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Os engenheiros do caos
Os engenheiros do caos
Por ADELI SELL*
Depois das notícias acerca dos planejamentos de golpe e assassinatos pelos bolsonaristas, fascistas, pelo extremismo sem fronteiras, resolvei reler o livro de Giuliano da Empoli, “Os engenheiros do caos”.
Em 2018, Bolsonaro ganhou as eleições com os métodos descritos pelo autor, ou seja, pelo uso dos algoritmos, algo de engenheiros mais do que comunicadores. Foi o que aconteceu com a vitória de Trump, com suas fake news contra Hillary, latinos etc; mesmo mecanismo feito por Casaleggio para turbinar o Movimento 5 Estrelas do comediante Beppe Grillo; igual forma adotada por Cummings para o Brexit, assim foram os feitos de Milo para mudar o estudante radical Orban no mais xenófobo de todos.
Não importa a realidade, não importam os fatos, importa o fato relatado, em geral, mentiroso, como os ataques mais grosseiros, expondo o que há de pior num ser humano, ódio contra outro alguém, com a clara intenção de trucidar o adversário, mesmo que nada seja real.
Trump é o campeão de fazer um ataque, se pegar muito mal, muda e diz outra coisa, o contrário, não dá explicações, põe nas redes, põe blogs pagos a trabalhar como uma máquina sem parar 24 horas por dia, seja dentro de seu país ou como foi feito por Trump pagando “trolls” russos ou da Macedônia.
Aqui, surgiram dezenas de blogueiros de direita, difamadores, com seus domínios fora do país, xingando todo mundo, menos os seus.
Para o 8 de janeiro de 2023, outra tentativa de golpe, de acabar com as instituições democráticos, tudo era feito pelas redes sociais, criando grupos que eram contra Lula, contra o PT, contra as esquerdas, com as “velhinhas de Taubaté”, com a “senhora de Tubarão”, com grupos dos Clubes de CACs, de amantes da ditadura, seja quem for, desde que fossem para frente dos quartéis, que fossem a Brasília.
A ida deles para Brasília foi mais ou menos o que aconteceu com os camisas amarelas que surgiram da noite para o dia na França.
O ensaio fora feito nas Jornadas de junho de 2013 que setores da nossa esquerda querem esquecer e apagar porque colocaram gasolina na fogueira criando o MBL que agora quer ser partido.
“Ainda estou aqui”, o filme, veio em boa hora, lotando cinemas, com aplausos ao final, dando um alívio em nossos corações, pois nem tudo está perdido.
“Sem Anistia” é um movimento que cresce
O Uruguai é um bom exemplo aqui ao nosso lado que não perdoou torturadores, assassinos de irmãos que lutavam pela democracia, pela justiça e pela paz.
“Os engenheiros do caos” ainda estão aqui. Não se pode esquecer deles jamais.
Ainda estou aqui a cada pouco escrevendo pela democracia!
*Adeli Sell é professor, escritor e bacharel em Direito.
Foto de capa: Divulgação
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