Curtas
PSOL afirma que militante do MBL que diz ter sido agredido em confusão na Paulista estava infiltrado em grupos do partido
PSOL afirma que militante do MBL que diz ter sido agredido em confusão na Paulista estava infiltrado em grupos do partido
Segundo campanha de Guilherme Boulos, adolescente tentava coletar informações sobre agenda do candidato a deputado federal. Testemunhas relatam que menor foi agredido por militantes do PSOL.
O adolescente de 15 anos, que se identifica como militante do MBL (Movimento Brasil Livre) e registrou boletim de ocorrência por lesão corporal contra Guilherme Boulos (Psol) no domingo (25), estava infiltrado em grupos do partido desde o início de setembro, afirma a campanha do candidato a deputado federal por São Paulo.
Segundo o partido, o adolescente fazia perguntas sobre a agenda de Boulos. “Ele entrou em um grupo de WhatsApp da campanha do candidato no PSOL no mês de setembro. Nele, buscava saber onde Boulos estaria em agenda sob a alegação de querer vê-lo presencialmente”, afirmou o partido em nota.
“Essa não é a primeira vez que Arthur aciona a campanha de Boulos. Em 2020, o militante do MBL procurou a assessoria de imprensa da campanha solicitando uma entrevista e chegou a parabenizar o candidato pelo resultado nas eleições à Prefeitura de São Paulo”, continuou.
No domingo (25), a Polícia Militar foi chamada para intervir na confusão envolvendo o adolescente e militantes do PSOL, e o caso foi parar numa delegacia. Ninguém foi preso.
Boulos, que também é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) em São Paulo, negou as acusações e diz que episódio é “tática de provocação da extrema-direita”. Um advogado e três testemunhas foram ao 4º Distrito Policial (DP), na Consolação, onde o caso foi registrado.
Nesta segunda (26), a campanha de Boulos disse que um dos policiais militares que tentou prender o candidato a deputado federal defende Bolsonaro nas redes sociais.
Confusão envolvendo militantes do PSOL
No vídeo registrado pelo youtuber, é possível ver o momento em que se aproxima de Boulos e faz uma pergunta: “Você que defende a democracia… por que que defende democracias como Cuba?” O candidato se mostra incomodado, mas não responde.
Em seguida, uma pessoa diz: “Sai daqui” e, então, a câmera do celular é tapada e é possível ouvir o garoto gritando: “O que é isso?” Segundo a equipe do candidato, neste momento, uma pessoa – não souberam precisar quem – teria dado um tapa no celular do rapaz.
Boulos se pronunciou sobre o caso em suas redes sociais, dizendo que integrantes do MBL “mandaram um rapaz, militante deles, menor de idade, botar o celular, provocando, na minha cara. Gerou um empurra-empurra com a turma que estava acompanhando a gente e, não contente, foram procurar uma base da Polícia Militar que estava lá dizendo que eu tinha agredido o rapaz”.
De acordo com o candidato, os policiais teriam tentado levá-lo à força para a delegacia, no que avaliou como uma tentativa de prisão ilegal e com objetivo de intimidá-lo, mas teriam sido impedidos por membros da militância do PSOL, gerando uma confusão, com uso, inclusive, de gás de pimenta e violência física por parte dos agentes.
O impasse com os policiais teria durado cerca de 30 minutos, até que dois advogados criminalistas intervieram na situação.
“Vendo as imagens, podemos ver o adolescente provocando o candidato, possivelmente a mando de adultos do Movimento Brasil Livre, e sendo agredido, supostamente por apoiadores do candidato Guilherme Boulos”, disse ao g1 o advogado Ariel de Castro Alves, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais. “Diante dos fatos, entendo que é necessária a identificação e responsabilização dos agressores do jovem, que, pelo visto, não seria o candidato Guilherme Boulos o agressor, mas possivelmente alguns de seus apoiadores. Então de fato, a prisão do candidato era ilegal.”
De acordo com o Artigo 236 do Código Eleitoral brasileiro, a prisão de candidatos a cargos eletivos é proibida nos 15 dias que antecedem as eleições, neste caso, desde 17 de setembro.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que policiais militares foram acionados por volta das 15h30 para atender a uma ocorrência de lesão corporal e que as equipes precisaram intervir para controlar o tumulto que se formou após o candidato envolvido se recusar a acompanhar os agentes ao distrito policial e um grupo de pessoas passar a hostilizar os policiais. (leia a íntegra mais abaixo).
Apesar de o pai do adolescente ter ido registrar a ocorrência por lesão contra Boulos no 4º Distrito Policial (DP), a investigação será feita pelo 78º DP – Jardins, que está em reforma e está usando provisoriamente o prédio da delegacia que fica na Consolação.
Para a lesão corporal ser apurado, ela depende de uma representação criminal da vítima. Somente após o procedimento ser feito que se é instaurado um inquérito policial para que o crime seja investigado. Até a última atualização desta reportagem, o responsável pelo garoto não teria feito essa representação.
À polícia, o youtuber afirmou que Boulos teria tentando puxar seu celular e que o próprio candidato teria dado diversos socos em seu rosto, além de estimular que seus apoiadores também o agredissem.
Contudo, duas testemunhas depuseram junto com o adolescente e nenhuma delas menciona agressões físicas por parte de Boulos. Um dos homens disse que viu o candidato dar um tapa do celular do menino e, em seguida, uma agressão generalizada começar. Já o outro, afirmou que Boulos tentou tirar o aparelho das mãos do garoto e, então, a população começou a agredi-lo.
Na delegacia, também foi requisitado que o adolescente passe por exame no Instituto Médico Legal (IML) para que a perícia veja se o garoto apresenta lesões decorrentes das agressões que diz ter sofrido.
O que diz o MBL
Em nota, o Movimento Brasil Livre afirmou que o adolescente, militante da campanha de um de seus membros a deputado estadual, foi agredido por Guilherme Boulos e por sua militância. Disse ainda que outro membro que estava na Av. Paulista chamou a polícia, mas que os agentes não puderam deter o candidato porque foram impedidos por militantes do PSOL. “Boulos não apenas agrediu um menor, como resistiu à polícia e fugiu do local com auxílio de seus pelegos”, afirmou o MBL.
O que diz a campanha de Boulos
Também por nota, a equipe da campanha de Guilherme Boulos se manifestou sobre o ocorrido deste domingo, afirmando que “candidatos do MBL acusaram falsamente à Policia Militar uma agressão inexistente por parte do líder sem-teto” e que agentes da corporação tentaram prender ilegalmente o candidato.
“A tentativa de prisão é completamente ilegal e visa intimidar o candidato. Por lei, a Polícia Militar só pode efetuar prisões em flagrante, o que não aconteceu pelo simples fato de que não houve agressão por parte do candidato”, diz a nota.
Nota da SSP
Policiais militares foram acionados, por volta das 15h30 deste domingo (25), para uma ocorrência de lesão corporal na Avenida Paulista. Um adolescente de 15 anos informou às equipes que foi agredido por um candidato a deputado federal, apresentando imagens das agressões e lesões aparentes no corpo. Os policiais localizaram o candidato e solicitaram que ele os acompanhasse até a delegacia para registro dos fatos. O candidato se recusou a acompanhar as equipes ao distrito policial e um grupo de pessoas passou a hostilizar os policiais, que precisaram intervir, controlando o tumulto. A ocorrência foi apresentada no 78º DP (Jardins), onde o boletim de ocorrência está sendo registrado.
Em G1
Imagem de reprodução.
Notícia publicada originalmente aqui .
Toque novamente para sair.