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Pactos e Disputas Político-comunicacionais sobre a Presidenta Dilma

Pactos e Disputas Político-comunicacionais sobre a Presidenta Dilma

Comunicação e Mídia por RED
04/09/2024 13:15 • Atualizado em 04/09/2024 13:42
Pactos e Disputas Político-comunicacionais sobre a Presidenta Dilma

Por MARIA HELENA WEBER*

Porque não podemos esquecer a trajetória e o impacto de Dilma Rousseff na política brasileira

O livro “Pactos e Disputas Político-comunicacionais sobre a Presidenta Dilma” iniciou como um projeto individual de pesquisa com investimentos do CNPq, mas rapidamente extrapolou as dimensões prometidas. Abordar questões relacionadas ao impeachment como parte do golpe que chegaria a 2018, sob a perspectiva da cobertura da imprensa, logo se mostraram insuficientes diante das complexas dimensões do contexto e da compreensão sobre a o significado de Dilma Vana Rousseff para a história política do Brasil. A organização da obra privilegiou então, uma abordagem interdisciplinar e reuniu pesquisadores do campo político, jurídico, econômico, cultural e, especialmente, comunicacional com o objetivo de apresentar diferentes ângulos de reflexão sobre o acontecimento e as consequências da afronta à democracia executada pelos poderes do legislativo, judiciário, midiático e, em parte, pela população adversária.

Ao mesmo tempo, o livro pretende recuperar a força de Dilma Rousseff e as questões de gênero e preconceitos decorrentes do exercício de poder, como bem salientam as apresentadoras da obra, Flávia Birolli (UnB) e Celi Regina Pinto (UFRGS).  Esta segunda edição aconteceu num Brasil que retomou sua democracia e reconheceu a capacidade de sua ex-presidenta Dilma, então nomeada presidente do New Development Bank (NDB), o “banco do BRICS”.

A premissa da obra está no poder dos meios de comunicação para a política que configura o conceito político–comunicacional e o poder das mídias digitais, redes sociais, meios tradicionais de comunicação e as manifestações da sociedade organizada. É uma obra aberta ao debate em 32 textos produzidos por 57 autoras e autores vinculados a 12 universidades brasileiras (UFBA, UFCE, UFF, UFMG, UFPE, UFPel, UFPr, UFRGS, UFSM, UnB, Unipampa e UNISINOS), à Université Sorbonne Nouvelle e as instituições Defensoria Pública e ao Museu da Imagem e do Som (MIS) de Fortaleza.

Há 2 maneiras de ingressar no livro. Obviamente, seguindo o sumário organizado em 7 capítulos denominados: A política e a presidenta; A presidenta e a imagem pública; O golpe e o imapeachment da presidenta; A presidenta da imprensa e, por último, o Paradoxo político-comunicacional. O outro modo é por temáticas como a história, o poder, a governança, as eleições e as questões de gênero abordados nos artigos de Emerson Cervi e Michele Massuchin; Ricardo Fabrino Mendonça e Ana Carolina Ogando; Denise Mantovani; Luciana Panke. Outro grupo temático (Dilma e o debate público) aborda a mobilização de atores políticos, sociais e midiáticos em torno de temas controversos e ardilosos associados à ex-presidenta nos textos de Sandra Bitencourt Genro e Fiorenza Carnielli; Thiane Ávila. Dilma e a imagem pública analisam Dilma em relação às pesquisas, fotografia, televisão e revistas de autoria de Helcimara Telles, Érica Anita Baptista, Thiago Sampaio; Silas de Paula; Janaína Gomes e Caroline Casali; Nísia Martins do Rosário e Gabriela Pacheco Dávila. As representações de Dilma abrangem análises sobre memes desenvolvidas por Viktor Chagas, Dandara Magalhães, Letícia Sabbatini e Guilherme Popolin; sobre documentários por Miriam de Souza Rossini e Guilherme Fumeo Almeida, e a cobertura do Jornal Nacional por Maria Eduarda Rocha. Dilma e a democracia digital abrange textos sobre redes sociais e dispositivos relacionados à produção e memória de informações por Fernanda Cavassana e Giulia Sbaraini Fontes; Fabiana Costa Flores de Carvalho e Ana Javes Luz.

Especificamente, sobre diferentes perspectivas do processo de impeachment imposto à ex-presidenta, residem as análises de Domingos Barroso da Costa e Andrey Régis de Melo; Juliana Gagliardi, Afonso de Albuquerque e Marcelo Alves dos Santos Junior; Camila Becker, Camila Cesar, Débora Gallas Steigleder e Maria Helena Webe; Bruna Andrade; Alexandre Rocha da Silva, Alessandra Werlang e Gabriel Nonino e Suelem Lopes de Freitas. A cobertura da imprensa nacional constitui um cenário fundamental para a consecução do impeachment e a mobilização da sociedade, conforme as análises de Christa Berger; Frances Vaz e Vera Veiga França; Liziane Soares Guazina e Ébida Santos; Ângelo Neckel, Fernanda Bastos Pires e Laura Ferreira Guerra; Dédallo Neves e Kelly Prudencio; Camila Moreira Cesar; Caio Cardoso de Queiroz e Edson D’Almonte.

O último capítulo do livro é dedicado ao desenvolvimento da hipótese sobre a existência de um paradoxo político-comunicacional que adquiriu concretude a partir análise de três acontecimentos interligados pela visibilidade e a política: as duas eleições da presidenta Dilma (2010 e 2014) e sua deposição por impeachment, no Golpe de 2016. É o texto síntese que relaciona e problematiza a interdependência entre política, comunicação e a visibilidade que interfere na qualidade das democracias. A exposição dessa hipótese é a continuidade das pesquisas e da produção científica geradas no Núcleo de Pesquisa em Comunicação Pública e Política (NUCOP) da UFRGS.

Para acessar o conteúdo do livro, clique neste link: “Pactos e Disputas Político-comunicacionais sobre a Presidenta Dilma”.

*Maria Helena Weber é Professora Titular e orientadora junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Doutora em Comunicação e Cultura pela UFRJ e mestre em Sociologia pela UFRGS, onde se formou em Comunicação Social, nas habilitações Relações Públicas e Propaganda. Atualmente é bolsista pesquisadora 1C/ CNPq e coordena o grupo de pesquisa NUCOP – Núcleo de Comunicação Pública e Política e o Observatório da Comunicação Pública (CNPq e UFRGS).

Foto da capa: Capa do livro com foto da fotógrafa Lia de Paula, (Dilma recebendo apoio de mulheres – Palácio do Planalto, 2016)

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