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Direita é hegemônica em cerca de 5 mil Câmaras Municipais

Direita é hegemônica em cerca de 5 mil Câmaras Municipais

Eleições por RED
22/10/2024 16:00 • Atualizado em 21/10/2024 20:02
Direita é hegemônica em cerca de 5 mil Câmaras Municipais

Por FÁBIO VASCONCELLOS, no X*

No esforço de entender as eleições de 2024, apresento agora a “Taxa de Hegemonia Política”, uma elaboração própria para olhar os legislativos locais, onde as políticas nas cidades serão discutidas a partir de 2025.

Vamos começar pela taxa. Ela varia de 0 (hegemonia à esquerda) e 1 (hegemonia à direita). A taxa consiste na proporção de vereadores eleitos por partidos de esquerda e direita. Taxas próximas de 0,5 indicam legislativos locais mais equilibrados entre os dois campos.

O que esse mapa mostra é o que já tínhamos observado. A expansão de prefeituras do campo da direita em 24 repercutiu nas Câmaras. Cada cidade no mapa apresenta a cor da taxa de hegemonia nas câmaras. Ou seja, os legislativos locais terão maioria à direita a partir de 25.

Quando compararmos a taxa por região, temos essa distribuição: o Centro-Oeste apresenta maior mediana (1). Isso significa que, na maioria das câmaras dessa região, nenhum vereador de partido de esquerda foi eleito.

Em segundo lugar está o Sudeste, com taxa mediana de 0,91 e o Norte, com 0,91. Na sequência vem o Sul, com 0,89 e, por último, o Nordeste (0,78). Esta última, é onde o campo da direita menos elegeu vereadores, mesmo assim, ela é, na média, majoritária nas câmaras municipais.

Em números absolutos, considerando as classes da Taxa de Hegemonia Política, outra forma de olhar esses dados, podemos ver a força do campo da direita. Se somarmos as classes acima de de 61%, temos que o campo da direita “dominará” 4,8 mil câmaras municipais a partir de 2025.

Quando controlamos as classes das taxas pelo total de eleitores nas cidades, vemos que o campo da direita será hegemônico em municípios que somam cerca de 142 milhões de eleitores

Esses dados, antes que escandalizem, espelham o que já era sabido. Partidos do campo da direita (direita, centro-direita e extrema-direita) já eram majoritários nos executivos locais. A disputa de 24 confirmou isso e a eleição das câmaras refletiu esse comportamento.

Importante observar que o campo da direita é composto por muitos partidos do chamado Centrão. Essa é uma direita de máquina, pode tanto pender para a esquerda como para a direita, a depender dos ganhos imediatos nas discussões locais.

Como sempre me perguntam, utilizo como referência de classificação dos partidos o trabalho de Bolognesi, Ribeiro e Codato, meus colegas no pós-doc do INCT UFPR, onde venho desenvolvendo análises de conjuntura scielo.br/j/dados/a/zzyM

Publicado originalmente no perfil do autor no X

*Fábio Vasconcellos é jornalista de dados, professor adjunto do Departamento de Jornalismo da UERJ e da ESPM-RJ, mestre em Comunicação e doutor em Ciência Política

Ilustração da capa: Redes sociais divulgação

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