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Opinião

Sobre a seriedade das pesquisas

Sobre a seriedade das pesquisas

Artigo por RED
29/09/2022 11:30 • Atualizado em 30/09/2022 01:50
Sobre a seriedade das pesquisas

De ROBERTO E. ZWETSCH*

Muita gente tem dúvidas sobre as pesquisas eleitorais deste ano. Talvez tenham razão por não estarem bem informadas. É evidente que há pesquisas e pesquisas. Começa que existem pelo menos dois tipos: a) por telefone; b) presenciais. Cada uma delas pode trazer resultados diferentes, mas não podem ser totalmente discrepantes. E cada pesquisa segue uma metodologia que deve ser registrada no TSE. Pesquisa séria é assim. O que passa disso não é pesquisa. É fake news. Como daquele Instituto que outro dia deu como certo que o Inominável presidente estaria em primeiro lugar nas pesquisas superando Lula. Mentira, pois contradiz todas as demais pesquisas que vem sendo realizadas há meses. Por isso foi logo desqualificada. O tal Instituto recebeu milhões do governo federal em 2021 para realizar alguns trabalhos. Ficou explicado.

Agora uma experiência pessoal. Tenho 70 anos e voto desde a redemocratização com as eleições gerais de 1989. Mas nunca havia sido entrevistado por uma pesquisadora em tempo de eleições. Pois este dia chegou. Como costumo frequentar a praça central de minha cidade regularmente, esta tarde uma jovem pesquisadora do IPEC me abordou e gentilmente se apresentou, perguntando se eu aceitaria responder a um questionário sobre as intenções de voto nestas eleições. Com meu assentimento e depois de duas ou três informações pessoais (idade, profissão e se era eleitor da cidade), ela me assegurou sobre o sigilo da entrevista e de minhas respostas. Me apresentou a lei que regula estas pesquisas e perguntou se poderia gravar minhas respostas para o Instituto. Com minha concordância, iniciou o questionário. Este passou por perguntas sobre meus candidatos a presidente, governador, senador, situação do país, avaliação do atual governo federal e estadual, sobre possíveis votos em eventual segundo turno e grau de expectativa sobre o futuro do país.

Dadas as minhas respostas, ela agradeceu minha participação, fechou o gravador e continuamos a falar de forma mais pessoal. Como me apresentei enquanto professor vinculado a uma igreja luterana e professor de teologia, ela confessou que há muito deseja estudar teologia. Fiquei de manter contato com ela. Mas aproveitei para lhe informar que tenho escrito alguns artigos sobre a relação complicada entre política e religião ou confissão de fé. E disse ainda que questiono o tal voto “evangélico”. Para mim este voto não existe. O que temos, sim, são pessoas de igrejas de tradição evangélica histórica ou pentecostais e neopentecostais que votam, o que de saída mostra como é leviana a informação de que o tal “voto evangélico” só tem uma escolha ou opção majoritária.

Achei importante dar meu testemunho sobre a entrevista desta tarde para desmistificar as falsas acusações sobre as pesquisas eleitorais. Elas são sérias e devem ser consideradas como um retrato do momento que estamos vivendo, momento pré-eleitoral. Mas não são definitivas. Definitivo mesmo é o dia da eleição, o esperado 02 de outubro de 2022. Neste domingo – então sim – teremos a pesquisa final e a escolha definitiva de quem estará governando ou cuidando do país nos próximos anos. Preparemo-nos para o próximo domingo. Com muito ânimo, com otimismo realista, mas sobretudo com a aposta de que a democracia vencerá.

*pastor luterano, professor de Teologia e membro da PPL – Pastoral Popular Luterana.

Imagem divulgação TSE.

As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

 

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