?>

Destaque

PROGRAMAS – DE 04 A 12 DE JULHO

PROGRAMAS – DE 04 A 12 DE JULHO

Cultura por RED
06/07/2024 10:17
PROGRAMAS – DE 04 A 12 DE JULHO

Por Léa Maria Aarão Reis*

*O programa continua sendo o de refletir e denunciar o que se passa na guerra genocida na Palestina. Torna-se quase “impossível”, lamentou Louise Wateridge, da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina, continuar fornecendo “suprimentos de ajuda” para quem está lutando para sobreviver “devido ao cerco imposto por Israel”. Motivos: a presente falta de combustível e as dificuldades para o pessoal que trabalha na UNRWA.

*Esta semana, no dia 4, data do aniversário da Independência dos EUA, houve mais uma maciça mobilização popular em Nova Iorque para registrar os nove meses de manifestações em ruas da cidade em prol da libertação de Gaza, do cessar fogo imediato e da instituição de um estado livre da “colonização”, dizem os que protestam.

*Em São Paulo houve movimentos de rua pró-Palestina e de reivindicação ao embargo militar a Israel. Na calçada da ALESP, defronte do Comando Militar do Sudeste, no bairro de Paraíso.

*O médico Abu Salmiya, detido em um comboio humanitário que transportava pessoas feridas, em Gaza, após ser libertado da prisão na qual se encontrava em Israel, denunciou as condições “trágicas” nas prisões israelenses onde os palestinos são privados de comida, água e medicamentos, regularmente, e sofrem constantes “insultos”. Palestinos diabéticos tiveram os pés amputados, segundo ele, ao invés de tratarem a doença.

*Sugestão de leituraO naufrágio das civilizações, do escritor líbano-francês Amin Maalouf, da Academia Francesa, ocupante da cadeira que foi de Claude Lévi-Strauss. Fazendo alusão à tragédia do Titanic, que em 1912 sucumbiu diante de um iceberg imperceptível, Maalouf antevê a possibilidade de a humanidade perecer em face do que ele considera as três chagas que hoje afligem o convulsionado mundo moderno: os conflitos identitários e nacionalistas, o islamismo radical e o ultraliberalismo (Editora Vestígio).

*Grande programa: assistir no Canal Curta e ouvir a série de oito episódios de Na Trilha do Som escrita pelo jornalista e crítico de cinema Marcelo Janot. Documentário com a trajetória de estrelas de diversas gerações produtores de trilhas sonoras onde cada compositor é o foco de um episódio. Uma “experiência cinematográfica plena que passa também por ouvir o filme, qualquer que seja o seu gênero”, anota a apresentação do Canal Curta onde a série está sendo apresentada. Próximos dias 06, 07, 08, 09 e 10. Imperdível.

*Depois da estreia de Motel Destino na mostra oficial do Festival de Cannes, em maio deste ano, Karim Aïnouz já tem data para mostrar o seu mais recente longa-metragem no Brasil. Dia 9 de agosto, o thriller erótico estrelado por Fabio Assunção, Iago Xavier e Nataly Rocha abrirá o Festival de Gramado e dia 22 desse mês estreia no circuito cinematográfico. O oitavo filme de ficção do cineasta cearense chega a Gramado após Firebrand, seu primeiro projeto em língua inglesa, ano passado.

*As Polacas, longa-metragem de João Jardim, livremente inspirado nos livros El Infierno Prometido, de Elsa Drucaroff, e La Polaca, de Myrtha Schalom, traz a dramática história de mulheres judias europeias, em sua maioria de origem polonesa, enganadas com promessas de uma vida melhor em países distantes, e levadas a trabalhar em prostíbulos. No filme, a protagonista Rebeca, judia que chega ao Brasil fugindo da guerra na Polônia, em 1917, com o filho pequeno Joseph, no Rio de Janeiro se torna alvo de Tzvi (Caco), dono de um bordel. Uma grande história que chega aos cinemas ainda este ano, em novembro.

*Lançamentos cariocas: no Rio de Janeiro, na livraria Argumento, O primeiro golpe do Brasil, livro de Ricardo Lessa. E Cinema pelo Caminho, importante conjunto de filmes curtas de Roberval Duarte foi apresentado no cinema Estação Botafogo.

*Outro lançamento que merece toda atenção: o álbum 60 anos de MPB comemorando seis décadas de carreira e sucessos de público e crítica, gravado quase todo no último verão, no estúdio da Biscoito Fino, no Rio de Janeiro. Participações de Alceu Valença, Chico Buarque, Dori Caymmi, Edu Lobo, Francis Hime, Guinga, Ivan Lins, João Bosco, Kleiton & Kledir, Milton Nascimento, Paulinho da Viola e Toquinho. Apenas as vozes de Alceu Valença, Milton Nascimento e Toquinho foram gravadas em outros estúdios.

Veja Também:  Extrema-direita brasileira freia a regulamentação das redes digitais

*O ator Al Pacino está sendo homenageado com a Mostra Pacino, no Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, até 18 de agosto. A Mostra também será realizada no CCBB de Brasília. Na programação, 24 filmes e debate com Maria Fernanda Vomero, jornalista e doutora em Artes Cênicas e Vanderlei Bernardino, ator e mestre em Meios e Processos Audiovisuais.

*Na mesma Mostra, um curso sobre a história da atuação no cinema, com duração de 6 horas, sobre o método moderno de interpretação nos Estados Unidos, e filmes clássicos de Al Pacino: Perfume de Mulher, Oscar em 1993, a trilogia O Poderoso ChefãoO Informante e Um Dia de Cão, deSidney Lumet e Serpico, entre outros.

*No Clube de Leitura deste mês da Editora Tabla, um dos trabalhos escolhidos é o vencedor do Prêmio Turjuman 2021, Onze astros, do poeta palestino Mahmud Darwich, traduzido diretamente do árabe para o português pelo também poeta e professor de língua e literatura árabe Michel SleimanPara se inscrever, basta acessar o formulário disponível.

*Lançado em junho, Miséria da Informação – dilemas éticos da era digital, do sociólogo e professor da UFRJ, Arthur Coelho Bezerra, levanta “questões sobre destruição das esferas digitais quase públicas pela desinformação e ações delituosas de difamação com a contraposição entre um futuro algorítmico projetado pelas Big Tech e os efeitos disruptivos da matriz energética em que se amparam”, apresentação do livro pela Editora Garamond.

*Esta semana, a plataforma Sesc Digital traz dois documentários brasileiros e mais um longa francês interessante. A Batalha de Solferino é ficção e é o primeiro filme dirigido pela cineasta Justine Triet. Ele acompanha o disputado segundo turno das eleições francesas de 2012 através do dia da protagonista Laetitia, jornalista, mãe de duas bebês e divorciada, que trabalha na cobertura da apuração eleitoral na Rua Solferino, endereço da sede do Partido Socialista. Dez anos depois, com Anatomia de uma Queda, Justine ganhou a Palma de Ouro em Cannes.

*Atenção: semana passada foi realizadamais uma mobilização de indígenas com o acampamento, em Brasília, do Levante pela Terra, cobrando do governo mais demarcações (que estão “travadas”, dizem os participantes) e com denúncias de favorecimento do agro por meio do Plano Safra.

*O Teatro do Pequeno Gesto, do Rio de Janeiro, acaba de comemorar seus 33 anos de existência no Espaço Cultural Sergio Porto com o espetáculo AntígonaCreonte, de Sófocles, e com Nenhum de nós mente ou finge, livre adaptação de Thomas Bernhard, ambos direção de Antonio Guedes. Também está programado o lançamento de novas publicações sobre artes cênicas da Edições Virtuais com download gratuito. Acesse pequenogesto.com.br.

*Grande a expectativa com a estreia do filme A Flor do Buriti, de Renée Nader Messora e João Salaviza, exibido em mais de 100 festivais e vencedor de catorze prêmios, entre eles o prêmio coletivo para Melhor Elenco na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes. A assistir.

*Não esquecer: a extrema direita engolirá a quem a ela se juntar – é o lembrete de grupos de militantes das esquerdas à direita cheirosa da Faria Lime, em São Paulo, e do seu reduto no Leblon, no Rio de Janeiro.

*O jornalista e escritor Moisés Mendes, a propósito, lembra: “A velha direita engolida pela extrema-direita fica desconfortável ao ver que Lula não envelhece, nem mental nem fisicamente. Eles achavam que Lula sairia da cadeia para fazer jardinagem com Janja”. À jardinagem, jovens de 70/80 anos.

*Ainda em relação à campanha etarismo-mal-intencionado que ao que parece vem por aí, Moisés Mendes arremata: “(…) Castro teme os idosos que continuam ativos e dignos e não se dobram aos fascistas de todas as idades. Assuma seus 76 anos e pare de babar para a extrema direita, Ruy Castro”.

*Jornalista

Ilustração: Marcos Diniz

Toque novamente para sair.