A manhã desta segunda-feira (13) foi marcada por um cenário de destruição no Quilombo Kédi, localizado no bairro Três Figueiras, em Porto Alegre, ao lado do Country Club. Dez casas foram derrubadas por homens e máquinas da empresa MCL.
A tensão entre os moradores e os responsáveis pela destruição das casas é evidente, resultando em momentos de gritarias.
Segundo relatos dos moradores, eles estão vendendo suas casas com autorização da prefeitura de Porto Alegre. No entanto, a deputada federal Reginete Bispo, presente no local, ressaltou que, mesmo que os moradores deixem suas residências, o local é certificado como território de comunidade remanescente de quilombo pela Fundação Palmares e, com isso, não deveria estar aberta à especulação imobiliária.
Diante da situação, a deputada entrou em contato com o secretário de habitação, André Machado, o qual afirmou não ser de sua responsabilidade o caso em questão. Desta forma, o Ministério Público e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foram acionados. Neste momento, membros do Incra já estão presentes no local para averiguar a situação.
O Quilombo Kédi aguarda desde 2021 o reconhecimento oficial como território quilombola, feito pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Os quilombolas denunciam a morosidade do instituto e os crimes e chantagens perpetrados pelo Departamento Municipal de Habitação (Demhab), pela Defensoria Pública do estado (DPE/RS) e pela Prefeitura de Porto Alegre, do prefeito reacionário Sebastião Melo (MDB).
Foto: Alexandre Cruz
