O deputado Javier Milei aparece em primeiro
Com mais de 80% das urnas apuradas na Argentina, o deputado ultradireitista Javier Milei, candidato pelo Liberdade Avança, alcançou 31% dos votos. Já a coalizão de direita Juntos pela Mudança chegou aos 28% com Patricia Bullrich, e a aliança peronista União pela Pátria, liderada por Sergio Massa, ficou em terceiro com 27%.
Se estas porcentagens se manterem até a contagem total, o terceiro lugar para o peronismo será o pior resultado em 12 anos de eleições primárias.
Segundo o Opera Mundi, “apesar dos baixos números nas pesquisas eleitorais, Milei era um dos principais candidatos a avançar ao segundo turno. Representante da extrema direita argentina, ele mantém contato com a família Bolsonaro e com outras lideranças do campo conservador pelo mundo. O candidato se apresenta como um político diferente de tudo o que está ai. Uma das principais propostas do líder do Liberdade Avança é dolarizar a Argentina e fechar o Banco Central”.
Já Massa se tornou o principal nome dos peronistas para a sucessão presidencial. Na disputa individual, o atual ministro da Economia argentina conquistou 21% dos votos válidos contra 17% de Bullrich da coalizão da direita.
Mesmo sendo um candidato mais ligado ao mercado e à centro direita e vivendo no olho do furacão da crise econômica argentina, Massa ganhou protagonismo pelo aumento de vagas de emprego e a negociação com o Fundo Monetário Internacional.
Bullrich disputava internamente na coalizão, que tem o ex-presidente Mauricio Macri como líder, a cabeça de chapa contra Horacio Larreta. A rivalidade dentro da aliança gerou uma fragilidade no campo da oposição, muito também por conta da campanha de Milei, que conseguiu tirar o protagonismo do direitista Juntos pela Mudança. Com 11% dos votos neste domingo, Larreta reconheceu a derrota e parabenizou sua adversária.
Chamadas PASO (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias), a etapa de eleição foi criada em 2009, ainda no primeiro mandato de Cristina Kirchner, e passou a funcionar nas eleições de 2011.
O principal objetivo era diminuir o número de candidaturas, desta forma, os candidatos que receberam menos de 1,5% dos votos são impedidos de concorrerem nas eleições de outubro, além de servirem como um grande termômetro do que será levado às urnas no primeiro turno das eleições.
O primeiro turno na Argentina está marcado para o dia 22 de outubro. O segundo turno, se houver necessidade, será disputado em 19 de novembro.