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Pedro Cardoso ou, Agostinho Carrara.
Pedro Cardoso ou, Agostinho Carrara.
Por FLÁVIO DAMIANI*
Fui ver a peça O Recém-nascido, do Pedro Cardoso, em cartaz no teatro Renaissance em São Paulo. Lá pelo terceiro dos mais de dez atos, Marga e Victoria, esposa e filha, comentaram que o argumento do monólogo tinha a ver com a minha escrita. Achei que fosse um pouco de exagero delas, mas Victoria insistiu e disse que no carro dela tinha um exemplar do meu livro de crônicas e que no final do espetáculo iria buscá-lo para que eu entregasse pro Pedro. Assim o fez.
Nos encontramos no final da peça, quando ele saia do teatro. Logo que pegou o meu primeiro recém-nascido livro, folhou e disse que escrever humor não era tarefa fácil porque o mundo anda triste e que é difícil fazer rir. Por se tratar de uma obra de editora independente e, portanto, sem compromisso algum para escrever ou agradar alguém, aumentou o interesse do Agostinho, digo, do Pedro, e pareceu mais interessado ainda ao saber que o livro em questão tratada de humor político, temas que ele explora em suas peças, no seu trabalho. A conversa se alastrou para o campo internacional, atravessou o Atlântico e foi encontrar assunto em Portugal, onde ele mora com a esposa no curso de doutorado. Bem lá onde a Marga defendeu a tese de doutorado na Universidade de Coimbra em dezembro passado. Falamos de Florianópolis e da Lagoa da Conceição onde eu moro e que ele acha uma graça, contou uma passagem engraçada por Joinvile, na noite que foi jantar num restaurante e tinha uma festa de quinze anos e a filha achou que a presença do Pedro era um presente do pai.
Enfim, um camarada simples, humilde e bom de papo. O Agostinho da Grande Família da TV se supera no palco, e sozinho. Detalhe, enquanto conversávamos, dois casais se aproximaram, queriam foto com o Agostinho, ignorando o Pedro que eles tinham acabado de assistir no teatro.
*Flávio Damiani é jornalista.
Foto da capa: acervo do autor.
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