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E Mandela dançou
E Mandela dançou
Por Edelberto Behs*
Na quinta-feira, 18 de julho, a Organização das Nações Unidas (ONU) celebrou o Dia Internacional Nelson Mandela, lembrando a data de nascimento do líder sul-africano em Mvezo, no ano de 1918.
Em 5 de agosto de 1962, o regime de apartheid da África do Sul prendia Mandela, mantendo-o 27 anos na prisão. Que têmpora uma pessoa precisa ter para ficar tanto tempo aprisionado e ainda assim manter viva a chama pela libertação do povo negro das presas do apartheid. E ainda assim declarar:
– Não olhe para o outro lado; não hesite. Reconheça que o mundo está faminto por ação, não por palavras. Aja com coragem e visão!
Eu estive com Mandela, que compareceu à Assembleia Geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) reunida na Universidade de Harare, no Zimbabwe, em 1998. O que é que esse combatente antiapartheid foi fazer num encontro de igrejas?
Uma multinacional do petróleo fornecia óleo diesel subsidiado ao exército da África do Sul, força que oprimia e pisoteava o povo negro do país, quando não matava os seus líderes. O CMI decidiu, então, promover um boicote aos produtos da petrolífera em toda a Europa, além de prestar ajuda humanitária aos oprimidos, quando foi acusada de apoiar as forças rebeldes que lutavam contra o apartheid.
De início, a multinacional pouco se importou com a ação do CMI. O panorama mudou, porém, quando o boicote começou a fazer efeito, a tal ponto que a multinacional teve que rever a sua política. Mandela foi especialmente a Harare para agradecer ao CMI pelo apoio que prestou à luta antiapartheid.
Depois do discurso de agradecimento, Mandela subiu ao palco do salão nobre da Universidade de Harare e postou-se junto a um coral da África do Sul, presente na ocasião, que empolgou a plateia de delegados e delegadas à Assembleia, com seus tons e sons coloridos.
E Mandela, então com 80 anos de idade, dançou e cantou, com sorriso aberto, serelepe, e movimento das mãos. Foi, sem dúvida, um momento super emocionante.
Nelson Mandela graduou-se em Direito e atuou como advogado. Casou-se três vezes, teve seis filhos e 17 netos. Foi eleito presidente da África do Sul em 1994. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Ele faleceu em 2013.
Fundado em 1948, o CMI é uma irmandade de denominações, que reúne igrejas ortodoxas, anglicanas, luteranas, metodistas, reformadas, unidas e independentes de 120 países, representando 520 milhões de cristãos. Sua sede está localizada em Genebra.
*Jornalista, Coordenador do Curso de Jornalismo da Unisinos durante o período de 2003 a 2020. Foi editor assistente de Geral no Diário do Sul, de Porto Alegre, assessor de imprensa da IECLB, assessor de imprensa do Consulado Geral da República Federal da Alemanha, em Porto Alegre, e editor do serviço em português da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC).
Foto: Pinterest
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