De ADRIANO VIARO*
Quando nos deparamos com alianças entre políticos israelenses e deputados evangélicos, precisamos nos atentar às explicações para além da política e economia. É no campo da [pseudo]teologia que podemos buscar fontes, sobretudo escatológicas, e, em especial, no dispensacionalismo do pregador anglo-irlandês, John Nelson Darby (1800-1882), que desenvolveu a teoria do final dos tempos pautada pela segunda vinda do Cristo.
Para os dispensacionalistas, a bíblia deve ser seguida de forma literal, ou seja, as profecias de Jesus, todas antigo-testamentárias, estariam plenamente cumpridas no Novo Testamento. Deste modo, a literalidade do texto bíblico seria a única forma de interpretar as sagradas escrituras. A partir disso, entendem que as promessas que Deus fez para Israel, no Antigo Testamento, não teriam sido transferidas para a Igreja, seriam, todas elas, cumpridas no dia do arrebatamento final. Ainda dentro da ideia de literalidade – Romanos 9-11 – definem que Deus tem concentrado sua atenção na Igreja, mas que no futuro voltará ela para Israel.
É evidente que as questões econômicas, inclusive com a exploração de turismo à Terra Santa, recheiam e confortam a “difícil” missão de viver à luz das escrituras. Já a política, acaba por promover a aliança perfeita entre a “cruz negada” e a “estrela desejada”, consolidando, deste modo, a santíssima trindade do neopentecostalismo brasileiro: Política, Economia e Teologia Dispensacionalista. Ou seria mentira, corrupção e turismo santo?
*Licenciado e Mestre em História, com especialização na área de História e Sociologia.
Imagem em Pixabay.
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