Eleições Municipais

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Conexão com as eleições municipais
Conexão com as eleições municipais
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De CLEO FERNANDES* TAREFA Morder o fruto amargo e não cuspir mas avisar aos outros o quanto é amargo. Cumprir o trato injusto e não falhar mas avisar aos outros o quanto é injusto. Sofrer o esquema falso e não ceder mas avisar aos outros o quanto é falso. Dizer também que são coisas mutáveis. E quando em muitos a noção pulsar - do amargo e injusto e falso por mudar. Então confiar a gente exausta o plano de um mundo novo e mais humano. (Geir Campos) Ao refletir sobre esses momentos em que estamos vivendo, escolhi essa prosa poética de Geir Campos para falar sobre nossa tarefa cotidiana de ser professor. Somos insubstituíveis, não somos heroínas/heróis, somos gente que temos, sim, a tarefa de manter acesa a chama para outro mundo possível, sejamos companheiros nessa travessia entranhados de solidariedade e de saberes, sem medo de ser feliz. Sabemos que a democracia é insuficiente sem as dimensões formais para garantir o respeito às regras da convivência e ter o acesso à igualdade. Embora conscientes que, sem regras, a institucionalidade é rompida, abrindo as portas do autoritarismo com violações a direitos conquistados em movimentos coletivos. Estamos às portas de eleições municipais, precisamos ficar conectados. Estas eleições são essenciais para avançarmos no sistema federalista - base do sistema republicano brasileiro -, fortalecendo a participação popular na gestão das três esferas de governo – município, estado e país. É no município onde vivemos. Nem sempre valorizamos a eleição municipal, mas a História tem nos mostrado que a cidadania se consolida cotidianamente pela proximidade de acesso aos políticos e seus partidos. Com possibilidade de respostas diretas às suas populações. Em recente editorial sobre a importância das eleições municipais, o jornal “Estado de São Paulo” citou a fala de “Adenauer – ex-chanceler alemão: “na minha experiência, a democracia é melhor ensinada nos municípios, pois ali o trabalho prático e o resultado de uma votação é imediatamente visível. Trabalhar a serviço da comunidade é, portanto, a melhor etapa preliminar para o trabalho no campo político geral”. Adenauer, antes de ser chefe do governo alemão (1949-1963), foi prefeito da cidade de Colônia duas vezes. Nesses tempos de conflitos, ameaças à democracia, necessitamos ser capazes de manter a lucidez nas relações de convivências com respeito aos diferentes ensinamentos, sem perder esperança com os valores democráticos. Precisamos também fortalecer a teia de relações com ética e dignidade na luta cotidiana em nosso ofício. Devemos instaurar uma teia de relações tecidas com ética e dignidade num ambiente em que a disciplina se faça pela exigência dos saberes e pelo prazer do trabalho partilhado em seus conflitos e contradições. Buscarmos um ensinar e aprender capaz de se refazer na luz sobre a realidade, comprometido com outro paradigma de ciência e de vida política por onde transitem sonhos, justiça e afetos “preventivos” para uma relação saudável consigo, com os outros e com o mundo. Necessitamos fazer a educação da sensibilidade como “emergência”, que fuja do pensamento e da resposta única, sem relações autoritárias entre colegas e com o público atendido. Questões para pensarmos! *Doutora em Educação, aposentada pela UFPEL. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil. Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaositered@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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A emergência climática nas eleições municipais de 2024
A emergência climática nas eleições municipais de 2024
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De ALEXANDRE CRUZ* À medida que nos aproximamos das eleições municipais de 2024, um tema crítico emerge em meio aos desafios que as nossas cidades enfrentam: o meio ambiente. No Rio Grande do Sul, que tem sido afetado por ciclones, chuvas intensas e enchentes, as mudanças climáticas se tornam uma questão de resiliência para nossas comunidades locais. O candidato a prefeito deve realizar a conexão entre a questão ambiental e outros aspectos da vida urbana, como a criação de empregos, qualidade de vida, redução da desigualdade social e investimentos. Os eventos climáticos extremos estão se tornando cada vez mais frequentes e intensos em muitas partes do mundo e nos municípios gaúchos vivenciamos vidas que se foram, empresas destruídas, cidades devastadas como Roca Sales e Muçum. Em Porto Alegre, na Avenida Ipiranga, a pista da ciclovia a sua estrutura foi abaixo e com um enorme risco de chegar ao asfalto. Na zona sul da capital gaúcha, a água do Rio Guaíba tomou conta das ruas como ocorreu na Avenida Tramandaí. Moradores de baixa renda, que moram próximo da ribeirinha, perderam o pouco que tinham. Além de causarem destruição física, esses desastres têm impacto direto nas vidas das pessoas, afetando suas casas e seus meios de subsistência. Portanto, a gestão e a proteção do meio ambiente não podem ser negligenciadas nas eleições para prefeitura. A transição para uma economia verde apresenta a oportunidade de criar empregos significativos em setores como energia renovável, agricultura sustentável, reciclagem e transporte público eficiente e a redução da poluição do ar podem tornar nossas cidades mais habitáveis e saudáveis. Os candidatos que adotarem uma postura ambientalista não apenas fortalecem a qualidade de vida de seus eleitores, mas também constroem cidades mais atraentes para investimentos e turismo. Portanto, a eleição municipal deve ser a janela para que os candidatos abordem a questão ambiental tão necessária nos tempos atuais.  *Jornalista. Imagem em Pixabay. Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaositered@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

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Tragédia gaúcha coloca as mudanças climáticas na pauta das eleições municipais
Tragédia gaúcha coloca as mudanças climáticas na pauta das eleições municipais
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De CARLOS WAGNER* Até agora as mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global têm sido uma pauta periférica nas disputas políticas municipais nas pequenas, médias e grandes cidades dos estados do Sul do Brasil. Isso deverá mudar nas eleições de 2024. As mudanças viraram a nova realidade do clima, como demonstram as tragédias que varreram a região em 2023. A última aconteceu na primeira semana de setembro, atingindo 13 cidades do Vale do Taquari, no interior gaúcho, matando 41 pessoas, sendo 14 em Muçum e nove em Roca Sales, duas pequenas cidades que foram praticamente destruídas pelas águas (os números são da noite de quinta-feira, 7 de setembro, e podem ser alterados já que várias pessoas continuavam desaparecidas). Claro, outras tragédias aconteceram recentemente pelos quatro cantos do planeta, provocadas pela “nova realidade” do clima – há matérias na internet. Não vou discutir as questões técnicas das mudanças climáticas, há uma vastidão de livros, documentos e reportagens que tratam do assunto. Estou sugerindo uma reflexão aos meus colegas, em especial os jovens repórteres que estão na correria da cobertura do dia a dia nas redações, e aos leitores sobre a cobertura das eleições municipais. É obrigação da imprensa empurrar para a pauta dos candidatos assuntos de interesse da população. No momento, as mudanças climáticas são um desses assuntos. Dito isso, vou começar a nossa conversa citando fatos que aconteceram na Floresta Amazônica em 1976, mais precisamente em Xapuri, pequena cidade no interior do Acre. Na época, o então seringueiro, ambientalista e sindicalista Chico Mendes e seu colega Wilson Pinheiro reuniam famílias e abraçavam as árvores que seriam abatidas para abrir espaço para a criação de gado. Ali nascia o movimento de resistência à destruição da Amazônia que ficou conhecido como “empate”. A imprensa era então fortemente censurada pelo regime militar, que assumira o governo no golpe de estado de 1964 e ainda permaneceria no poder até 1985. Mesmo assim, a história de Chico Mendes e seus aliados aparecia nos jornais. De maneira discreta, mas aparecia, o que era importante. Lembro-me que, na época, o movimento ambientalista começava a se erguer nas grandes cidades do país. Pessoas como o agrônomo gaúcho José Lutzenberger (1926 a 2002) se articulavam com ambientalistas americanos e europeus. Essa articulação abriu espaço para que o “empate” se consolidasse como estratégia de luta contra a derrubada da floresta. Na década de 80, Chico Mendes fez uma parceria política com a antropóloga Mary Allegretti e foi à sede do Banco Mundial, em Washington (EUA), tentar convencer os banqueiros a suspenderem os empréstimos que financiavam a derrubada da Floresta Amazônica e a investirem em empreendimentos sustentáveis. Por ter feito isso, ele foi marcado para morrer. Em 22 de dezembro de 1988, Mendes foi tocaiado e morto a tiros por Darcy Alves, a mando do seu pai, Darli Alves, grileiro de terras na floresta. Em 1990, os dois foram julgados e condenados. Eu estive no julgamento, em Xapuri, que teve cobertura de jornalistas do mundo inteiro. De maneira muito resumida lembrei a história de Chico Mendes por considerá-lo um marco na luta ambiental no Brasil e que, por isso, merece ser conhecido e estudado pelas novas gerações de repórteres. E o caminho que essa luta pela preservação da floresta percorre é o mesmo que vem sendo trilhado pelas mudanças climáticas. Até há poucos anos, os horrores que as mudanças no clima fazem para o meio ambiente eram seguidas da advertência de que “é um assunto para o futuro”. As recentes tragédias mostram que o rolo já começou. Portanto, é uma boa oportunidade para a imprensa começar a perguntar aos candidatos sobre as suas propostas para lidar com o problema. Aos pauteiros dos jornais e noticiários lembro que há material sobre o assunto dando sopa em universidades, livros, pesquisas e matérias disponíveis na internet. De maneira discreta, o assunto já vem ocupando espaço na pauta dos debates entre os candidatos a prefeituras e câmaras de vereadores das cidades grandes. O desafio é colocá-lo também na pauta dos candidatos das cidades médias e pequenas, especialmente as que têm como atividade econômica principal o turismo e a agricultura. Vou começar pelas cidades agrícolas. Lembro que, nos anos 70, a grande discussão ambiental era quanto ao uso de agrotóxicos nas plantações da soja. Fiz muitas matérias sobre mortes de agricultores e moradores de pequenas cidades por intoxicação com defensivos. Para disciplinar o uso dos venenos agrícolas foram necessárias duas décadas de lutas – há matérias na internet. Atualmente, graças ao desmonte dos serviços de fiscalização pelo governo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), o uso de agrotóxicos proibidos voltou a crescer. Não passa uma semana sem que as autoridades da fronteira não apreendam cargas de venenos agrícolas de uso proibido no Brasil. As cidades no Sul do Brasil que têm como atividade o turismo são caixas-pretas no tratamento do lixo urbano que precisam ser abertas pela imprensa. Para arrematar a nossa conversa. As eleições municipais são as mais importantes no Brasil. Por quê? As decisões dos prefeitos e vereadores influenciam diretamente o dia a dia dos moradores da cidade. Todo repórter, mesmo o foca, como são apelidados os colegas em início de carreira, tem acesso aos vereadores e prefeitos. Especialmente nos pequenos e médios municípios. Isso facilita o trabalho de apuração, o que resulta em matérias mais encorpadas e interessantes. E as novas tecnologias de comunicação facilitam o acesso ao conhecimento do jornalista. Nos tempos das máquinas de escrever nas redações uma notícia, por mais relevante que fosse, levavam dias para se espalhar pelas comunidades. Hoje isso acontece no tempo de apertar um botão. O que contribui para a circulação das notícias de interesse mundial. O que aconteceu nos municípios do Vale do Taquari já deu várias voltas ao mundo. *Jornalista e repórter investigativo. Artigo publicado originalmente no blog Histórias Mal Contadas. Imagem da EBC. Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaositered@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

Mande seu vídeo para a RED!
Como gravar:

Para responder a pergunta da RED - Rede Estação Democracia, coloque seu telefone na vertical.
Cuide para que a imagem não tenha reflexos e o áudio esteja bom. Nunca grave de costas para o sol. Diga o seu nome e o nome da sua cidade. A gravação deve ter, no máximo, um minuto e trinta segundos. Depois de revisar o que você gravou, envie o vídeo para o e-mail: redacaositered@gmail.com.
Se tiver problemas para enviar, use, gratuitamente, o https://wetransfer.com/.
Qualquer dúvida estamos disponíveis no mesmo email acima.

PERGUNTAS PARA GUIÁ-LO:

  1. O que o prefeito eleito em 2024 deverá fazer para tornar a sua cidade melhor?
  2. Qual o maior problema da sua cidade?
  3. O que você espera do prefeito que será eleito nas eleições de 2024?
  4. Qual a cidade ideal para você?
  5. O que falta para que sua cidade seja a que você sempre sonhou?
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