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A taxa de desemprego em agosto caiu para 6,6%, o menor índice registrado para o mês

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A taxa de desemprego em agosto caiu para 6,6%, o menor índice registrado para o mês
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A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,6% no trimestre encerrado em agosto, com 7,3 milhões de pessoas desocupadas. Esse é o menor índice para o mês desde o início da série histórica em 2012. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (27.set.2024) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa de desemprego diminuiu 1,2 ponto percentual em comparação ao mesmo período de 2023 (7,8%) e 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, de março a maio. (Poder 360)   Desocupação O número de desocupados caiu para 7,3 milhões de pessoas, uma redução de 13,4% em um ano, segundo o IBGE. Este é o menor contingente de desocupados desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. No mesmo período, a população ocupada chegou a 102,5 milhões, atingindo um novo recorde na série histórica. Em comparação com os três meses anteriores, o número de ocupados cresceu 1,2% (1,2 milhão de pessoas a mais). No acumulado de um ano, o aumento foi de 2,9% (2,9 milhões de pessoas). O nível de ocupação, que mede o percentual de pessoas ocupadas em idade de trabalhar, ficou em 58,1%. Esse índice aumentou 0,6 ponto percentual no trimestre e 1,2 ponto percentual em um ano, sendo o maior nível para um trimestre encerrado em agosto desde 2013. Os dados fazem parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que mensalmente divulga informações sobre o mercado de trabalho. Subutilização A taxa de subutilização no Brasil recuou 0,9 ponto percentual no trimestre, chegando a 16%, a menor taxa para um trimestre encerrado em agosto desde 2014. A subutilização inclui pessoas desempregadas, que trabalham menos do que poderiam ou que não buscaram emprego apesar de estarem disponíveis para trabalhar. Em comparação com o ano anterior, a taxa caiu 1,7 ponto percentual. Entre junho e agosto, havia 18,5 milhões de pessoas subutilizadas no Brasil, o menor número desde o trimestre móvel encerrado em junho de 2015 (18,2 milhões). A população subutilizada caiu 4,7% no trimestre (919 mil pessoas a menos) e 8,5% em um ano (1,7 milhão a menos). Dentro do grupo de subutilizados, os desalentados — pessoas que desistiram de procurar emprego por não acreditarem que conseguiriam uma vaga — somavam 3,1 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em maio de 2016 (3 milhões). Mercado de Trabalho O número de empregados com carteira assinada no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) alcançou 38,6 milhões, um aumento de 0,8% (317 mil pessoas) no trimestre e 3,8% (1,4 milhão de pessoas) em um ano. Já o número de empregados sem carteira no setor privado chegou a 14,2 milhões, crescendo 4,1% (565 mil pessoas) no trimestre e 7,9% (1 milhão de pessoas) em um ano. O total de trabalhadores por conta própria foi de 25,4 milhões, enquanto o de trabalhadores domésticos ficou em 5,8 milhões. Ambos os números permaneceram estáveis em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período de 2023. O setor público empregou 12,7 milhões de pessoas, um aumento de 1,8% (221 mil pessoas) no trimestre e 4,3% (523 mil pessoas) em um ano. A taxa de informalidade foi de 38,8% da população ocupada (39,8 milhões de trabalhadores informais), comparada a 38,6% no trimestre anterior e 39,1% no mesmo período de 2023. Rendimento O rendimento real habitual de todos os trabalhos ficou estável no trimestre, em R$ 3.228. Em um ano, o aumento foi de 5,1%. A massa de rendimento real habitual (R$ 326,2 bilhões) cresceu 1,7% no trimestre e 8,3% em um ano.   Com informações do Poder 360. Foto: Agência Brasil

Ciência

CARTA DE APOIO À CIENTISTA LUCIANA GATTI.

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CARTA DE APOIO À CIENTISTA LUCIANA GATTI.
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Em Defesa da Justiça climática PASTORAL POPULAR LUTERANA – PPL A quem luta em defesa das florestas e contra a sua destruição no Brasil. Desde os anos de 1980 a PPL – Pastoral Popular Luterana se posicionou em defesa da agricultura familiar, do meio ambiente, da proteção às fontes das águas, dos rios, dos lagos, do oceano. Em suas ações práticas, assumiu lutas como o Movimento em Defesa de Atingidos por Barragens em SC e RS, juntou-se a vários movimentos de mulheres e suas lutas contra a  violência doméstica e o feminicídio. Defendeu o direito dos Povos Indígenas e uma presença libertadora em seus trabalhos com diversas comunidades no AC, RO, CE, ES, SC e RS. Considerando essa trajetória, viemos a público para manifestar nossa grande preocupação com os criminosos atos das queimadas recentes que atingiram florestas, o pantanal, o cerrado e outros territórios, em especial, áreas federais de proteção ambiental e territórios indígenas. Nesse sentido, expressamos nosso veemente apoio aos trabalhos da cientista Luciana Gatti e toda a equipe científica do INPE, cujos serviços qualificados estão sendo resgatados no atual governo, superando o negacionismo de anos anteriores. Manifestamos também nosso público protesto contra quem age em desrespeito às leis ambientais e conspira contra o país, sua fauna e sua flora, inviabilizando a VIDA de todo nosso povo. Em entrevista contundente ao site Brasil 247, Luciana Gatti fez um alerta sobre a origem dos incêndios florestais no Brasil. Baseando-se em monitoramentos por satélite, ela confirmou que a maioria dos focos de queimadas no país são causados por ação humana. "Os dados são claros. Não é natural. Estamos falando de uma ação deliberada e coordenada que coloca em risco o futuro da nossa biodiversidade e, consequentemente, o próprio clima do planeta", destacou Gatti (cf. site Brasil 247, 22/09/2024 -tps://www.brasil247.com/meioambiente/os-incendios-estao-sendo- causados-por-acao-humana-alerta-cientista-luciana-gatti). Segundo a pesquisadora, o uso de satélites possibilita identificar com precisão os locais e horários das queimadas. “Chegamos ao ponto de, em apenas 90 minutos, milhares de incêndios serem registrados em diferentes regiões. Isso não pode ser fruto do acaso. São ações intencionais, e é assustador que as autoridades não estejam tomando as devidas providências”, criticou a cientista. Esses fatos estarrecedores envolvem facções criminosas, empresas e certos grupos políticos que sistematicamente agem e incentivam práticas destrutivas e deletérias para o meio ambiente e a saúde humana. Como uma pastoral que defende a VIDA em sua acepção ampla e diversa, reiteramos que as autoridades governamentais, o Judiciário e o Legislativo devem posicionar-se clara e urgentemente neste momento para coibir esses crimes, processar seus agentes e mandantes, e colaborar para que o Plano Nacional contra a Crise Climática seja aprovado e colocado em prática o mais breve possível. Um texto tão antigo como o texto de 1 Crônicas 16.33 sirva como insp ração para nós hoje: “Cantem de alegria as árvores da floresta na presença do Deus vivo, porque ele vem julgar a terra”. Esta verdadeira profecia se completa com o Salmo 98.2: “O Deus vivo fez notória a sua salvação, manifestou a sua justiça diante dos olhos das nações”. Que na atual Assembleia Geral da ONU, que se realiza em Novo York nestes dias, os principais líderes mundiais decidam por Justiça Climática Já, contra a Fome e as desigualdades cruéis que dividem os povos e as nações. Palmitos, setembro de 2024. Coordenação Nacional da PPL Foto: Reprodução  

Cultura

PROGRAMAS – DE 26 DE SETEMBRO A 4 DE OUTUBRO

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PROGRAMAS – DE 26 DE SETEMBRO A 4 DE OUTUBRO
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Por LÉA MARIA AARÃO REIS* O programa é constatar que o governo do estado terrorista de Israel, expansionista e racista, está bêbado, embriagado, denunciam dezenas de analistas europeus e norte-americanos, lúcidos, sobre a ofensiva desumana, antes em Gaza, em seguida na Cisjordânia (principal objetivo de anexação e colonização definitiva por parte de Israel), e, nesta semana, atingindo famílias civis libanesas com explosões de pagers e walk talkies e bombardeios de áreas residenciais. É um porre ameaçador para toda a humanidade que corre o perigo de acabar mutilada a partir de uma guerra total no Oriente e, em seguida, de uma guerra nuclear. O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, apela, desesperado, durante a sessão de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, hoje (dia 26/09) e destaca o colapso dos hospitais no país, “repletos de civis feridos e incapazes de receber mais pacientes”. Entre as vítimas, mulheres e crianças. Mikati insiste na necessidade urgente de intervenção da comunidade internacional para pressionar, pelo menos, por um cessar-fogo. Esta semana, ataques aéreos israelenses mataram ao menos 23 sírios em um edifício da cidade libanesa de Younine e atacaram a escola Al-Faluja, no norte da Faixa de Gaza. No Líbano, são 550 mortes, incluindo pelo menos 50 crianças e 98 mulheres, em 25/09, o dia mais violento. Há cinco meses, Philippe Lazzarini, chefe da agência da ONU para os refugiados palestinos, já se mostrava alarmado com o número de mortes entre menores de idade e jovens, na Faixa de Gaza. “O número de crianças alegadamente mortas em apenas quatro meses, em Gaza, é superior ao número de crianças mortas em quatro anos em todos os conflitos, em todo o mundo. Esta guerra é uma guerra contra as crianças. Uma guerra contra a infância e o seu futuro”. O programa no dia das eleições: votar contra as tentativas de partidos políticos brasileiros de araque e dos candidatos da extrema direita, marginais, neonazistas e neofascistas, que tentam, mais uma vez, derrubar a democracia no país por dentro das instituições. É a nossa sobrevivência, de todos nós, que se encontra em risco. Outro programa: para denúncias de crimes ambientais com geolocalização e com fotos e vídeos, já se pode usar um aplicativo para comprovar e acompanhar episódios de dano ao meio ambiente. O Radar Ambiental, lançado em todo o território do país pela Comissão de Meio Ambiente e a Ouvidoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público, consta ter sido testado com sucesso no estado do Amapá. Lançamento marcante: os volumes I e II de Pensamento Marighella, antologia política completa do líder revolucionário baiano e da Ação Libertadora Nacional. Contêm 60 textos com entrevistas e documentos inéditos ou recuperados a partir da ruptura de Marighella com o Partido Comunista Brasileiro. Em seguida, retrata a fundação da Aliança Libertadora Nacional, a ALN. Da Editorial Adandé, da cidade de Feira de Santana. Detalhe: Adandé, em yorubá, significa fúria. Em São Paulo, críticas entusiasmadas do espetáculo Infância, transcrição musical para o teatro, do livro homônimo de Graciliano Ramos, de 1945. Em nova temporada no teatro Ágora, na Bela Vista. Idealizado e produzido pelo grupo Rodateatro, trata da infância do autor registrada nas suas memórias e a adolescência marcada por dificuldades no ambiente familiar e nas escolas. Idealização do espetáculo e adaptação de Ney Piacentini, que assina a codireção do espetáculo junto com Alexandre Rosa, responsável pela execução musical. O programa, esta semana, é cinematográfico. Sobre o filme de Ken Loach, O Último Pub, que vem se estendendo nos cinemas por mais sete dias, escreve o advogado Wellington Medeiros de Araújo em A Terra É Redonda: “Ken Loach, inconfundível ateu, paradoxalmente, recorreu à religião para alegorizar que somos todos iguais, já que pertencemos ao gênero humano. Mas se o filme possui cenas de beleza sublime, há também a pequenez do humano presente pela inveja, a traição, o ódio. A contradição entre beleza e fealdade do humano está ali presente, duelando o tempo todo”. Depoimento de Bárbara Paz, presidente da Comissão de Seleção de produções cinematográficas para concorrer ao Oscar, sobre Ainda Estou Aqui: “Estou orgulhosa de presidir essa comissão, unânime na escolha desse grande filme sobre memória, um retrato emocionante de uma família sob a ditadura militar. É um momento histórico para nosso cinema. Não tenho dúvida que ele tem grandes chances de colocar o Brasil de novo entre os melhores do mundo”, acrescentou. A estreia está anunciada para as telonas dos cinemas dia 7 de novembro. Serra das Almas é o mais recente filme de Lírio Ferreira que estreia na Mostra Première do Festival do Rio. Conta a história de “um grupo de desajustados que, diante de determinado acontecimento, acaba refém de seus próprios destinos”, define o diretor. Relembrando: ele é autor de clássicos do cinema nacional como Baile Perfumado, Árido Movie e Sangue Azul. Segundo Lírio, Serra das Almas “é um filme de geração. Esse momento de transição em que as pessoas não se libertam do seu passado e não estão, necessariamente, prontas para o futuro”. O argumento de O Aprendiz, que também vai estar no Festival do Rio (de 3 a 13 de outubro), retrata o começo da carreira de Donald Trump nas décadas de 70/80, quando era empresário no mercado imobiliário. Para quem quiser conhecer melhor essa peça que acabou presidente dos Estados Unidos, na época ele já se mostrava de uma ambição desmedida, mas era inexperiente, comenta o filme. Seu padrinho/guru, o advogado de Nova Iorque Roy Cohn, foi quem o introduziu nos círculos do poder de Manhattan. A sessão do filme, no mais recente Festival de Cannes, foi pontuada por aplausos e muitas vaias da plateia. O clássico Notícias de Uma Guerra Particular, de João Moreira Salles, será exibido no próximo dia 01 de outubro, às 19 horas, no Estação Net Botafogo, seguido de debates com o diretor, com Luiz Eduardo Soares e o líder comunitário Itamar Silva. A mediação é de Eleonora Ziller. O encontro, gratuito, comemora os 35 anos do filme. Encontro organizado pela Universidade da Cidadania, da UFRJ. A sessão de abertura da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, dia 16 de outubro, na Sala São Paulo, é com Maria Callas. Em seguida, teremos sessões durante o festival que irá até 30 de outubro. Maria Callas é do diretor e roteirista chileno Pablo Larrain, autor do brilhante filme No, baseado na peça El Plebiscito, de Antonio Skármeta. O título original é Maria, foi mostrado em Veneza e tem como protagonista Angelina Jolie. Sua estreia no nosso streaming está marcada para dia 11 de dezembro. Vem aí o documentário Marias, de Ludmila Curi, mais um road movie que atravessa o Brasil e a Rússia contando a vida da pernambucana Maria Prestes, segunda companheira de Luis Carlos Prestes, e figura importante na luta pela reforma agrária no Brasil. Com estreia dia 17 de outubro nos cinemas, conta a sua trajetória desde muito jovem, quando se engajou em movimentos políticos, mãe de sete filhos e que viveu em exílio em Moscou. O filme destaca também outras personagens que participaram ativamente de grandes momentos do último século: Maria Bonita, Olga Benário, Dilma Rousseff e Marielle Franco. Em uma obra coletiva, o livro Os militares e a crise brasileira, organizada por João Roberto Martins Filho, um conjunto de textos procura esmiuçar as raízes, o significado e as perspectivas da participação castrense na crise brasileira e o papel dos fardados no governo de J. Bolsonaro. “Ele, um capitão, dono de uma fé de ofício pobre, reprovável, brutal e curta”, ressalta a apresentação da Editora Alameda. João Roberto Martins Filho é professor da Universidade Federal de São Carlos, onde criou o Arquivo de Política Militar Ana Lagôa. É autor de O palácio e a caserna, 1964-1969 (2ª. edição da Alameda, 2019). Segundo Manuel Domingos Neto, que escreve em Os militares e a crise brasileira, “desde 2016, as atitudes dos oficiais contrariaram as expectativas alimentadas pelo mundo político e pelos acadêmicos”. E ele pergunta: “Por que tantos generais se dispuseram a patrocinar a elevação a comandante-em-chefe das Forças Armadas do pequeno oficial ambicioso e indisciplinado dos anos 1980, que saiu do Exército pela porta dos fundos?” A artista plástica Rosana Paulino celebra 30 anos de trabalhos com a exposição Novas Raízes, na Casa Museu Eva Klabin, das quartas aos domingos, na Lagoa, no Rio de Janeiro. Temas dos seus trabalhos: memória, natureza, identidade e história afro-brasileira. A mostra de Rosana é a primeira no Rio após expor no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, o Malba, onde foi a primeira mulher negra a fazer uma individual. *Jornalista Ilustração: Marcos Diniz Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaositered@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.        

Literatura

A PASSARELA DA CABEÇA

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A PASSARELA DA CABEÇA
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ROMANCE POLICIAL INSPIRADO NO CRIME QUE CHOCOU CANOAS Lançamento do livro de Hildebrando Pereira será no próximo dia 28 de setembro Um crime ocorrido em Canoas, no dia 02 de fevereiro de 1976, é o ponto de partida do romance policial “A Passarela da Cabeça”, de Hildebrando Pereira, que será lançado na Livraria Pandorga, em Canoas, no próximo dia 28/09, e na Feira do Livro de Porto Alegre, no dia 15/11. Passados quase 50 anos, Hildebrando deixa, com seus personagens, a tarefa de elucidar o chocante crime, no qual uma cabeça humana é encontrada na recém-inaugurada passarela da cidade. No livro, os leitores seguem os passos do inspetor Ferdinando Chopan, encarregado de elucidar o mistério que cerca o assunto. À medida que a investigação avança, Chopan e sua equipe mergulham em um emaranhado de segredos, personagens enigmáticos e reviravoltas inesperadas. Ambientada com precisão numa Canoas e Porto Alegre dos anos 70, a obra mistura realidade e ficção, desafiando o leitor a descobrir a verdade por trás de um crime brutal. O AUTOR Hildebrando Pereira, nascido em Canoas, é graduado em Ciências Jurídicas e Sociais com mestrado em Desenvolvimento, Gestão e Cidadania. É auditor do TCE-RS, atuou como professor de Direito e publicou diversos artigos técnicos nas áreas do direito do Estado, Constitucional e Administrativo.   Leia um pequeno trecho da obra: “No meio da passarela, em um dos ferros de sustentação, encontra-se, caprichosamente pendurada, uma cabeça humana. Um pouco inclinada para baixo, com uma vasta cabeleira preta desalinhada e a tez morena clara, espreita a todos que por ali passam. As pálpebras, recobrindo parte dos olhos negros, denotam que aceita complacente o seu destino. O sangue coagulado na base e nas melenas denuncia que a decapitação não é recente. A cena horripilante lembra os filmes de Hitchcock”. ONDE E QUANDO? O livro será lançado no dia 28/09, às 17h Livraria Pandorga Frederico Guilherme Ludwig, 370 — Centro, Canoas. Ocasião em que o escritor estará autografando a obra para amigos e curiosos em conhecer esse inusitado fato ocorrido na cidade nos anos 70. Feira do Livro de Porto Alegre Para quem não conseguir estar no lançamento em Canoas, poderá adquirir o livro na Feira do Livro de Porto Alegre, cuja sessão de autógrafos está agendada para o dia 15/11 às 16h no pavilhão de autógrafos.  

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ELEIÇÕES EM POA: O VENDILHÃO DE CHAPÉU DE PALHA E O ESGOTO DIGITAL

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ELEIÇÕES EM POA: O VENDILHÃO DE CHAPÉU DE PALHA E O ESGOTO DIGITAL
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Por ILTON FREITAS* Somos contemporâneos dos “campos de demarcação e propaganda” digitais. As ditas redes sociais foram capturadas pelas grandes corporações de tecnologia norte-americanas e degeneraram em  “indústrias de produção cultural de fascismo” no Ocidente. Evidentemente que as tecnologias da informação poderiam ser utilizadas para qualificar as democracias. Mas o que constatamos é que os potenciais comunicacionais  e democráticos das redes sociais foram despotencializados, fragmentados e corroídos pelo neofascismo. Por seu turno, a operação para tornar o potencial democrático da internet em seu contrário, se valeu basicamente de dois movimentos delituosos. O primeiro foram as malfadadas “fake News”. E o segundo, intimamente vinculada as notícias mentirosas foram e são os discursos de ódio. Próceres da dita ultradireita como os astrólogo e falsário Olavo de Carvalho, traduziram esse movimento como uma “guerra cultural”, ou “guerra contra o marxismo cultural”. Por pior que seja o odor em revisitar as estratégias dos inimigos do povo, é fundamental que o campo progressista e que disputa eleições em nosso País leve em consideração essa mudança estrutural nas plataformas sociais da rede.  Do meu ponto de vista não faz mais sentido estratégias de disputa de corações e mentes nas redes a partir de discursos racionais, universalistas e simétricos. A operação é outra. Não mais “furar bolhas” discursivamente, mas aumentar a própria “bolha” nos parece o caminho mais adequado para o enfrentamento dos quintas-colunas. A mídia-empresa tradicional conserva o seu papel de gerenciadores de percepção tendo em vista desinformar um vasto público, mas também se presta como instância de validação e de propaganda das mentiras e das omissões promovidas em escala industrial. Desse modo alguns fenômenos da política brotam desse esgoto digital e são naturalizados pela mídia diante de uma cidadania perplexa. Cito alguns frutos podres como a eleição do fascistóide e demente presidente da Argentina, Javier Millei, e no Brasil poderíamos apontar Bolsonaro e mais recentemente o vigarista e aplicador de golpes financeiros contra aposentados, o candidato a prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal. Mas nessa macabra lista de fenômenos putrefatos da política na era digital, não poderíamos deixar de nos referir ao candidato Melo de Porto Alegre, o prefeito que por negligência, incompetência e redução das capacidades da ação estatal permitiu que quase a terça parte do município fosse inundada pelas enchentes de maio. E mesmo assim, pasmem, lidera a intenção de voto no município segundo um instituto de pesquisa. No caso de Porto Alegre, embora a soma das intenções de voto na oposição a Melo provoquem um “empate”, o que chama a atenção é a intenção de voto no atual prefeito. Observadores da cena política de outros estados perguntam, como é possível que Melo tenha viabilidade eleitoral após os desastres administrativos de gestão na enchente de Maio?  Vamos combinar que num contexto eleitoral “normal” nas democracias liberais, um prefeito corresponsável pelas consequências de uma tragédia climática seria carta fora do baralho. No entanto não há mais contextos normais regendo as democracias liberais. As oligarquias vassalas do império estadunidense de países como o Brasil, encaminharam ‘as favas os frágeis regramentos eleitorais dos regimes democráticos. Para além da mídia tradicional contam com as redes sociais, posto que há uma enorme bolha fascista a polarizar eleitores posicionados mais ao centro do espectro político. Concretamente  sucedeu que o monopólio de comunicação sediado na Av Ipiranga, mancomunado com o ICF, sustentado pelos grupos empresariais que se empanturraram com a destruição do espaço público e com o afrouxamento das regulações ambientais para a construção de prédios luxuosos em Porto Alegre, promoveram uma enorme operação de preservação do atual do prefeito. Fizeram isso se valendo do modus operandi normal da mídia tradicional em omitir as responsabilidades administrativas da prefeitura, combinada com a infoesfera bolsonarista instrumentalizada pelo ICF, para martelar a inoperância do estado e a superestimação dos indivíduos que prestaram trabalho voluntário. A mensagem subjacente e explícita é que dependemos do esforço individual para a superação dos problemas estruturais causados pela enchente. Obviamente que essa peste informacional a que somos submetidos e que convertem bandidos como Marçal e vendilhões e incompetentes como Melo em candidatos competitivos, não tem solução imediata. O Estado brasileiro teria que regulamentar severamente os perpetradores de crimes digitais, e no médio prazo construir uma infovia de informação e comunicação soberana e  independente, de brasileiros para brasileiros. Muitos dos estudos sobre esferas públicas comunicacionais já haviam localizado em meados do século passado, a colonização da mídia de comunicação de massa pelo grande capital. Desse modo a degradação dos grandes veículos de imprensa tornaram o debate público entre diferentes projetos políticos interditados, ou, tolerados até o ponto de não interferirem nos interesses do grande capital. Mas nada é tão ruim que não possa piorar. Com o advento das redes sociais convertidas em indústrias discursivas fascistas ocorreu uma inflexão que ameaçam as democracias e a civilização. A disputa eleitoral em Porto Alegre invoca essa disjuntiva que diz respeito a sobrevivência da civilização e da humanidade. Ou seja, a barbárie e sua face de chapéu de palha versus o centro democrático e a oposição de esquerda representados bravamente por duas mulheres. *Ex-pesquisador CEGOV/UFRGS e Cientista Político. Foto: © Agência Brasi Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaositered@gmail.com . Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.        

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Enchentes e eleições: o desafio da esquerda em Porto Alegre

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Enchentes e eleições: o desafio da esquerda em Porto Alegre
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Por ALEXANDRE CRUZ* A recente tragédia das enchentes, que abalou Porto Alegre, revelou muito mais do que a vulnerabilidade da cidade diante das mudanças climáticas. Ela expôs também um sentimento crescente de frustração e descrédito por parte da população em relação aos governos, percebidos como incapazes de enfrentar crises que, para a maioria das pessoas, estão diretamente ligadas às transformações climáticas. As pesquisas mais recentes indicam que esse vínculo é claro para os cidadãos; para eles, as mudanças no clima não são uma abstração, mas uma realidade com consequências devastadoras. Apesar do impacto emocional e material causado pela enchente, o prefeito Sebastião Melo segue à frente nas intenções de voto. Para muitos, isso parece paradoxal: como pode uma liderança, cujo governo foi amplamente criticado por sua resposta à tragédia, manter-se como o nome principal no cenário eleitoral? A resposta a essa pergunta é multifacetada e nos convida a refletir sobre os bastidores da política local, as alianças que sustentam a hegemonia de Melo e os desafios que a esquerda enfrentará para romper esse ciclo de poder. Sebastião Melo não é o candidato ideal das elites econômicas de Porto Alegre, mas é o que possui os votos Apoiadores do liberalismo econômico, setores do empresariado podem até preferir nomes mais afinados com suas pautas, como Felipe Camozzato, do Partido Novo, que tem uma proposta de governo mais abertamente alinhada ao projeto econômico das elites. Contudo, Camozzato patina nas pesquisas com apenas 5% das intenções de voto. A força de Melo reside justamente em sua capacidade de transitar entre esses dois mundos: por um lado, mantém-se próximo aos grandes empresários, que, em 2020, deslocaram seus recursos para sua campanha, após o desgaste do ex-prefeito Nelson Marchezan. Por outro lado, Sebastião Melo preserva uma rede de articulações com setores populares e intermediários, que, somados, formam a base da sustentação eleitoral. Essa habilidade de compor alianças é complementada por figuras como o vice-prefeito Ricardo Gomes, que serve como ponte entre o empresário e a classe política. É uma fórmula eficiente, que, ainda que criticada pela esquerda, mostrou-se capaz de sobreviver a crises — como a enchente — que poderiam abalar qualquer administração. Enquanto isso, a esquerda enfrenta um dilema: como disputar a hegemonia política e social em uma cidade que se transformou ao longo das últimas décadas? O Partido dos Trabalhadores (PT), que um dia simbolizou a renovação política em Porto Alegre, com a ascensão de Olívio Dutra à prefeitura, viu sua base tradicional se fragmentar. A bancada negra eleita na Câmara de Vereadores, em sua maioria composta por membros do PSOL, revela a força de novas pautas, como antirracista, mas também aponta para uma fragmentação interna que o PT ainda não conseguiu lidar de maneira eficaz. Mais do que nunca, a esquerda precisa entender que a disputa não se dá apenas no campo racional ou programático. A guinada moralista da direita, que pôde mudar de pauta quando o discurso anticorrupção perdeu força, tem se mostrado eficaz em atrair e consolidar o apoio popular. O foco em costumes e moralidade, apoiado por uma cosmologia religiosa que permeia o imaginário de grande parte da população, tem se mostrado um ponto central na estratégia de construção de hegemonia da direita. É preciso reconhecer que, para muitas pessoas, mesmo aquelas que não seguem uma religião de forma ativa, esse discurso tem um apelo emocional que supera o racional. E é nesse campo, o das emoções, que a esquerda ainda se mostra vulnerável. A tragédia das enchentes oferece à esquerda uma oportunidade única de se reposicionar, principalmente ao se conectar com a crescente consciência ambiental da população. No entanto, isso só será possível se a resposta for mais do que reativa — precisa ser propositiva. A esquerda deve construir uma narrativa convincente de que, diante das crises climáticas cada vez mais frequentes, é necessário um novo projeto de cidade, que coloque em primeiro plano a justiça social e a preservação ambiental. Essa conexão não pode ser meramente programática; ela precisa emocionar, mobilizar e oferecer esperança. E, para isso, o campo progressista deve aprender a dialogar com a cosmologia religiosa que hoje é uma base de sustentação da direita. Não se trata de adotar pautas conservadoras, mas de encontrar uma forma de reconectar a política com a moralidade social, um tema que, historicamente, sempre esteve no coração dos projetos de esquerda. A tarefa não é simples. A hegemonia de Melo, mesmo após a enchente, demonstra a força de uma política que pôde se articular em diferentes frentes. No entanto, a esquerda tem a chance de reverter esse quadro, oferecendo respostas concretas para as crises que assolam a cidade, e, sobretudo, reconstruindo uma ponte com o imaginário popular, que ainda busca uma liderança capaz de enfrentar os desafios do presente e construir um futuro mais justo. *Jornalista político. Foto: Sebastião Melo/Facebook/Divulgação Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.    

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