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Verão deve bater recorde de calor no Brasil
Verão deve bater recorde de calor no Brasil
Chuvas devem se acentuar no sul, enquanto restante do país ficará mais seco
A combinação do recorde de calor nos oceanos registrado em agosto com a provável continuidade do El Niño até março de 2024 aponta para um verão com máximas inéditas pelo Brasil. Com ondas de calor ainda no final do inverno, prognósticos de meteorologia, como os do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), indicam que recordes de temperatura podem ser registrados já na primavera.
“Todos os modelos de previsão climática sazonal que olham a primavera e o verão indicam 70% de chance de as temperaturas estarem acima da média”, diz o climatologista Francisco Aquino, chefe do departamento de geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Os especialistas ainda dizem que as chuvas que atingem o Sul devem ganhar força com o El Niño, especialmente em dezembro, o que também levará tempo mais quente e seco ao Norte e ao Nordeste. O Sudeste ainda é uma incerteza, sem sinais claros de mais ou menos chuva e calor.
“De outubro em diante, até fevereiro de 2024, no Brasil, a gente vai ver temperaturas acima da média e precipitação abaixo da média, com exceção do Sul. E já tivemos o agosto mais quente da história na América do Sul desde 1910”, ressalta Aquino.
Paulo Artaxo, físico e professor da USP, explica que há um grau de imprevisibilidade em fenômenos como o El Niño, especialmente por causa dos impactos do aquecimento global. “É um sistema complexo e nunca tivemos um El Niño forte como o deste ano, somado ao agravamento das mudanças climáticas globais.”
A última formação do fenômeno foi entre 2015 e 2016, chamado de super El Niño. Agora, oceanos mais quentes, segundo o recorde registrado em agosto, devem acentuar seus efeitos. “Isso porque o El Niño é exatamente produzido por um aquecimento anormal do oceano Pacífico tropical”, diz Artaxo.
Imagem em Pixabay.
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