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VW suspende produção mais uma vez por falta chips semicondutores

VW suspende produção mais uma vez por falta chips semicondutores

Geral por RED
15/02/2023 09:52 • Atualizado em 15/02/2023 14:30
VW suspende produção mais uma vez por falta chips semicondutores

Abandono da política industrial nos governos Temer e Bolsonaro foi decisivo para dificuldades na indústria automotiva.

A Volkswagen do Brasil suspendeu mais uma vez a produção em três de suas plantas no país por falta de chips semicondutores, essenciais para a tecnologia aplicada aos veículos.

A nova paralisação, de 22 de fevereiro a 3 de março, atingirá as unidades de São Bernardo do Campo (SP), São José dos Pinhais (PR) e São Carlos (SP).

E quanto mais tecnologia é usada na produção de veículos, maior é a necessidade dos chips, explica o coordenador da representação na Volks, o dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho.

“De novo o problema se agrava pela falta dos semicondutores. A produção ainda não foi retomada por completo. Por isso, essas paradas que vêm agravando a produção nas plantas”, diz o dirigente.

Os efeitos da ‘parada’ são percebidos não somente no mercado e na economia, mas principalmente para os trabalhadores. Ainda que a suspensão tenha sido programada – de acordo com a montadora, essa estratégia estava prevista desde o ano passado – e os trabalhadores diretos da montadora estejam protegidos por acordo coletivo de trabalho, haverá um impacto na cadeia produtiva.

“Nossa categoria tem um acordo que prevê flexibilizações, como lay-off, banco de horas, férias coletivas, justamente para enfrentar essas crises, mas [a suspensão da produção] afeta a cadeia produtiva, para quem é mais fraco, que não está organizado por sindicatos”, diz Bigodinho se referindo a fornecedores de outros componentes e que fazem parte de outras categorias.

“Na cadeia produtiva, acaba gerando demissões”, ele reforça.

Na base dos metalúrgicos da VW de São Bernardo, são 3,2 mil trabalhadores envolvidos nessa suspensão. No entanto, de acordo com o dirigente, para cada emprego direto, outros 11 são gerados na cadeia produtiva.

“Esses fornecedores não têm as mesmas ferramentas de proteção ao emprego que nós temos. Somado a isso, eles sofrem também por causa da falta de políticas públicas de incentivo ao setor, além do retrocesso que tivemos nos governos passados que não discutiram o país para desenvolver a indústria”, afirma Bigodinho se referindo aos governos do ilegítimo Michel Temer (MDB) e de Jair Bolsonaro, que permitiram o sucateamento da indústria nacional.

O diretor do SMABC reforça que “enquanto não houver a retomada de produção dos semicondutores, o setor automotivo terá de conviver com essa situação”.

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