Especial
Sangue frio de ministros conteve a crise do dia 8
Sangue frio de ministros conteve a crise do dia 8
Folha de São Paulo destaca posturas de Flávio Dino e Rui Costa.
O jornalista Elio Gaspari começou sua coluna de terça, 24, relembrando uma matéria publicada pelo colega Guilherme Amado, na qual ele teria revelado detalhes dos acontecimentos do 8 de janeiro que “justificam, com sobra, a troca do comandante do Exército, general Júlio César de Arruda”. Segundo a publicação, uma reunião ocorrida logo após as invasões em Brasília entre o comandante do Exército, o interventor federal na Segurança de Brasília e o coronel comandante da PM foi dura, na qual o general Arruda teria dito: “O senhor sabe que a minha tropa é um pouco maior que a sua, né?”, referindo-se à decisão de prender ou não os invasores.
A coluna seguiu com as observações da repórter Marina Dias, que destacou que na reunião posterior com a presença dos ministros José Múcio (Defesa), Rui Costa (Casa Civil) e Flávio Dino (Justiça), as vozes se elevaram, mas antes que tomasse rumos descabidos, “Rui Costa interveio e conduziu a conversa para uma conciliação. Ficou acordado que as prisões não seriam naquela hora, mas, sim, no dia seguinte de manhã”. Além disso, Dino teria adotado uma postura “burocrática e apaziguadora” desde então.
Segundo avaliação de Gaspari, o “sangue frio evitou que a crise fosse contaminada pelas tintas apocalípticas que Jair Bolsonaro injetou nas relações políticas nacionais. No dia seguinte, foi feita a paz”.
O colunista ainda fez a observação de que “até os golpes precisam de uma etiqueta, e os brasileiros sempre a tiveram. Nunca se invadiram palácios nem se depredou o patrimônio” e ainda relembrou que cenas ocorridas nos prédios da praça dos Três Poderes foram inéditas pelo “vandalismo, pela vulgaridade e pelo despropósito”.
Fotos: José Cruz/Agência Brasil.
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