi secretário-executivo, segundo posto mais importante, da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro e hoje é assessor no gabinete de Pazuello, ex-ministro da Saúde. Ele chegou a assumir o cargo de ministro interinamente.
Outros alvos são os militares Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo, integrantes dos “Kids pretos”, e o policial federal Wladimir Matos Soares, policial federal.
Fernandes fazia parte do grupo de elite do Exército. A PF investiga mensagens que ele enviou ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, pedindo adesão ao plano golpista, o que foi rechaçado por Freire Gomes.
A PF aponta ainda que foi identificado um plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa, para o dia 15 de dezembro de 2022, o homicídio dos candidatos eleitos à Presidência e Vice-Presidência da República. Além disso, a ação incluía a prisão e execução do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que estava sendo monitorado como parte da trama golpista.
O plano golpista também previa a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, que seria integrado pelos próprios envolvidos, para gerir os conflitos decorrentes das operações.
De acordo com a Folha de São Paulo, a investigação da Polícia Federal que deu origem à operação deflagrada nesta terça-feira (19) descobriu que as cinco pessoas presas (quatro militares e um policial federal) conversavam em 2022 em um aplicativo de mensagens sobre um plano para matar o então presidente eleito, Lula (PT), o vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Superior Tribunal Federal).
Documento juntado aos autos pela PF descreve a possibilidade de envenenamento para assassinar o petista.
Segundo as investigações que respaldaram o aval de Moraes à operação, os suspeitos se conectavam pelo aplicativo Signal em um grupo nomeado Copa 2022.
Cada um utilizava como codinome o nome de um país (Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana), de forma a não serem identificados.
Copa 2022 também é o nome de um documento que o suspeito Rafael Martins Oliveira enviou por WhatsApp ao também militar Mauro Cid, na época ajudante de ordens de Bolsonaro.
Já em um HD externo vinculado a Mário Fernandes, general que atuou no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello (PL), foi encontrado um documento de Word que, segundo a PF, continha “um verdadeiro planejamento com características terroristas, no qual constam descritos todos os dados necessários para a execução de uma operação de alto risco”.
“O documento, descrito pela Polícia Federal, traz em formato de tópicos o planejamento de uma operação clandestina, com demandas de reconhecimento operacional a serem realizadas, demandas para preparação e condução da ação, com indicação dos recursos necessários, demandas de pessoal a ser utilizado e condições de execução”, informa Moraes em sua decisão.
Entre os itens necessários para a operação estavam seis celular descartáveis com chip da TIM. A ação, de acordo com a decisão do ministro do STF, de fato empregou seis celulares com chips da TIM, todos habilitados em nomes de terceiros e associados a países para a “anonimização da ação criminosa”.
Os suspeitos utilizavam o codinome Jeca que, de acordo com os investigadores, fazia alusão a Lula, enquanto Alckmin era chamado de Joca.
“O texto cita que ‘sua neutralização abalaria toda a chapa vencedora, colocando-a, dependendo da interpretação da Lei Eleitoral, ou da manobra conduzida pelos 3 Poderes, sob a tutela principal do PSDB’”, diz a denúncia da PF. PSDB é o antigo partido de Alckmin.
“Para execução do presidente Lula, o documento descreve, considerando sua vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”, continua o texto, citando que os militares consideravam “neutralizar” também Alckmin para “extinguir a chapa vencedora”.
A decisão de Moraes cita ainda um quarto alvo, chamado de Juca, citado como “iminência parda do 01 e das lideranças do futuro gov”, de modo que sua neutralização desarticularia os planos da “esquerda mais radical”. Mas a Polícia Federal não conseguiu elementos para precisar quem seria o alvo.
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