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Teu voto pode ser um grito pela democracia
Teu voto pode ser um grito pela democracia
Por SILVANA CONTI*
O resultado das urnas no primeiro turno das eleições de 2024, consagrou o fortalecimento de partidos de centro, direita e extrema-direita nas capitais.
Das 26 capitais que realizaram eleições, 11 definiram prefeitos no primeiro turno. O PSD foi a legenda com mais vitórias, conquistando três prefeituras: no Rio de Janeiro (RJ), em Florianópolis (SC) e em São Luís (MA).
O PL elegeu dois prefeitos em capitais no primeiro turno e vai disputar o segundo turno em nove delas.
O bolsonarismo sobreviveu ao ganhar em 3 capitais (Rio Branco, Boa Vista e Maceió) e ao enterrar candidatos na reta final da campanha para o 2º turno (Fortaleza, Manaus, Curitiba, Goiânia, João Pessoa e Belo Horizonte).
É importante ressaltar que as prefeituras que o centrão ganhou, conta com lideranças vinculadas à base do governo Lula, já que o PSD, PP e União Brasil têm ministros na Esplanada.
Isso é relevante porque quanto mais prefeitos/as e vereadores/as eleitos/as, maiores as chances de esses partidos elegerem mais deputados/as e senadores/as em 2026 e, portanto, terem uma maioria no próximo Congresso Nacional.
O impacto desse resultado é o aumento do poder de fogo desses campos políticos nas negociações com o governo Lula tanto em relação à agenda econômica quanto na sucessão das Mesas Diretoras do Congresso.
O PSD, por exemplo, campeão deste domingo, tem candidato a presidente da Câmara. A médio prazo, esses mesmos partidos ganham poder também em nível nacional nas negociações que Lula pretende fazer para a reforma ministerial que ele cogita realizar no primeiro trimestre de 2025.
Mesmo que as eleições municipais sejam centradas no debate local, a correlação entre o número de prefeitos/as e deputados/as é um indício de sua repercussão nacional. Outra questão a ser observada é que a polarização nacional entre o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também esteve presente no debate.
Embora a vitória da direita e extrema-direita não signifique um trunfo do bolsonarismo, o resultado das eleições municipais mostra que o país possui hoje uma direita e extrema-direita partidariamente consolidada, além de muito atuante em defesa da agenda neoliberal na economia e da pauta conservadora dos costumes.
Por tanto sem dúvidas 2024 é antessala de 2026, e precisamos estar “atentas e fortes” em defesa da democracia, da soberania nacional, lutar por justiça social, por igualdade de direitos e oportunidades para todas, todes e todos, sempre com total conexão e diálogo com o povo, com seus anseios e necessidades reais.
Precisamos eleger duas mulheres que representam e vão trabalhar por toda a cidade, serão gestoras responsáveis, presentes, atuantes nos territórios, no centro e em todos os lugares para defender os direitos humanos de toda a população de Porto Alegre.
Nos períodos de crises e de problemas graves, é que conhecemos realmente qual projeto de cidade o gestor público tem.
A Crise climática e humanitária no período das enchentes, através da não manutenção e falhas dos sistemas de bombeamento e drenagem da cidade, tem sim um responsável, que negou a ciência, os avisos de catástrofe, devido ao seu negacionismo, descaso, descuido com a população, escancarando o projeto de cidade neoliberal que defende.
Melo tem sua gestão voltada para uma parcela da cidade, os mais abastados, deixando a classe trabalhadora que é a maioria do povo dos territórios periféricos, na rua da amargura, sem acesso as políticas públicas de qualidade.
Muitas pessoas continuam sem casa, sem comida, sem trabalho, sem escola, sem dignidade, sem esperança, enquanto o prefeito não assume a má gestão do governo municipal e seu envolvimento com escândalos que levou a Secretaria de Educação de Porto Alegre as páginas policiais.
A operação Capa Dura capitaneada pela Polícia Civil, é mais um passo nas investigações sobre irregularidades em licitações da Smed. Despesas sem comprovação, pagamentos indevidos e descumprimento da norma municipal que pede três orçamentos para contratação de serviços, tudo isso teria resultado num rombo de mais de R$ 173 milhões.
O atual prefeito aplicou na Rede Municipal de Ensino em 2023, somente 16,29%dos recursos do FUNDEB, este percentual não atende o previsto em lei: “A Constituição Federal do nosso País determina a aplicação de, no mínimo, de 25% de receita resultante de impostos em manutenção e desenvolvimento do ensino.
A falta de vagas para a educação infantil é um desrespeito aos direitos humanos das crianças, adolescentes e mulheres, que necessitam trabalhar para sustentar suas famílias, e não tem onde deixar seus filhos/as em segurança.
A Maria sempre foi defensora dos direitos humanos, e por isso vai acabar com a fila para vaga nas creches. Todas as crianças na escola com um projeto pedagógico de qualidade, gestão democrática, formação das professoras/es, segurança, alimentação, alegria de aprender e alegria de ensinar.
Por isso é tão importante termos uma prefeita que defenda os Direitos: de morar com dignidade, ter comida na mesa, educação pública, laica, antirracista, inclusiva e de qualidade, DMAE público, Saúde pública e Transporte de qualidade, cultura, segurança, arte e o direito humano de sonhar, amar quem quiser e ser feliz em uma Porto Alegre boa para todas as pessoas.
Como a primavera sempre vem, em Porto Alegre, é tempo de esperançar, apostar na tática de Frente Ampla, com mais partidos, com democratas, progressistas, antifascistas, movimentos sociais, amplos setores da sociedade e mais do que nunca uma ampla aliança com o povo.
No dia 27/10 votar em Maria e Tamyres é um ato de amor pelo povo e por nossa cidade.
*Presidenta do PCdoB Porto Alegre, professora aposentada da RME, vice-presidenta da CTB-RS. Mestra em Políticas Sociais.
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
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