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Promoção de Mauro Cid pode trazer desgaste para o exército

Promoção de Mauro Cid pode trazer desgaste para o exército

Geral por RED
13/10/2023 15:23
Promoção de Mauro Cid pode trazer desgaste para o exército

A turma da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) de 2000 é a próxima a entrar no ciclo de promoções a coronel, no ano que vem. Pelo seu histórico, o tenente-coronel Mauro Cid estaria entre os primeiros lugares na corrida pela patente. Porém, Cid deve enfrentar resistência enquanto estiver sendo alvo da PF, mesmo com o acordo de delação premiada.

Segundo fontes ouvidas pela Folha de São Paulo, as suspeitas e os processos pelos quais passa  o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) está provocando discussões internas, a fim de evitar novos desgastes públicos envolvendo militares.

De acordo com a publicação, “de um lado, interlocutores do comandante da Força, general Tomás Paiva, avaliam que ele deve buscar alguma forma de segurar a promoção de Cid, que firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal em meio a uma série de investigações no período em que foi braço-direito de Bolsonaro —como nos casos das joias, de golpismo e de fraude à carteira de vacinação”.

E continua: “De outro, generais ouvidos pela Folha dizem que Cid não poderia ficar sub judice e ter a promoção congelada porque não é réu”.

Pelas normas do Exército, as promoções são analisadas pela Comissão de Promoções de Oficiais, que analisa ao menos nove critérios básicos, como o rendimento escolar, o desempenho nos cargos ocupados e a capacidade de chefia e liderança. Os militares que se tornam réus em processos criminais, porém, ficam sub judice e têm a carreira congelada à espera do julgamento.

No caso de Cid, que é delator mas ainda não foi indiciado, a Comissão de Promoções de Oficiais pode alegar outros motivos para definir que o militar não está habilitado a concorrer à progressão da carreira.

Uma das decisões possíveis é excluir Cid da disputa ao posto de coronel sob o argumento de ser “incapaz de atender” aos requisitos estabelecidos como “conceito profissional e conceito moral”. A decisão final cabe ao comandante da Força. Neste caso, o militar seria submetido a um Conselho de Justificação que julgará se ele é digno de pertencer à Força —com a possibilidade de expulsão do Exército.

A cúpula militar, no entanto, espera uma eventual condenação de Mauro Cid para instalar o Conselho de Justificação ou ver o militar ser expulso da corporação pelo STM (Superior Tribunal Militar).

A resolução do impasse é estudada por generais próximos ao comandante do Exército. Por outro lado, três colegas de Cid afirmaram à Folha que um possível veto à promoção do tenente-coronel seria uma decisão política que aumentaria a resistência dos militares à atuação da cúpula da Força.

A expectativa é de que qualquer decisão sobre o assunto só será tomada às vésperas do fim do processo de promoção, na expectativa de que a Polícia Federal já tenha concluído a investigação e o Ministério Público, oferecido denúncia sobre os casos que envolvem Cid.


Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

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